Tema:
Com São José no IV Centenário de Canonização
de Santa Teresa de Jesus (12/03/1622 – 2022)
Lema:
“É coisa de espantar as grandes mercês que Deus me tem feito
por meio deste bem-aventurado Santo”. (Vida 6,6)
ORAÇÃO INICIAL: (Todos os dias)
“É inegável que mais do que nenhum outro santo, Teresa de Jesus, fez do culto a São José um dos elementos característicos da piedade e da fisionomia espiritual do Carmelo” (Patris Corde). Rezemos pedindo a São José, ao longo destes nove dias, com Santa Teresa de Jesus, que celebra o seu IV Centenário de Canonização, para que alcancem de Deus as graças da saúde da alma e do corpo, da unidade e da paz para as famílias, para a Igreja, para o Carmelo e para o mundo inteiro, especialmente, para o povo ucraniano.
Acolhei, ó Deus nosso Pai, a súplica que vos fazemos com São José e Santa Teresa de Jesus (…………..), unidos à Bem-Aventurada Virgem Maria.
Pai-Nosso. Ave-Maria. Glória ao Pai.
Glorioso São José, rogai por nós!
Santa Teresa de Jesus, intercedei por nós!
7º DIA – 16/03/2022.
Tema: A fé de José encontra-se com a fé de Maria.
“Em especial, as pessoas de oração sempre lhe haviam de ser afeiçoadas. É que não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos – no tempo em que tanto passou com o Menino Jesus – sem que se dê graças a São José pelo muito que então Os ajudou”. (Santa Teresa de Jesus – Vida 6,8)
Ora ao iniciar-se esta peregrinação, a fé de Maria encontra-se com a fé de José. Se Isabel disse da Mãe do Redentor: “Feliz daquela que acreditou”, esta bem-aventurança pode, em certo sentido, ser referida também a José, porque, de modo análogo, ele respondeu afirmativamente à Palavra de Deus, quando esta lhe foi transmitida naquele momento decisivo. A bem da verdade, José não respondeu ao «anúncio» do anjo como Maria; mas «fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa». Isto que ele fez é puríssima “obediência da fé” (cf. Rom 1, 5; 16, 26; 2 Cor 10, 5-6). Pode dizer-se que aquilo que José fez o uniu, de uma maneira absolutamente especial, à fé de Maria: ele aceitou como verdade proveniente de Deus o que ela já tinha aceitado na Anunciação. O CV II ensina: “A Deus que revela é devida a ‘obediência da fé’ (…); pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus, prestando-lhe “o obséquio pleno da inteligência e da vontade” e dando voluntário assentimento à sua revelação”. A vida espiritual que José nos mostra, não é um caminho que explica, mas um caminho que acolhe. Só a partir deste acolhimento, desta reconciliação, é possível intuir também uma história mais excelsa, um significado mais profundo. José não é um homem resignado passivamente. O seu protagonismo é corajoso e forte. O acolhimento é um modo pelo qual se manifesta, na nossa vida, o dom da fortaleza que nos vem do Espírito Santo. Só o Senhor nos pode dar força para acolher a vida como ela é, aceitando até mesmo as suas contradições, imprevistos e desilusões.
Santa Teresa de Jesus – Vida e Canonização:
Santa Teresa de Jesus se impôs universalmente como autoridade na doutrina mística; ponto referencial para a avaliação de outras experiências místicas no campo da santidade foram os seus livros; a eles atingiram abundantemente os cultores da teologia mística na sistematização desta ciência, até determinar a natureza da teologia a partir não só dos princípios mas também da própria experiência, como Teresa fizera no Castelo Interior. Nesta apoteose teresiana que se estende do século XVII até as primeiras décadas do xx século, se devem notar alguns inconvenientes. Primeiro: prevaleceu a atenção barroca pelas coisas extraordinárias, e extrapolação dos fenômenos místicos de seu contexto contenutístico, a forma literária inflada com que freqüentemente foi apresentada a doutrina de Teresa. Segundo: os grandes comentadores da mística teresiana deram livre curso à fantasia ao procurarem fazer uma apresentação sistemático-escolástica com a pretensão de fazer quadrar perfeitamente as descrições teresianas com os raciocínios da teologia escolástica de Santo Tomás de Aquino e dos seus discípulos. É o caso de dizer, emprestando a frase de vom Balthasar, que a leve borboleta teve de suportar a pesada couraça de chumbo. As límpidas, diretas e imediatas descrições teresianas sofreram a deformação de um escolasticismo que em tempos de pobreza bíblica, patrística, litúrgica não apreciaram os valores substanciais postos em luz por Teresa.
Encomendar a São José e Santa Teresa: A prática da fé.
Propósito do dia: A virtude da CORAGEM.
ORAÇÃO FINAL: (Todos os dias)
Os Santos ajudam todos os fiéis «a tender à santidade e perfeição do próprio estado». A sua vida é uma prova concreta de que é possível viver o Evangelho. À semelhança de Jesus que disse: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29), também os Santos são exemplos de vida que havemos de imitar. A isto nos exorta explicitamente São Paulo: «Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores» (1 Cor 4, 16). O mesmo nos diz São José através do seu silêncio eloquente. (Patris Corde 7)
Dirijamos-lhe a nossa oração:
Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém.
(Patris Corde – 8/12/2020. PP. Francisco)
Estela da Paz.
Estela Maria Teresa de Jesus, OCDS.
Comissão de Espiritualidade.
Comissão de História.
Referência:
Bíblia Sagrada – Evangelhos.
Catecismo da Igreja Católica.
Exortação apostólica Redemptoris Custos. S. João Paulo II, 15/08/1889.
Carta Apostólica Patris Corde. Papa Francisco, 08/12/2020.
Carta dos Superiores, O.Carm e OCD. 2020.
Livro da Vida, de Santa Teresa de Jesus.
Cervera, OCD. Frei Jesus Castellano. TERESA DE JESUS MESTRA DE VIDA ESPIRITUAL.
SANTOS, Luciana Lopes. Os Letrados e a Doutora: os processos de canonização de Santa Teresa de Jesus e a Universidade de Salamanca (1591-1610)