

27 de Agosto de 2022
Sábado da XXI Semana do Tempo Comum
Santa Mônica, esposa, mãe e viúva
Memória obrigatória
Texto Orante: Frei Eduardo Sanz de Miguel, OCD
Motivação
Celebramos a festa de Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho, que tanto orou pela conversão de seu filho. Sua maior alegria foi a conversão deste filho amado à fé católica.
Ontem lemos a parábola das cinco virgens prudentes e as cinco néscias e hoje lemos a dos “talentos” que recebemos para fazê-los frutificar. As duas seguem unidas e formam uma única parábola. Estar despertos e ter o azeite da lâmpada preparado é o mesmo que fazer frutificar as capacidades pessoais e fazer o bem aos irmãos.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: “Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida, viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ Chegou também o que havia recebido dois talentos e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não
plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas, daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!’”
O “talento” era a quantidade de prata que cabia em uma ânfora (uns 30 quilos), não estamos falando de pequenas quantidades ou de coisas sem valor. Deus confiou a seus servos dons verdadeiramente valiosos e preciosos, “a cada um segundo sua capacidade”.
Este é um tema muito querido para Santa Teresa de Jesus, que não se cansa de dizer que nossa alma é como um palácio cheio de tesouros, de capacidades (físicas, psíquicas e espirituais) que Deus nos concedeu para que as desenvolvamos. Para ela, a humildade não consiste em dizer “eu não sei, eu não posso, eu não valho”. Pelo contrário, a verdadeira humildade envolve a aceitação alegre de nossas capacidades, fazendo-as frutificar. Por isso, afirma: “Quisera eu muito avisá-las de que procurem não esconder o talento, pois parece que Deus as quer escolher para proveito de outras muitas, em especial nestes tempos em que há falta de amigos fortes de Deus para sustentar os fracos.” (Vida 15,5)
Escreve Santa Teresa de Jesus:
“Façamos, pois, de conta que dentro de nós há um palácio de grandíssima riqueza, todo feito de ouro e pedras preciosas, enfim, como sendo para tal Senhor, e vós sois parte para que este edifício seja tal, como na verdade é; pois não há edifício de tanta formosura como uma alma limpa e cheia de virtudes, e quanto maiores mais resplandecem as pedras, e neste palácio está este grande Rei, que houve por bem ser vosso Pai, e está em trono de grandíssimo preço, que é o vosso coração.”
(Caminho de Perfeição 28,9)
“Te damos graça, Senhor,
porque em teu Filho feito homem
quis compartilhar teu amor
com cada homem e mulher.
Com a misericórdia
que brota do coração da Trindade,
põe em movimento nossas vidas,
para que sejam ricas
de obras de misericórdia e compaixão
até aos irmãos e irmãs
que se encontram em necessidade.
Que nossa religiosidade
seja cada dia mais autêntica
e comprometida.
Amém.
Frei Eduardo Sanz de Miguel, OCD
Tradução livre do App Evangelio Orado oferecido por Carmelitas Descalços Província Ibérica
Referência:
• – Imagens disponíveis na WEB