NOVENA DE SÃO JOSÉ 2024 – Imitai o silêncio de São José – 3º Dia

Nesse terceiro dia de novena a São José, após já iniciarmos o silêncio proposto, com o coração mais determinado na busca de interioridade, convido você acalmar o corpo e a alma das distrações. Inspire e expire profundamente… permita se sentir no momento presente… visualize a presença de Jesus em você. E chame o Espírito Santo… o educador das almas, a brisa leve… vem Espírito Santo…

Hoje iremos refletir sobre a faculdade da memória em nossa vida.

Continuando o pensamento de Garrigou – Lagrande, em seu livro “As Três Idades da Vida Interior”, ele nos diz que: “A memória intelectual não é faculdade distinta da inteligência. E por que nossa memória precisa ser purificada? Porque desde o pecado original e em consequência dos nossos pecados pessoais, ela está cheia de recordações inúteis e às vezes perigosas.”

Lembremos que a tradução de Homem, no Hebraico, quer dizer: Fazer memória. O homem faz memória o tempo todo.

São João da Cruz, em 3S 5,1, nos escreve:  “As apreensões naturais da memória causam ainda um terceiro dano à alma: estorvam nela o bem moral e privam-na do bem espiritual.  O bem moral consiste no domínio da paixões e freio dos apetites desordenados, trazendo um espírito tranquilo, pacificado, sossegado e as virtudes morais. Ora, essas rédeas e freios não podem ser mantidos se a alma não esquece e aparta de si todos os objetos que produzem as afeições!”

Ele também nos orienta quanto as nossas faculdades:  “A fé age no entendimento, a esperança na memória e a caridade, na vontade.” (2S 6,1)

São João da Cruz também vem nos ensinar os proveitos que trás à alma uma memória purificada em Deus: “Consiste na tranquilidade e paz interior de que goza o espírito pela carência de agitação e perturbação oriunda das ideias e notícias da memória.”

Dessa forma o que mais se opões a uma memória ordenada a Deus é o próprio esquecimento de Deus. Ouça o que nos diz Garrigou-Lagrange: “O esquecimento de Deus faz com que nossa memória fique imersa no tempo, de modo que já não veja sua relação com a eternidade, com os benefícios e as promessas de Deus. Isso faz com que vejamos  as coisas na linha do tempo, onde só o presente é real. Não valorizamos os imensos benefícios da Encarnação redentora, da instituição da Eucaristia, da missa diária… E São João da Cruz nos ilumina quando diz que a cura dessa memória desordenada está na esperança da eterna beatitude. No Salmo 76 está o brado “No dia de minha angústia, eu me recordo de Deus…eu quero me lembrar de suas obras e de suas maravilhas de outrora. O Salmo 70 nos diz: “eu me lembrarei de tua justiça, somente a tua.”

São José, o Pai adotivo de Jesus, foi aquele descendente de Davi, que fez memória de todo o povo escolhido de Deus para a revelação da boa nova. Em São José está  o espírito da verdadeira devoção. Ele não se exaltou por isso mas se humilhou e guardou tudo em seu coração.
Foi simples, humilde, paciente. Soube interpretar os sinais dos tempos. Foi plenamente aberto à graça de Deus. Dessa forma foi purificado pela virtudes teologais da fé, esperança e caridade. A exemplo de São José, olhe para sua história, nela pode estar presente sua missão. Peça a Deus para purificar sua memória para que Ele venha resgatar seu interior corrompido pelo pecado, transgredido na imaginação e maculado na esperança.  Lembre das graças que Deus já operou em sua vida…recorde da misericórdia de Deus sempre que estiver aflito…

Deus é o Deus do impossível e o impossível ele pode realizar em sua vida.

Silencie… porque o Senhor sabe mais de você que você mesmo…deixe que Ele opere em sua vida agora, pela intercessão de São José. No silêncio e recolhimento, faça memória de Deus durante o dia de hoje.