NOVENA A SÃO JOSÉ 2023 – São José no Carmelo Teresiano e na Igreja 8. dia
EM NOSSA HISTÓRIA ENCONTRAMOS NOSSA MISSÃO
ORAÇÃO A SÃO JOSÉ
A vós, ó Bem Aventurado São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de termos implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, com confiança solicitamos vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu a Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes para com o Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno à herança que Jesus Cristo conquistou com o seu sangue, e nos socorrais nas nossas necessidades com vosso auxílio e poder.
( faça seu pedido)
Protegei, ó guarda providente da divina família, protegei a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós ó Amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do altar do céu, ó nosso Fortíssimo Sustentáculo, na luta contra o poder das trevas e, assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas de seus inimigos e de toda adversidade.
Amparai a cada um de nós com vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos virtuosamente viver, piedosamente morrer e obter do céu a eterna bem aventurança. Amém!
Papa Leão XIII
São José, rogai por nós
SÃO JOSÉ, O PAI DO SILÊNCIO
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!
Sabemos que vivemos em um mundo extremamente barulhento. Até nossas realidades religiosas fazem tanto barulho, que torna difícil a concentração.
Ao longo da história da Igreja, na expressão da vida dos santos, na espiritualidade de todos eles, tem uma virtude comum a todos, que exala e que clama ser vivida, é o silêncio. Vejamos o que nos ensina São João da Cruz em D 130 – Ditos de Luz e amor:
”A maior necessidade que temos para progredir é calar, diante desse grande Deus, o apetite e a língua, pois a linguagem que Ele mais ouve é a do amor calado.”
Deus vê no segredo – disse Nosso Senhor! São Joao da Cruz acrescenta:
” Deus realiza sua operações no silêncio. O silêncio é uma lei das mais altas operações divinas: a geração eterna do Verbo
No livro, O Terceiro Abecedário, de Francisco de Osuna – livro que inspirou a segunda conversão de Santa Teresa de Jesus, ele nos narra:
“Não afirmamos que a consciência deve se calar e, sim, a mente. Richard de São Victor ( teólogo e filosofo do sec XII ) disse: E esta consciência pura se manifesta quando o Espírito permanece na mais alta verdade, sem mistura de pensamentos figurados. Para chegar até lá, tu dever aprender a recolher os “filhos de Israel” e acabar com o vagar das lembranças e imaginações. Acostuma-te de permanecer na tua profundidade e de esquecer tudo o que vem de fora, se é que queres a contemplação das coisas celestes e experiência de Deus.”
Para compreender essa dimensão de silêncio e não nos enganarmos, vou recorrer a Jan Van Ruysbroeck, quem inspirou Santa Elisabeth da Trindade, em seu livro: O Ornamento do Casamento Espiritual, cap 66:
“Agora grave isso: quando o homem está desnudo e livre de imagens, inativo de sua potencias, entra no repouso da mera natureza…esse repouso pode ser encontrado na própria natureza, sem a Graça de Deus…um silêncio praticado dessa forma é ilegítimo, pois trás com ele cegueira e ignorância, um afundamento dentro de si mesmo, sem atividade… esse é o começo de todos os erros espirituais… isso é chamado de luxúria espiritual, um apego exagerado ao amor natural que é sempre direcionado a si próprio…já o amante introspectivo de Deus, é aquele que o possui em amor fruitivo, e, a si mesmo, em união e amor ativo, e toda a sua vida é de virtudes de acordo com a justiça.”
No mundo com tantas mentalidades místicas, onde importamos diferentes espiritualidades, precisamos discernir onde se encontra o verdadeiro silêncio da alma. Não se encontra no repouso da potências apenas, como um descanço. O verdadeiro silêncio de Deus constrói na alma uma identidade caritativa. Ela nos levanta para a ação. Sai do ego para o amor. Ordena e transforma tudo em Deus. O silêncio da graça constrói a identidade de Deus na alma do homem, o transfigura.
Que a tua mão direita não saiba o que a esquerda fez”
Quando fordes orar, entra no teu quarto, e no silêncio do teu coração ora a teu Pai e ele te ouvirá”
Quando te bateres de um lado da face, oferece a outra face
‘Quando te chamares pra caminha uma légua, vai e caminha duas”
São palavras de Cristo que expressam a necessidade do silêncio que fala nas ações humanas, nas virtudes da alma.
Esse mesmo silêncio viveu José. Não temos nenhuma palavra dele na Bíblia. Pouca coisa escrita sobre ele também.
E o silêncio de José falou demais porque frutificou. O silêncio de José começou nos seu sonhos. Do silêncio mais profundo para a ação.
Nos disse Gabriel de Santa Maria Madalena, em Intimidade Divina:
“Desde o momento em que o anjo lhe revelou o segredo da maternidade de Maria, José começa a viver na órbita do mistério da Encarnação: é seu espectador, guarda, adorador, servidor. Vai consumindo a vida nestas incumbências, num clima de comunhão com Jesus e Maria, de oração silenciosa e adoradora. Para si nada tem e nada busca.”
Assim, a missão de José se fez tão frutifica, tão grandiosa, apenas no seu silêncio. Parece-nos difícil compreender essa dimensão porque nossa mente está em constante atividade e cobramos isso de nós mesmos. Mas lembremos do que nossa Santa Madre nos disse: “A oração não consiste em muito pensar, mas em muito amar”
E nesse amor Calado, como chama São João da Cruz, é que nasce as aguas mais cristalinas da fonte mais pura que brota do interior do homem, que brota do mais fundo do castelo interior, que é a verdade de Deus para cada um de nós, nossa missão de vida, o desejo de Deus para nós e nossa união com ele.
Deixemos São João da Cruz cantar para nós essa experiência mística:
A noite sossegada
Quase aos levantes do raiar da aurora
A música calada
A solidão sonora
A ceia que recreia e enamora.
São José, rogai por nós!
MEDITAÇÃO
O salmo 94 de hoje é muito providente. Ele nos chama a ouvir a vos de Deus. “ oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações”
A escuta de Deus exige o silêncio de nossa alma. Vamos refletir sobre isso em nossas vidas.
1- Como está o silencio do seu coração?
2- Você tem dado tempo para ouvir a voz de Deus?
3- Faça o propósito hoje de buscar o silêncio interior!
Boa reflexão meus irmãos?
TERÇO DE SÃO JOSÉ E ORAÇÃO FINAL
OFERECIMENTO
Ofereço esse terço em louvor e glória de Jesus, Maria e José, para que sejam minha luz, guia e proteção, defesa, amparo e fortaleza em todos os meus trabalhos, alegrias, agonias e tribulações. Pelo nome de Jesus e pela Glória de Maria, imploro a vós, glorioso São José que alcanceis a graça que desejo (peça sua graça agora…pausa… pedir a graça). Advogai em minha causa, falai em meu favor, no céu e na terra, alegrai a minha alma para honra e glória de Jesus e Maria.
Credo
Pai Nosso
Ave Maria
Nas contas grandes: Glória ao Pai – Meu glorioso São José, nas vossas maiores aflições e tribulações não vos valeu o anjo do Senhor? Valei-me São José!
Nas contas pequenas: São José, Valhei-me!
ORAÇÃO FINAL
Ó José, homem sábio, resplandecente de bondade, levando nos braços a Cristo, fostes santificado. Intercedei agora pelos que celebram vossa memória.
Ó justo!
Ó José santíssimo! Esposo da Mãe de Deus, a Santíssima Virgem!
Ó vós, feliz! Pedi incansavelmente ao verbo que liberte das tentações a quem vos venera! Guardastes a Imaculada que conserva intacta sua virgindade e na qual o Verbo de fez carne. Continuastes a protege-la depois do nascimento de Jesus. Com a Virgem Maria, lembrai-vos de nós! Amem!
São José, Rogai por nós
Deus os abençoe!
Ana Catarina da Santíssima Trindade, OCDS ( Fortaleza, CE)
Comissão de Espiritualidade
(Vinculado à Comissão de Formação)
Província São José
Referências Bibliográficas
1- JOÃO DA CRUZ (Santo). Obras completas. 7a Ed. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 106
2- OSUNA, FRANCISCO DE. Terceiro abecedário da vida espiritual. Goiânia: Scala , 2016, p. 29 – 30
3- RUYSBROECK, JAN VAN. O ornamento do casamento espiritual. São Paulo: Polar, 2013, p.199 – 200