TERESA, INSTRUMENTO DA GLÓRIA DE DEUS: OS 453 ANOS DA FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE SÃO JOSÉ DE ÁVILA.

TERESA, INSTRUMENTO DA GLÓRIA DE DEUS: OS 453 ANOS DA FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE SÃO JOSÉ DE ÁVILA.

O santo mosteiro onde Santa Madre Teresa deu início ao Carmelo Descalço. 
No livro de sua Vida,
narra Teresa de Jesus a conclusão do início de uma história que já se prolonga
por 453 anos:
“Por fim, estando tudo pronto, foi o Senhor servido
que, no dia de São Bartolomeu, algumas religiosas tomassem hábito. Pôs-se o
Santíssimo Sacramento, e o novo mosteiro do glorioso pai nosso São José foi
fundado, cumpridas todas as formalidades requeridas e obtidas as devidas
autorizações, no ano de 1562 (…) 
Para mim, foi como que antegozar a glória ver
instalado o Santíssimo Sa­cramento. Vi então realizada, de acordo com os meus
desejos, uma obra que eu sabia ser para o serviço do Senhor e para a honra de
sua gloriosa Mãe. Deu-me também grande consolo ter feito o que Deus tanto me
recomendara e ter dado a esta localidade mais uma igreja, dedicada ao meu
glorioso pai São José; não que eu julgasse ter feito alguma coisa para isso, o
que nunca me parecia nem parece (sempre entendo que era o Senhor quem o fazia,
e aquilo que eu fazia tinha tantas imperfeições que eu devia antes me culpar do
que merecer agradecimentos). Mas me alegrava muito ver que Sua Majestade me
tomara por instrumento — embora eu fosse tão ruim — para obra tão grande
(S. Teresa de
Jesus, Vida, 36, 6-7).
No V Centenário
de seu nascimento, este testemunho de Teresa recorda-nos seu grande amor a
Cristo presente na Igreja e na Eucaristia, pelo qual ela desdobra-se nesta que
será a primeira de suas fundações.

Seu
reconhecimento pela ação de Deus em sua vida chama-nos a atenção: o mosteiro é
obra Dele para o serviço de sua honra e glória. Teresa é consciente de estar
colaborando com seu pouco para isso. É instrumento dócil e humilde e em suas
mãos. Por isso ela pode dizer: Vossa sou, para Vós nasci, o quê mandais fazer
de mim?

Ela parece
convidar-nos hoje, quando recordamos o início da Reforma do Carmelo teresiano,
a viver nossa vocação e missão com o sentido maior que é a glorificação da
Trindade e do qual fala Papa Francisco na exortação apostólica Alegria do
Evangelho:



      “Unidos a Jesus, procuramos
o que Ele procura, amamos o que Ele ama. Em última instância, o que procuramos
é a glória do Pai, vivemos e agimos «para que seja prestado louvor à glória da
sua graça» (Efésios 1, 6). Se queremos entregar-nos a sério e com perseverança,
esta motivação deve superar toda e qualquer outra. O movente definitivo, o mais
profundo, o maior, a razão e o sentido último de tudo o resto é este: a glória
do Pai que Jesus procurou durante toda a sua existência. Ele é o Filho
eternamente feliz, com todo o seu ser «no seio do Pai» (João 1, 18). Se somos
missionários, antes de tudo é porque Jesus nos disse: «A glória do meu Pai
[consiste] em que deis muito fruto» (João 15, 8). Independentemente de que nos
convenha, interesse, aproveite ou não, para além dos estreitos limites dos
nossos desejos, da nossa compreensão e das nossas motivações, evangelizamos
para a maior glória do Pai que nos ama” (267)
.

Possamos este
dia agradecer ao Pai pelo carisma de Teresa na Igreja e perguntar-nos: a minha
ação é para a glória de Deus e para o louvor da Virgem Maria e de São José? 

Boa festa a todos!

Frei Alzinir F. Debastiani, ocd.






Algumas belas fotos  do Mosteiro de São José, em Ávila:

Fachada externa (foto atual)
Capela conventual
Claustro
Cela de la Santa 
Refeitório antigo



Foto antiga, antes da reforma atual da fachada e calçadas externas. 
Detalhe da imagem do glorioso São José, com o Menino Jesus. 
Pátio interno do mosteiro.

O glorioso São José: “patrocinador” da obra teresiana. 

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