NOVENA DE SÃO JOSÉ 2024 – Imitai o silêncio de São José – 7º Dia

Nesse sétimo  dia de novena a São José, após já iniciarmos o silêncio proposto, com o coração mais determinado na busca de interioridade, convido você acalmar o corpo e a alma das distrações. Inspire e expire profundamente… permita se sentir no momento presente… visualize a presença de Jesus em você. E chame o Espírito Santo… o educador das almas, a brisa leve… vem Espírito Santo…

Hoje iremos refletir sobre o pecado  da preguiça.

Ouçam o que nos diz a Palavra de Deus em Prov. 24, 30-34: “Perto da terra do preguiçoso eu passei, junto à vinha de um homem insensato: eis que por todas as partes cresciam abrolhos…vendo isso refleti; daquilo que havia visto, tirei essa lição: um pouco de sono, um pouco de torpor, um pouco cruzando as mãos para descansar e virá a indigência como um vagabundo, a miséria como um homem armado.”

“Entre os pecados capitais, existe um que se põe diretamente ao amor de Deus e à alegria que resulta da generosidade a seu serviço: a preguiça”, nos disse Garrigou – Lagrange em seu livro “As Três Idades da Vida Interior”. Ele continua dissertando sobre a preguiça: “a preguiça é a repugnância consentida e culpável pelo trabalho ao esforço e, como consequência, a tendência à ociosidade…não é moleza ou torpor de mal de saúde, mas a má disposição da vontade e da sensibilidade, pela qual se teme e recusa o esforço… quando a preguiça atinge os deveres religiosos necessários à santificação ela se chama acídia.

Adolph Tanquerey, teólogo do sec. XIX, nos descreve: “para descrever a malícia da preguiça deve-se ter em mente que o homem foi criado para trabalhar. Em Gn 2,15 está escrito: “O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo.” Tanquerey continua: “O trabalho é uma exigência da natureza humana para exercitar suas faculdades…a lei do trabalho é anterior ao pecado original…com o pecado o trabalho passou a ser não somente uma lei da natureza, mas também uma punição…”comerá o pão com o suor do teu rosto (Gn 3,19)…assim o preguiçoso falha duplamente, na lei natural e positiva, comete pecado cuja gravidade mensura-se pela gravidade das obrigações que negligencia… fomos criados para servir a Deus e cumprir com nossos deveres de estado..Para recuperar o preguiçoso é necessário gravar em sua alma convicções profundas sobre a necessidade do trabalho… Ninguém diga: sou rico, não tenho necessidade trabalhar. Se não o tens para ti, deves trabalhar para os demais. Quantos pobres precisando de socorro! Quantos ignorantes por instruir, corações feridos para consolar! Empresas para fundar que dariam pão para os que não tem? Junte-se a isso o esforço continuado e metódico, pois o preguiçoso instintivamente retrocede diante do esforço.”

Quanto à acídia, ou preguiça espiritual, fala-nos Garrigou – Lagrange: “a acídia é um pecado capital que principia muitos outros pecados. Por que? Porque o homem busca consolações para fugir das tristezas e dos desgostos que lhe inspiram as coisas espirituais devido à renúncia e ao trabalho sobre si mesmo que elas exigem.”

São João da Cruz nos disse: ”A respeito da preguiça espiritual, os principiantes são tomados de tédio nas coisas que são mais espirituais, e delas procuram fugir, por não encontrarem ai consolações sensíveis. ( 1 N 7,2) O mesmo Santo explica que: “Na purificação passiva dos sentidos não se encontra nem gostos, nem consolações nas coisas divinas.”( 1N 1,12)

São José é o Pai dos Trabalhadores, o Pai do Operários. Com ele aprendemos a dignidade do trabalho. Na Patris Corde, do Papa Francisco, ele diz: “Um aspecto que caracteriza São José é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento de sua família. Com ele, Jesus aprendeu”

Peçamos a São José Operário que encontremos vias de purificar nossas ações, motivações, oferta de vida e amor ao Reino de Deus, para que através do nosso trabalho, sejamos ponte de amor para o mundo. Que de nós seja exortado toda preguiça, negligência, descompromisso, procrastinação e que nos seu lugar infunda em nós o verdadeiro espírito de serviço a Deus.