TEMA: IMITAI O SILÊNCIO DE SÃO JOSÉ
4º DIA: O SILÊNCIO – A UNIÃO DAS VONTADES
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Deus e Senhor meu, Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, creio que estou em Vossa soberana presença agora, quando pretendo consagrar a São José esta novena. Quero, nesta novena, aprender as virtudes que, com tanta perfeição, praticou o glorioso Patriarca São José e alcançar, por sua intercessão, as graças de que tanto preciso.
Feche seus olhos e faça seu pedido.
“ A maior necessidade que temos para progredir é calar diante deste grande Deus, o apetite e a língua, pois a linguagem que ele mais ouve é a do amor calado.”
Nesse quarto dia de novena a São José, após já iniciarmos o silêncio proposto, com o coração mais determinado na busca de interioridade, convido você acalmar o corpo e a alma das distrações. Inspire e expire profundamente… permita se sentir no momento presente… visualize a presença de Jesus em você. E chame o Espírito Santo… o educador das almas, a brisa leve… vem Espírito Santo…
Hoje iremos refletir sobre o mover da nossa vontade.
No Evangelho de São João 4, 34, Jesus declara: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou”. Em João 6, 38, reforça: “Desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Garrigou-Lagrange, em seu livro “As Três Idades da Vida Interior”, destaca a importância da purificação da vontade. Leva-nos a refletir que o principal defeito da vontade, é a falta de retidão, resultante do egoísmo, de um amor desordenado de nós mesmos… Ele escreve: “… O egoísmo é manifestadamente a fonte de todos os pecados. Dali nascem a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, o orgulho da vida”…
O autor ainda acrescenta: “na prática de todas as virtudes, a docilidade à vontade divina supõe a abnegação da vontade própria, isto é, da vontade não conforme à de Deus. Somente o espírito de sacrifício, fazendo morrer em nós o amor desregrado de nós mesmos, pode assegurar o primeiro lugar ao amor a Deus e nos dar a paz… É isto que levava Nosso Senhor a dizer: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo” (Mt 16, 24); “se o grão de trigo cai na terra e não morre, permanece sozinho; mas se ele morre, dá muito fruto… Quem ama sua vida ( de maneira egoísta) irá perdê-la…”
Por isso somos convidados para, assim “Como São Paulo no instante de sua conversão”, rezar a cada dia: “Senhor, que quereis que eu faça?” (At 9,6)-
Nossa Santa Madre Teresa, também salienta, em seu belíssimo Poema: “Sou vossa, sois o meu fim: Que mandais fazer de mim?” (Cf. P 2).
Sem dúvida, como escreve o Santo Padre João da Cruz: …”Saindo a alma da casa de sua própria vontade, e do leito de seu próprio gosto, ao acabar de sair, logo achará ali fora a Sabedoria divina, que é o Filho de Deus, seu Esposo (cf. C 3, 3).
E como modelo da docilidade à vontade de Deus, depois da Virgem Maria, encontramos São José, o Pai adotivo de Jesus, que o amou com um coração de pai, como nos escreve Papa Francisco, na sua Carta Apostólica Patris Corde. Lembra-nos ainda, que “os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura, Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o gênero de pai que era e a missão que a providência lhe confiou …Sabemos que era um humilde carpinteiro (cf. Mt 13, 55), desposado com Maria (cf. Mt 1, 18; Lc 1, 27); um «homem justo» (Mt 1, 19), sempre pronto a cumprir a vontade de Deus manifestada na sua Lei (cf. Lc 2, 22.27.39) e através de quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22)”.
José não mirava para os seus interesses pessoais, mas o seu coração humilde e repleto de amor, assumiu com coragem, a paternidade legal de Jesus.
“Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa” (Mt 1, 24). Ele recebeu-a com todo o mistério da sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo: demonstrou deste modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem àquilo que Deus lhe pedia por meio de seu mensageiro” – Cf. Redemptoris Custos, 3- São João Paulo II.
A exemplo de São José, olhe para sua história, para a sua missão. Peça a Deus para purificar sua vontade, renovando a sua confiança no Amor infinito do Senhor por você. Sua graça nos basta… na Sua vontade encontra-se o Bem maior… Peçamos a graça, pela intercessão de São José, de sermos dóceis a vontade do Senhor.
ORAÇÃO
Lembrai- vos, ó puríssimo Esposo da Virgem Maria, ó meu doce Protetor São José, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado vossa proteção, implorando vosso socorro e não fosse por vós consolado. Com grande confiança, venho à vossa presença recomendar-me fervorosamente a vós. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la piedosamente. Meu glorioso São José, nesse dia que segue, intercede a Jesus para dá-me a virtude do silêncio para ordenar minhas faculdades interiores. Silenciar minha alma e meu coração e contemplar a verdade que Deus tem reservada para mim! Que minha vontade seja toda ordenada em Deus para a vivência da virtude da caridade! Amém!
São José, Rogai por nós!
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Amém!
Referencias Bibliográficas:
Ana Catarina da Santíssima Trindade, ocds. Com. Senhora do Carmo. Fortaleza, Ce.
Província São José – Comissão de Espiritualidade
José Edson Pellicano
Mesmo não sendo capaz de manter rotinas e programas pessoais tenho conseguido realizar a novena do pai glorioso. Sinto-me reforçado a cada dia.