NOVENA A SÃO JOSÉ 2023 – São José no Carmelo Teresiano e na Igreja 3. dia

SÃO JOSÉ, PAI DO TRABALHO

Que o Senhor Jesus seja louvado!

Reunidos aqui mais uma vez para entendermos mais das virtudes Josefinas, aprendermos delas e por em prática.

Gostaríamos hoje de destacar São José como homem trabalhador, modelo daquele que faz do trabalho uma expressão do amor. É como nos escreve São João Paulo II , na sua Exortação Apostólica REDEMPTORIS CUSTUS : o trabalho é uma expressão do amor.

A Exortação reflete:

 “A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: «Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso» (Lc 2, 51). Esta «submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o «filho do carpinteiro», tinha aprendido o ofício de seu «pai»… Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória litúrgica de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção”.

Mas será que temos tido tal consciência? O mundo do trabalho, tem sido marcado por particular complexidade -desenvolvimento técnico e científico, especialização e concorrência às vezes impiedosa, desemprego- que geralmente não se apresenta apenas como fonte de promoção e de desenvolvimento, mas como alienação, exploração, ocasião de luta e de marginalização. Nesse contexto, temos perdido uma visão mais ampla, do quanto o trabalho pode ser um lugar para o encontro pessoal do ser humano com Deus, como manifestação concreta de uma vida nova em Cristo.

Como escreve a Santa Madre Teresa, nas Sétimas Moradas:

“Ó irmãs minhas! Como a alma a quem Deus concede essa graça deve negligenciar seu descanso! Quão pouco deve se importar com a sua honra… Toda a sua lembrança se concentra em contentá-Lo mais, bem como mostrar-Lhe o amor que tem por Ele. Pois isto é oração, filhas minhas; para isto serve este matrimônio espiritual: para fazer nascer obras, sempre obras!”- 7 M 4,6.

No evangelho de João, Jesus afirma : “Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho” (cf. Jo 5,17).

Sem dúvida o mundo necessita de médicos, engenheiros, advogados, motoristas, pedreiros, professores, que sejam movidos pelo Amor, a reconhecerem em cada pequeno gesto seu, a realização de uma missão- uma resposta à sua vocação. “A ação do homem sobre a terra, quando é inspirada e sustentada pela caridade, contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus, que é a meta para onde caminha a história da família humana ( cf. Caritas in Veritate- 7).

Sim, a oração e a ação devem caminhar sempre juntas, como nos escreve Santa Teresa: “Crede-me que Marta e Maria devem andar juntas” (7 M 4, 12).

Uma oração sem ação não é verdadeira e o trabalho sem oração pode perder o seu significado maior… Como nos exorta o Papa Francisco:

“Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, quebrantando-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se...” – cf. EG 262

Como nos diz São João da Cruz: “A alma que caminha no amor não cansa e nem se cansa”- Ditos 95

Enfim, sabemos que no “crescimento humano de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça» teve uma parte notável a virtude da laboriosidade, dado que «o trabalho é um bem do homem», que «transforma a natureza» e torna o homem, «em certo sentido, mais homem»- cf. RC 23. E nos emociona lembrar que “no Sacrifício eucarístico a Igreja venera «a memória da gloriosa sempre Virgem Maria … e também a de São José», porque foi quem «sustentou Aquele que os fiéis deviam comer como Pão de vida eterna»- cf. RC. (6)

Que o glorioso São José, exemplo de vida santificada pelo trabalho, venha nos inspirar, para que também nós, façamos de cada gesto um reflexo do amor de Deus.