TRÍDUO EM HONRA AO 150º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SANTA FACE – 3º dia

3º Dia – 31/12/2022: Infância Eucarística.

“A virtude tinha encantos para mim” (Ms A 11v).

O coração de Zélia está constantemente com as suas filhas. É o objetivo formal das suas vidas. Os Martin tem, em definitivo, os costumes dos espirituais realistas. Luís sorri ao ver a alegria e a confiança da criança, a nona filha… Como partilha o que sua esposa escreve sobre a pequena nas suas longas cartas a Maria e a Paulina, ou à freira de Le Mans e ao seu irmão Isidoro Guérin, farmacêutico em Lisieux. “Parece muito inteligente… Será bonita e já é engraçada” (CF 117) “Cada dia é mais engraçada, está a balbuciar desde a manhã até à tarde” (CF 118). “É muito inteligente e tem conversas muito agradáveis. Já sabe rezar a Deus” (CF 130). Mais alto! Por fim, a pequena Teresa cansa-se. Pois nunca se chega tão alto como ela queria… E, de repente, diante dos olhos do seu coração “amável e sensível” (Ms A 4v). Admiráveis são os testemunhos de Teresa em relação aos “anos cheios de sol” da sua infância: “A virtude tinha encantos para mim e estava, parece-me, nas mesmas disposições em que estou agora, tendo já um grande domínio sobre as minhas ações”. A santa acrescenta que “tinha adquirido o bom hábito de nunca se queixar, mesmo quando lhe tiravam o que era dela; ou então, quando era acusada injustamente, preferia calar-se e não se desculpar, o que não era mérito seu, mas virtude natural” (Ms A 11v). As exceções confirmam a regra.

Esmola aos pobres – Primeira Comunhão

Nos passeios que fazia com ele, o papai gostava de me mandar entregar a esmola aos pobres que encontrássemos. Certo dia, vimos um que se arrastava com dificuldade em muletas. Acerquei-me para lhe dar um óbolo. Mas, não se julgando bastante pobre a ponto de aceitar esmola, ele olhou-me com triste sorriso e não quis pegar o que lhe oferecia. Não consigo descrever o que se passou em meu coração. Quisera consolá-lo e reconfortá-lo. Em lugar disso, porém, julguei que o tinha magoado. O pobre doente adivinhou por certo meu pensamento, pois que o vi virar-se para trás e envolver-me num sorriso. Papai acabava de comprar um doce para mim. Bem me veio a vontade de lho dar, mas não tive coragem. Ainda assim queria dar-lhe alguma coisa que não me pudesse refugar, pois sentia por ele uma simpatia muito grande. Ocorreu-me então ter ouvido falar que, no dia da primeira comunhão, a gente obteria tudo o que pedisse. Este pensamento foi um consolo para mim, e disse comigo mesma, embora só tivesse seis anos ainda: “Rezarei pelo meu pobre no dia da minha primeira comunhão”. Cumpri a promessa, cinco anos mais tarde, e espero que o Bom Deus tenha atendido a oração que me inspirara a fazer-lhe por um de seus membros sofredores… (Ma A, 52)

Meditando com a OCDS: A Eucaristia em Santa Teresinha.

(Ana Catarina Matos, OCDS)

Convido você hoje a mergulhar no mistério da vida eucarística de Santa Teresinha, vivido e narrado em sua história.

Seu pai a levava toda tarde para visitar o sacrário, diz no MA 14: “Todas as tardes ia dar um passeio com meu pai. Fazíamos juntos uma visita ao santíssimo sacramento visitando cada dia uma Igreja distinta”. Teresinha conta sua primeira comunhão traduzindo cada detalhe: nos seus escritos – RELAÇÕES, RETIROS, ATOS DE AMOR, CARTAS, MANUSCRITOS, em tudo Teresinha fala da eucaristia.

No MA 35, ela disse: “Como foi doce o primeiro beijo de Jesus em minha alma!! Foi um beijo de amor! Sentia-me amada e dizia também: eu Vos amo e me dou a Vós para sempre”. “Nada do que havia recebido alegrava meu coração… só Jesus poderia saciar-me.” Teresinha aqui viveu o mistério trinitário em seu alto grau de espiritualidade. Foi um sim que ela deu a um chamado em sua alma que a fez experienciar o céu na terra. Como tem sido nosso sim a Deus? Como temos vivido o mistério Eucarístico?

E no MA 36 ela escreveu: “O dia seguinte da minha primeira comunhão foi ainda um belo dia, mas foi marcado pela melancolia. A bela toalete que Maria me comprara e todos os presentes que eu recebera não me enchiam o coração; só Jesus poderia me contentar.” Naquele tempo não se podia comungar todos os dias… E a pequena Teresa surge o desejo de comungar frequentemente.

“Aproximadamente 01 mês depois da minha primeira comunhão, fui me confessar para a festa da ascensão e me atrevi a pedir a permissão para comungar… o Senhor Padre me concedeu! E tive a graça de ir a Santa Missa entre Papai e Maria. Me recordo com muita alegria essa segunda visita de JESUS. De novo correram-me as lágrimas, com inefável doçura. A alegria de comungar fazia-me chorar. Repetia as palavras de São Paulo: já não sou eu mas é Cristo que vive em mim.” A comunhão para Teresinha não era apenas a participação em um rito, mas é um encontro pessoal e amoroso com Jesus, onde ela se Cristifica!!

Veja o que ela diz em CT 92: “Pense que Jesus está ali no tabernáculo expressamente para você, por você somente. Ele arde de desejo de entrar no seu coração…vá! não escute o demônio, mangue dele e vá! (CT92) Ïrmãzinha querida, comungue muitas vezes, bem muitas vezes. Eis o ÚNICO remédio, se você quer se curar. Não foi à toa que Jesus colocou esta atração na sua alma”. Suas frequentes comunhões e as horas diante do sacrário, vão purificá-la, vão amadurecer a sua alma, como fogo que limpa o que está sujo. Que purifica o ouro!

Oremos com Santa Teresinha nessa dimensão eucarística de nossa vida e fé. Ao seu exemplo, procuremos encontrar o Cristo eucarístico que vem habitar em nossa alma e transformar todo nosso ser e reflitamos: Como está o nosso ardor pela Santa Eucaristia?

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