TRÍDUO COM SANTA ELISABETE DA TRINDADE – 2022 – 3º DIA
1º DIA – TRÍDUO COM SANTA ELISABETE DA TRINDADE – 2022.
De 05 a 07 de novembro de 2022.
“Para mostrar-nos seu amor” (Diário 1899)
“Até que Ele venha” (1 Cor 11, 26)
ORAÇÃO INICIAL (Todos os dias):
Sinal da Cruz.
Vinde Espírito Santo…
Meditação inicial:
Jesus celebrando a última ceia com os seus Apóstolos, no decorrer do banquete pascal, deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica. Em cada Santa Missa, atualizamos o Mistério de sua passagem ao Pai, pela sua morte e ressurreição, que chamamos de “a Páscoa nova”. Esta é assim antecipada na ceia e celebrada, e dá cumprimento a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino. Ao ordenar que repetissem os seus gestos e palavras, “até que Ele venha” (1 Cor 11, 26), Jesus não pede somente que se lembrem d’Ele e do que Ele fez. Tem em vista a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do Pai. (cf. Catecismo 1340-41)
Neste tríduo somos convidados à meditação com Santa Elisabete da Trindade sobre a importância da Eucaristia, a fim de manter viva a chama do amor e da adoração a Jesus Cristo nosso Senhor, e ao mesmo tempo, poder nos oferecer pela conversão de tantos que não O conhecem, que não O experimentam. Em sua adoração eucarística, nossa santa exclama que “três coisas são admiráveis na instituição da adorável Eucaristia: 1) O dom que nos faz Jesus… 2) O momento que Jesus escolhe para outorgar-nos este dom, quando um povo enfurecido trama a sua morte… 3) O motivo pelo qual Jesus nos faz esse dom. E para ganhar nosso coração, para mostrar-nos seu amor, para conquistar o nosso!…” (Diário Espiritual, 30/03/1899) Apresentemos nossas intenções particulares, e rezemos pela Igreja, pelo Carmelo e por nossas famílias, pelas intenções do papa Francisco, pelos bispos e cardeais, e por todo o clero, a fim de que jamais nos falta o “o amor do coração de Deus na Eucaristia”.
Intenções: (…)
Oração:
Ó Deus, rico em misericórdia, que revelastes à Santa Elisabete da Trindade o mistério da vossa presença na alma dos justos e fizestes dela uma adoradora em espírito e verdade, concedei-nos por sua intercessão que, permanecendo no amor de Cristo, mereçamos ser transformados em templos vivos do Espírito Santo de amor, para o Vosso louvor e glória infinita. Amém.
SANTA ELISABETE DA TRINDADE,
Rogai por nós!
++++++++++++++++++++++++++++
3º DIA – 07/11/2022.
Tema: Nós O adoramos na fé
“Debaixo da humilde Hóstia”. Pedi a Deus que eu viva plenamente meu dote de esposa, que esteja inteiramente à sua disposição, toda atenta em minha fé e possa o Mestre conduzir-me aonde lhe aprouver. Quisera estar sempre perto d’Aquele que conhece todo o mistério e ouvir tudo de seus lábios. A linguagem do Verbo é a efusão do Dom. Não é assim que Ele fala à nossa alma no silêncio? Para mim, este caro silêncio é uma beatitude. Da Ascensão ao Pentecostes estivemos em retiro, no Cenáculo, à espera do Espírito Santo. Estávamos tão bem! Durante toda esta oitava temos o Santíssimo exposto no Oratório; são horas divinas que passamos naquele cantinho do céu, onde possuímos a visão em substância, debaixo da humilde Hóstia. Sim, é o mesmo que os bem-aventurados contemplam na claridade e que nós adoramos na fé. (cf. Carta 190).
História e vida:
“Comunga pela última vez”
S. Elisabete experimentará o peso da Cruz, porém carregará a sua Cruz em obediência a Jesus que convida aos seus discípulos a “segui-lo” (Mt 8, 34). “Eu não posso dizer que amo o sofrimento em si mesmo, mas o amo porque ele me faz conforme Aquele que é meu Esposo e meu Amor”. Antes do fim de março de 1906, Elisabete entra na enfermaria do Carmelo, e de forma progressiva entrará em esgotamento total. Alimentando-se com dificuldades. Madre Germana classifica os oito meses e meio de terrível a enfermidade que acometeu Elisabete da Trindade. É impossível retraçar aqui com detalhes a evolução desta doença nem toda a riqueza espiritual que a acompanha. Provavelmente, além de uma tuberculose, Elisabete foi atingida pela doença de Addison, então incurável, afecção crônica das glândulas suprarrenais que não produziram mais as substâncias necessárias para o metabolismo. Donde resulta a astenia característica, perturbação gastrointestinal, náuseas, hipertensão arterial, impossibilidade de se alimentar, emagrecimento, tudo isto conduz a um esgotamento físico total e à morte. Sobre este estado geral se inserem com Elisabete outras complicações, como ulcerações interiores e fortes dores. “No dia de todos os Santos, comunga pela última vez”! Elisabete sai de sua prostração e pede perdão às suas irmãs em termos emocionantes. Convidada a lhes dizer ainda alguma palavra, ela responde: “Tudo passa”! Na tarde da vida só o amor permanece… É preciso fazer tudo por amor; é preciso se esquecer sem cessar: o bom Deus ama tanto quem se esquece de si… Ah, se eu tivesse feito sempre assim”.
Doutrina Católica:
“A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”.
(Jo 6,55-56)
“OS SINAIS DO PÃO E DO VINHO”
O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, tal como o anúncio da paixão os escandalizou: «Estas palavras são insuportáveis! Quem as pode escutar?» (Jo 6, 60). A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo mistério e não cessa de ser ocasião de divisão. «Também vos quereis ir embora?» (Jo 6, 67): esta pergunta do Senhor ecoa através dos tempos, como convite do seu amor a descobrir que só Ele tem «palavras de vida eterna» (Jo 6, 68) e que acolher na fé o dom da sua Eucaristia é acolhê-l’O a Ele próprio. (Catecismo 1336)
Oração silenciosa:
“Meu bom Jesus, eu te retribuirei amor por amor, sacrifício por sacrifício. Tu te imolaste por mim e eu, por minha vez, ofereço-me a ti como vítima. Eu te consagrei minha vida, eu quero te consolar e para isso, com tua graça sem a qual eu nada posso, estou pronta a tudo. O meu Jesus, eu te amo tanto, queria tanto te fazer um pouco de bem… Fazei-me sofrer. O Deus todo-poderoso. Ofereço-me como vítima pelos pecados do mundo. Ofereço-me com Jesus meu Esposo. Jesus, Holocausto supremo. Aceitai esta pobre vítima, apaziguai a vossa cólera, perdoai a esta pobre alma*, eu vos suplico. Sem dúvida, é justo que eu sofra depois de vos haver ofendido tanto. Mas esses sofrimentos eu não os enfrento por mim, mas enfrento-os pelos pobres pecadores, a fim de que eles retornem ao seu Jesus, ao seu Deus que eles abandonaram!” (Diário Espiritual, 30/03/1899)
Propósito pessoal:
Pai-Nosso.
Ave-Maria.
Glória ao Pai…
++++++++++++++++++++++++++++
ORAÇÃO FINAL (Todos os dias):
ELEVAÇÃO À SANTÍSSIMA TRINDADE
“TRINDADE QUE ADORO”
Rezemos esta oração que foi composta por Santa Elisabete da Trindade, em 21 de novembro de 1904, que é sem dúvida uma das mais belas e profundas orações dedicadas à Santíssima Trindade, sendo uma espécie de síntese de sua vida espiritual.
“Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para me estabelecer em Vós, imóvel e pacífica, como se minha alma já estivera na eternidade; que nada me possa perturbar a paz nem arrancar-me de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me transporte mais profundamente em Vosso Mistério!
Pacificai minha alma; fazei dela o Vosso Céu, Vossa morada querida e o lugar de Vosso repouso; que eu não Vos deixe jamais só; mas fique toda inteira Convosco, toda atenta em minha fé, em atitude de adoração e entregue inteiramente a Vossa ação criadora.
Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, quanto desejaria ser uma esposa para Vosso coração; quanto desejaria cobrir-Vos de glória, quanto desejaria amar-Vos… Até morrer!… Mas sinto minha impotência e, por isso, peço-Vos revesti-me de Vós mesmo, identificai minha alma com todos os movimentos da Vossa. Submergi-me, penetrai-me, substitui-Vos a mim, a fim de que minha vida não seja senão uma irradiação da Vossa. Vinde a mim como Adorador, como Reparador, como Salvador.
Ó Verbo Eterno, Palavra de meu Deus, quero passar minha vida a escutar-Vos, quero ser inteiramente dócil, para aprender tudo de Vós; e depois, através de todas as noites, de todos os vácuos, de todas as impotências, quero ter sempre os olhos fitos em Vós e ficar sob Vossa grande Luz. Ó meu Astro querido, fascinai-me a fim de que eu não possa mais sair dos Vossos raios.
Ó fogo devorador, Espírito de Amor, vinde a mim para que em mim se opere uma como encarnação do Verbo; que eu seja para Ele uma humanidade de acréscimo na qual Ele renove o seu Mistério.
E Vós, ó Pai, inclinai-Vos sobre vossa pobre criatura, cobri-a com Vossa sombra, vede nela somente o Vosso Bem-Amado no qual pusestes todas as vossas complacências.
Ó meu “Três”, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão Infinita, Imensidade em que me perco, eu me entrego a Vós qual uma presa, sepultai-Vos em mim, para que eu me sepulte em Vós, na esperança de ir contemplar em Vossa Luz o abismo de Vossa grandeza.”
Glória ao Pai… Amém.
Salve-Regina.
SANTA ELISABETE DA TRINDADE,
Rogai por nós!
Estela da Paz, OCDS.
(Comunidade São José, Petrópolis/RJ).
Comissão de História.
Comissão de Espiritualidade.
Referência:
Carta ao Seminarista Chevignard – 14/06/1903. (TRINDADE, Elisabete da. Obras Completas. Ed. Vozes, 1993.
PHILIPON, M. M. A Doutrina Espiritual da Irmã Elisabeth da Trindade. Livraria Agir, 1957.
REIS, Manuel Fernandes. Isabel da Trindade: Interioridade Teologal Unificada (I).
Catecismo da Igreja Católica.