V CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESA DE JESUS (1515-2015)
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A
Igreja e as diferentes Ordens e Congregações de espiritualidade
carmelita e teresiana celebram de 15 de Outubro de 2014 até 15 de
Outubro de 2015 o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus.
Apresentamos, em traços muito breves, o «bilhete de identidade» desta
Santa Carmelita.
Igreja e as diferentes Ordens e Congregações de espiritualidade
carmelita e teresiana celebram de 15 de Outubro de 2014 até 15 de
Outubro de 2015 o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus.
Apresentamos, em traços muito breves, o «bilhete de identidade» desta
Santa Carmelita.
Teresa
de Ahumada e Cepeda nasceu em Ávila, Espanha, a 28 de Março de 1515.
Era a filha mais nova de 9 irmãos e 3 irmãs. Foram seus pais Alonso de
Cepeda, descendente de judeus conversos, e Beatriz de Ahumada, de
família nobre, ambos «pais virtuosos e tementes a Deus» (Vida 1,1),
que a educaram na piedade e nos afazeres da casa. Aos 14 anos, Teresa
perde a sua mãe. A experiência prematura de orfandade levou-a até aos
pés da Virgem Maria, e pede-lhe que seja sua Mãe (Vida 1,7).
de Ahumada e Cepeda nasceu em Ávila, Espanha, a 28 de Março de 1515.
Era a filha mais nova de 9 irmãos e 3 irmãs. Foram seus pais Alonso de
Cepeda, descendente de judeus conversos, e Beatriz de Ahumada, de
família nobre, ambos «pais virtuosos e tementes a Deus» (Vida 1,1),
que a educaram na piedade e nos afazeres da casa. Aos 14 anos, Teresa
perde a sua mãe. A experiência prematura de orfandade levou-a até aos
pés da Virgem Maria, e pede-lhe que seja sua Mãe (Vida 1,7).
Aos
16 anos, após um período de vaidade e instabilidade, próprios da fase
juvenil, é internada por seu pai durante um ano e meio no convento das
Irmãs Agostinhas de Nossa Senhora das Graças, na cidade de Ávila. A
amizade com uma santa religiosa infundiu-lhe o desejo de abraçar a Vida
Consagrada. Aos 20 anos, contra a vontade de seu pai, ingressa no
Carmelo da Encarnação. Fez a sua profissão a 3 de Novembro de 1537.
16 anos, após um período de vaidade e instabilidade, próprios da fase
juvenil, é internada por seu pai durante um ano e meio no convento das
Irmãs Agostinhas de Nossa Senhora das Graças, na cidade de Ávila. A
amizade com uma santa religiosa infundiu-lhe o desejo de abraçar a Vida
Consagrada. Aos 20 anos, contra a vontade de seu pai, ingressa no
Carmelo da Encarnação. Fez a sua profissão a 3 de Novembro de 1537.
Pouco
tempo depois, devido a uma doença misteriosa, vê-se obrigada a
abandonar o Convento. Neste período de repouso, em casa de uns
familiares, entra em contacto com os livros espirituais da sua época.
Deixa-se cativar pelo Terceiro Abecedário de Francisco de Osuna que a inicia na prática da oração mental (Vida
4,6). Durante o Verão de 1539, a doença agrava-se e, durante três dias,
fica como morta. Só a tenacidade de seu pai impede que a enterrem (Vida 5,9). Recuperou mas esta crise deixou marcas. Regressou, meia paralisada, ao seu Convento de Ávila (Vida 6,1-2). Atribuiu o seu completo restabelecimento a uma intervenção especial de São José (Vida 6,6-8), de quem se tornou muito devota. No entanto, a falta de saúde marcará toda a sua vida.
tempo depois, devido a uma doença misteriosa, vê-se obrigada a
abandonar o Convento. Neste período de repouso, em casa de uns
familiares, entra em contacto com os livros espirituais da sua época.
Deixa-se cativar pelo Terceiro Abecedário de Francisco de Osuna que a inicia na prática da oração mental (Vida
4,6). Durante o Verão de 1539, a doença agrava-se e, durante três dias,
fica como morta. Só a tenacidade de seu pai impede que a enterrem (Vida 5,9). Recuperou mas esta crise deixou marcas. Regressou, meia paralisada, ao seu Convento de Ávila (Vida 6,1-2). Atribuiu o seu completo restabelecimento a uma intervenção especial de São José (Vida 6,6-8), de quem se tornou muito devota. No entanto, a falta de saúde marcará toda a sua vida.
Reformadora do Carmelo
Deus,
querendo unir Teresa mais a Si como sua esposa, purificou-a durante 18
anos com toda a espécie de provas: doenças, securas, dúvidas de fé… Um
dia, quando decorria o ano de 1554, com 39 anos, diante de uma imagem
de Cristo muito chagado e atado à coluna, o coração grande e terno de
Teresa perturbou-se e, desfeita em lágrimas, entregou-se verdadeira e
incondicionalmente à vontade de Deus. Comprometeu-se a fazer sempre o
mais perfeito, rompendo com todos os laços que a prendiam às criaturas. A
partir deste momento, como que morre Teresa de Cepeda e nasce Teresa de
Jesus; é «outra vida» a que agora inicia. Ao ler, por esta altura, as Confissões de Santo Agostinho sente-se confirmada na mudança de rumo (Vida 9,8-9).
Como fruto de uma intensa evolução espiritual, Teresa, com um punhado
de amigas íntimas, decide-se a abraçar uma vida carmelita mais perfeita (Vida
32,9-10), voltando à observância da Regra Primitiva da Ordem. Funda, a
24 de Agosto de 1562, o Convento de S. José, em Ávila, enfrentando
muitas oposições, chegando mesmo a pensar que tudo estava perdido (Vida 36). Mas depois de meses de luta, Teresa prossegue com a reforma da sua Ordem.
querendo unir Teresa mais a Si como sua esposa, purificou-a durante 18
anos com toda a espécie de provas: doenças, securas, dúvidas de fé… Um
dia, quando decorria o ano de 1554, com 39 anos, diante de uma imagem
de Cristo muito chagado e atado à coluna, o coração grande e terno de
Teresa perturbou-se e, desfeita em lágrimas, entregou-se verdadeira e
incondicionalmente à vontade de Deus. Comprometeu-se a fazer sempre o
mais perfeito, rompendo com todos os laços que a prendiam às criaturas. A
partir deste momento, como que morre Teresa de Cepeda e nasce Teresa de
Jesus; é «outra vida» a que agora inicia. Ao ler, por esta altura, as Confissões de Santo Agostinho sente-se confirmada na mudança de rumo (Vida 9,8-9).
Como fruto de uma intensa evolução espiritual, Teresa, com um punhado
de amigas íntimas, decide-se a abraçar uma vida carmelita mais perfeita (Vida
32,9-10), voltando à observância da Regra Primitiva da Ordem. Funda, a
24 de Agosto de 1562, o Convento de S. José, em Ávila, enfrentando
muitas oposições, chegando mesmo a pensar que tudo estava perdido (Vida 36). Mas depois de meses de luta, Teresa prossegue com a reforma da sua Ordem.
Poucos
anos depois, o Senhor revela-lhe outra missão: fundar mais conventos
segundo um novo estilo de vida: um pequeno grupo de Irmãs, não mais que
21, que recordasse o grupo dos apóstolos, onde a relação com Jesus pela
oração fosse um exercício contínuo, onde se cultivasse a amizade entre
as Irmãs e que todas colocassem as grandes preocupações da Igreja e do
Mundo nas suas preces e orações. Mas Teresa ainda deseja ir mais longe e
estende a Reforma das Irmãs também aos Frades, tal como veio a
acontecer, depois de conhecer S. João da Cruz, em 1567, em Medina del
Campo, cativando-o para a sua obra. O primeiro Convento de Frades
Descalços é fundado em Duruelo, a 28 de Novembro de 1568, marcado por
uma vida orante, fraterna e apostólica.
anos depois, o Senhor revela-lhe outra missão: fundar mais conventos
segundo um novo estilo de vida: um pequeno grupo de Irmãs, não mais que
21, que recordasse o grupo dos apóstolos, onde a relação com Jesus pela
oração fosse um exercício contínuo, onde se cultivasse a amizade entre
as Irmãs e que todas colocassem as grandes preocupações da Igreja e do
Mundo nas suas preces e orações. Mas Teresa ainda deseja ir mais longe e
estende a Reforma das Irmãs também aos Frades, tal como veio a
acontecer, depois de conhecer S. João da Cruz, em 1567, em Medina del
Campo, cativando-o para a sua obra. O primeiro Convento de Frades
Descalços é fundado em Duruelo, a 28 de Novembro de 1568, marcado por
uma vida orante, fraterna e apostólica.
Amiga de Cristo, mulher de oração e escritora
A
relação mais viva com Cristo deu-se através da leitura e meditação do
Evangelho e das Vidas de Cristo. O Evangelho era o seu livro preferido.
Teresa, depois de 1554, centrou-se sempre mais em Cristo, cultivando as
virtudes humanas e cristãs, tais como a verdade, a humildade, o amor, a
afabilidade, a determinação, os grandes desejos, como condição
fundamental para crescer na oração e contemplação. À medida que o tempo
passa, Teresa sente-se mais submergida em Cristo, ao ponto de exclamar
como São Paulo: «Já não sou eu que vivo, mas sois Vós, Criador meu, que
viveis em mim» (Vida 6,9).
relação mais viva com Cristo deu-se através da leitura e meditação do
Evangelho e das Vidas de Cristo. O Evangelho era o seu livro preferido.
Teresa, depois de 1554, centrou-se sempre mais em Cristo, cultivando as
virtudes humanas e cristãs, tais como a verdade, a humildade, o amor, a
afabilidade, a determinação, os grandes desejos, como condição
fundamental para crescer na oração e contemplação. À medida que o tempo
passa, Teresa sente-se mais submergida em Cristo, ao ponto de exclamar
como São Paulo: «Já não sou eu que vivo, mas sois Vós, Criador meu, que
viveis em mim» (Vida 6,9).
Professou
sempre uma terna devoção a Jesus Menino. A Paixão e Morte do Senhor
foram sempre a sua meditação favorita. Teresa contemplava todo o
mistério de Cristo à luz da Ressurreição, sobre a qual tem uma rica e
abundante doutrina. Juntamente com o seu vivo amor a Jesus, a Santíssima
Virgem e São José foram os modelos e intercessores mais marcantes na
sua vida.
sempre uma terna devoção a Jesus Menino. A Paixão e Morte do Senhor
foram sempre a sua meditação favorita. Teresa contemplava todo o
mistério de Cristo à luz da Ressurreição, sobre a qual tem uma rica e
abundante doutrina. Juntamente com o seu vivo amor a Jesus, a Santíssima
Virgem e São José foram os modelos e intercessores mais marcantes na
sua vida.
A oração, concebida «como trato de amizade com Quem sabemos que nos ama» (Vida 8,5),
ocupa um lugar central na sua experiência espiritual e na sua doutrina.
Teresa legou à Igreja, com os seus escritos, um método completo de
oração mental e vocal, estudando todas as etapas que deve percorrer a
pessoa para chegar à contemplação, isto é, aos últimos graus da oração, à
união de amor com Deus, que ela também chama de matrimónio espiritual.
ocupa um lugar central na sua experiência espiritual e na sua doutrina.
Teresa legou à Igreja, com os seus escritos, um método completo de
oração mental e vocal, estudando todas as etapas que deve percorrer a
pessoa para chegar à contemplação, isto é, aos últimos graus da oração, à
união de amor com Deus, que ela também chama de matrimónio espiritual.
Teresa
de Ávila escreveu muito, não por vontade própria mas por ordem dos seus
confessores e superiores. Os seus escritos têm como tema central a sua
experiência de Deus. Deixou-nos uma ampla doutrina e conselhos para a
vida espiritual. As principais obras, carregadas de humanismo e
vivacidade, são: Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Castelo Interior ou As Moradas, Fundações, Cartas, Poesias e outros escritos menores.
de Ávila escreveu muito, não por vontade própria mas por ordem dos seus
confessores e superiores. Os seus escritos têm como tema central a sua
experiência de Deus. Deixou-nos uma ampla doutrina e conselhos para a
vida espiritual. As principais obras, carregadas de humanismo e
vivacidade, são: Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Castelo Interior ou As Moradas, Fundações, Cartas, Poesias e outros escritos menores.
Morreu
a 4 de Outubro de 1582, num dos seus carmelos, em Alba de Tormes, a
caminho de Ávila, deixando fundados, à sua morte, 17 carmelos por toda a
Espanha. Contava a idade de 67 anos, 6 meses e 7 dias. Teresa de Jesus
amou tanto a Igreja, ao ponto de se dispor a morrer por ela. As suas
últimas palavras, no seu leito de morte, foram exactamente: «Morro filha
da Igreja» e «Chegou a hora, Esposo meu, de nos encontrarmos». Paulo
VI, a 27 de Setembro de 1970, proclamou-a Doutora da Igreja Universal.
a 4 de Outubro de 1582, num dos seus carmelos, em Alba de Tormes, a
caminho de Ávila, deixando fundados, à sua morte, 17 carmelos por toda a
Espanha. Contava a idade de 67 anos, 6 meses e 7 dias. Teresa de Jesus
amou tanto a Igreja, ao ponto de se dispor a morrer por ela. As suas
últimas palavras, no seu leito de morte, foram exactamente: «Morro filha
da Igreja» e «Chegou a hora, Esposo meu, de nos encontrarmos». Paulo
VI, a 27 de Setembro de 1970, proclamou-a Doutora da Igreja Universal.
«Santa
Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida cristã para os fiéis de
todos os tempos. Na nossa sociedade, muitas vezes desprovida de valores
espirituais, Santa Teresa ensina-nos a ser incansáveis testemunhas de
Deus, da sua presença e da sua acção; ensina-nos a sentir realmente essa
sede de Deus que existe no nosso coração, esse desejo de ver Deus, de
buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos. Esta é a
amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia,
novamente» (Bento XVI).
Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida cristã para os fiéis de
todos os tempos. Na nossa sociedade, muitas vezes desprovida de valores
espirituais, Santa Teresa ensina-nos a ser incansáveis testemunhas de
Deus, da sua presença e da sua acção; ensina-nos a sentir realmente essa
sede de Deus que existe no nosso coração, esse desejo de ver Deus, de
buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos. Esta é a
amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia,
novamente» (Bento XVI).
Possam
estas breves notas sobre a vida de Santa Teresa de Jesus estimular a
descoberta do legado desta mulher extraordinária, «Mestra dos
Espirituais», cuja principal herança são os seus escritos e a grande
família que gerou na Igreja.
estas breves notas sobre a vida de Santa Teresa de Jesus estimular a
descoberta do legado desta mulher extraordinária, «Mestra dos
Espirituais», cuja principal herança são os seus escritos e a grande
família que gerou na Igreja.