TRÍDUO EM HONRA AO 150º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SANTA FACE – 2º dia

2º Dia – 30/12/2022: “A pequena Doutora…”

“Seus defeitos que lhe serviram para crescer na perfeição” (Ms A 8v).

Aos três anos “o furãozinho “tão atordoado” mostra “uma teimosia quase invencível” (CF 159). E a sua linda “boquinha” pode gritar até “afogar-se” (CF 147). Se a enternecida mamãe chega até premiar o “diabinho que é a alegria de toda a família” (CF 157) “uma natureza escolhida” (CF 195) – “pequena natureza angelical” (CF 201) -, mais tarde, a Santa distinguirá numa “natureza como a minha” um “grande amor-próprio”: “quão longe eu estava de ser uma menina sem defeitos” (Ms A 8 r-v). Por outro lado, ao realçar o seu “amor ao bem” (“bastava que me dissessem que uma coisa não estava bem, para não ter vontade que me repetissem duas vezes”, Ms A 8v), subscreve implicitamente os louvores da mãe em matéria do “coração de ouro” (CF 159) da sua filha mais nova, que “não mentiria por todo o ouro do mundo” (CF 195). Com o passar dos anos, comprova que o seu “orgulho” natural e o seu “amor ao bem” inato, que a fizeram reagir positivamente aos conselhos pedagógicos recebidos, transmitiam uma ação secreta de Jesus, que “soube tirar proveito de todos os seus defeitos que, dominados a tempo, lhe serviram para crescer na perfeição” (Ms A 8v). Reconheçamos Teresa é consciente de tudo quanto deve a estes “pais incomparáveis” (Ms A 4r), aos quais, cheia de veneração, julgará “mais dignos do Céu do que da terra” (Ct 261). “Aprouve a Deus rodear-me de amor toda a minha vida. As minhas primeiras recordações estão marcadas pelos mais ternos sorrisos e carícias! Mas, se colocou junto de mim muito amor, também pôs muito dentro do meu coraçãozinho, criando-o amante e sensível, e assim eu amava muito o Papai e a Mamãe e testemunhava-lhes a minha ternura de mil maneiras”. (Ms A 4v)

Meditando com a OCDS: “A pequena doutora da Ciência do Amor”

(Maria Inês, OCDS)

“É o amor que eu quero e não sacrifício, conhecimento de Deus mais do que holocaustos” – cf. Os 6,6.

As Escrituras Sagradas levam-nos a refletir o sentido maior de nossas vidas, o que de fato, nos é essencial. O próprio Cristo, em Mateus 9, 13, retoma tal citação. Fomos criados por Amor e para o Amor; um Deus que quer nos potencializar, nos divinizar: deseja unir-se a nós… Mas, para tanto, precisamos desejar… tornar-nos disponíveis à ação amorosa da Chama Viva do Espírito Santo de Amor.

Parece que a pequena doutora da Ciência do Amor, Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada face, vem até nós como testemunha da força libertadora e restauradora de tais verdades; ela que pode acolher, assimilar, desde criança, que a nossa vocação mais profunda, mais genuína, é o Amor. Encontrou um caminho de vitória, pois desde cedo, pôde adentrar nas riquezas de se cultivar uma vida interior:“… me escondia atrás da minha cama, num espaço vazio que ali havia…”- escreve Santa Teresinha- onde permanecia a pensar em Deus, na vida, na eternidade… “Agora compreendo- conclui a Santa- que fazia oração sem saber e que já naquele tempo Deus instruía-me em segredo” – cf. MA 33V.

Como “quem busca, encontra” (cf. Lc 11, 10), a pequena flor de Jesus, transbordante de amor, poetiza:

“Viver de Amor, Senhor, é te guardar em mim,

Verbo incriado, Palavra de meu Deus,

Ah, divino Jesus, sabes que Te amo sim.

O Espírito de Amor me abrasa em chama ardente…

…E não quero possuir outros bens,

Abrasando-me toda em seu Amor,

A Ele quero unir-me e vê-Lo:

Eis meu destino, eis meu céu: Viver de Amor!!!!”

(cf. P 17- Viver de Amor)

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