REFLEXÕES NOS DIAS QUE ANTECEDEM OS 500 ANOS DE NASCIMENTO DE SANTA TERESA SOBRE SANTA TERESA, PAPA, IGREJA, RELIGIOSOS ALEGRIA E FOFOCA

REFLEXÕES NOS DIAS QUE ANTECEDEM OS 500 ANOS DE NASCIMENTO DE SANTA TERESA SOBRE SANTA TERESA, PAPA, IGREJA, RELIGIOSOS ALEGRIA E FOFOCA


Frei Mariano Júnior, ocd

O presente
artigo foi escrito por frei Mariano Júnior após meditar a reportagem no site:
http://www.zenit.org/portuguese/doacao.html

acessado
em 24/03/2015


O que tem a ver Santa
Teresa
, o Papa, a Igreja, religiosos, alegria -fofoca?
Tem nada a ver, mas ao mesmo tempo tem tudo a ver. Pode existir um santo
triste? Houve que dissesse que um santo triste é um triste santo. A brincadeira,
ainda que em forma de ironia, parece ser características dos santos. Ainda que
nem todos tivessem acesso aos clássicos ou conhecesse adágios como ridendo mores castigat.


SANTA TERESA. Quem
não se lembra da anedota de Teresa quando, depois de levar um tombo, ao ver o
menino Jesus exclamou: “por isso tem poucos amigos”. Jesus permitiu que Teresa
caísse, por isso ela retruca dizendo que ele tinha poucos amigos, Ele que em seu
evangelho diz ser o Mestre e convida aos seus discípulos a estarem unidos a
Ele. Tal Mestre, tal discípulos.


Teresa queria ser amiga de Deus. Sentia-se atraía a ser
amiga de Deus. Amiga forte, amiga em tempos difíceis. Estava determinada. A
determinada determinação de que tanto fala. E pela graça de Deus, caminhando
sempre na fé – ainda que às escuras – por isso entregando-se totalmente a
vontade de Deus que se manifesta pela mediação de seus confessores /superiores,
custe o que custar, deu-se inteiramente a Ele. 
Por isso, tornou-se a Teresa de Jesus. E teve a graça de saber- em suas
visões ou alucinações- que Ele era o ‘Jesus de Teresa’. Encontrou dificuldades.
Sofreu calúnias ‘a andariega’, mas, pela graça de Deus, naqueles tempos
difíceis (tempo de Lutero, de guerras religiosas e novo mundo) conseguiu morrer
‘filha da Igreja’.


Pena que Teresa ficou conhecida mais pelas suas ‘graças
místicas’ do que ‘discípula’ de Jesus. 
Quando se fala em místico, o acento cai, sobretudo, nos fenômenos
extraordinários ou sobrenaturais. É verdade que ‘não somos anjos’ e que
precisamos de consolações sensíveis para expressar a nossa fé. Mas o mais
importante não são tais fenômenos. Aliás, eles podem muitas vezes atrapalhar a
caminhada espiritual. Lembremos que o discípulo é aquele que está sempre a
caminho seguindo as pegadas do Mestre. 
Deter-se nos fenômenos – ainda que pareçam vir de Deus – e atrasar o
passo. Teresa dirá que tais fenômenos ou graças mística servem para ‘dar
forças’ para agir, tomar decisões, obrar. ‘Obras quer o Senhor’, escreverá no
livro onde expressa sua maturidade espiritual (VII moradas). Tinha consciência
de que ‘nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas o
que FAZ a vontade do Pai. ‘Fazer a vontade do Pai’, é o que pedimos na oração
do Pai-nosso. E para isso é preciso está unido ao Filho. Ele que se encontra no
mais profundo da pessoa, como um diamante, ainda que o vaso que O traz esteja
lambuzado de breu.


Místico, pois, é todo aquele que tem consciência do Diamante
que traz dentro de si e se esforça para apresenta-lo aos outros. Caminhar na
Verdade, verdade que traz em si, verdade que se manifesta onde ‘dois ou três
estiverem unidos em Seu nome’. Mesmo com ausência de fenômenos extraordinários,
é místico aquele que vive pelo Mistério.


A Escola Carmelitana, pelo menos nos seus expoentes Teresa e
João da Cruz, orienta a igreja da seguinte maneira: o que conta não são os
fenômenos extraordinários mas o ‘exercício das virtudes teologais’, a saber, a
vivência da fé, da esperança e da caridade.  Deus pode manifestar através de fenômenos
extraordinários? Pode. Afinal Ele pode tudo. Do nada, professamos, Ele criou
todo o universo. Logo, Ele pode manifestar da maneira em que bem entender. Mas
no que diz respeito à nossa salvação, à orientação à nossa vida, a vida dos
seguidores de Cristo, tudo o que Deus havia de comunicar à sua Igreja, Deus a
comunicou por seu Filho Jesus. Por isso, no que diz respeito a fenômenos
(visões, locuções  interiores, vozes…)
devem ser ignoradas, ou quanto muito partilhadas com o orientador ou diretor
espiritual. Pautar a nossa vida em cima de fenômenos extraordinários/paranormais
é caminhar por trilhas perigosas. Delas deve-se fazer pouco caso, nos ensina
João da Cruz. E Teresa orientará a não agir conforme sugestões de tais
fenômenos sem antes conversar com o Confessor, pois essa era a vontade de Deus.


O PAPA. Nesses
dias, mais precisamente no dia 21, um fenômeno extraordinário aconteceu com o
Papa Francisco, segundo notícias de um site católico – Zenit. O famoso ‘milagre
de São Januário (ou Genaro), muito apreciado pelos italianos ou  descendente de italianos. É o famoso milagre
da hóstia que se transforma em sangue duas ou três vezes por ano. Dessa vez
aconteceu na visita do Papa a Nápoles. Que fez o bispo de Roma?  Como a hóstia se dissolveu apenas a metade,
comentou o papa: ‘Ele está contente com nós pela metade, por isso devemos
continuar seguindo em frente’. Como que dissesse: não paremos aí, vamos
continuar o nosso trabalho de peregrino neste mundo.
Houve que dissesse no século XIX, que as aparições de Nossa
Senhora da Conceição, viera para confirmar o Dogma da Imaculada Conceição e da
Infabilidade Papal. Necessário seria tal aparição? Pode uma aparição confirmar
alguma coisa? Necessidade há de ‘confirmações’? Não bastaria a Fé que nos foi
transmitida e o exercício das outras duas virtudes teologais, ou seja, a
Esperança e a Caridade?  Não esqueçamos
que a Tradição nos ensina que Ele é o mesmo ontem , hoje e sempre’ e que sempre
esteve com o seu povo, que falou pelos profetas e ‘nos últimos tempos falou
pelo seu Verbo que se encarnou no seio da Virgem Maria; Ele que, em seus dias
terrenos, prometeu não nos deixar órfãos e que o ‘advogado’ nos acompanharia
até a vinda gloriosa de seu Reino.


A IGREJA. Em sua
fala, nesta também em Nápoles, o Papa se centra no tripé, que direciona sua
vida, e convida a igreja toda a seguir: “Colocar Jesus no centro; amar sua mãe,
pois ela nos ajuda a fazer a vontade de Jesus; e sair em missão (isto é, viver
para os outros)”. Todas as suas falas, e também os seus escritos,
(principalmente a Alegria de Evangelizar),são convites para colocar-se na
escuta da Palavra de Deus e fazer tudo o que Ele nos pedir. Nos lembra que
‘quem quiser salvar a sua vida, vai perde-la, mas quem perder a sua vida por
causa de mim, vai salvá-la’. Por isso o bispo de Roma quer uma igreja não
enferma, uma igreja que esteja sempre em saída, uma igreja missionária. Entende
que o clericalismo é uma doença, uma enfermidade que leva a morte. Para o papa,
uma igreja que vive para si é uma igreja doente, que precisa ser ‘arejada’, no linguajar
de João XXIII.


OS RELIGIOSOS. Se
é verdade que os padres foram instituídos para estar na frente da comunidade de
fé, que receberam o mandato de ‘ensinar, reger e governar’ servindo o povo de
Deus, pode-se dizer que eles – inclui também os religiosos – são a nata da
igreja, aqueles que foram chamados por Deus 
a deixar tudo para radicalizar o seguimento de Cristo fazendo-se servos
no Servo. Deles, pois, se esperam mais. Por isso as constantes admoestações do
bispo de Roma aos presbíteros; admoestações que desconcertam alguns e dão
esperanças a outros. Exorta-os a ser ‘pastor com cheiro de ovelhas’, pois tem
consciência de que as ovelhas muitas vezes conhecem o caminho (sensos fidei) e
que, algumas vezes o pastor tem a aprender com as ovelhas.


Numa sociedade onde as decisões são na maioria das
vezes motivadas pelo econômico, alguém que opta a levar uma vida simples chama a
atenção. Por isso sonha o bispo de Roma em ver uma Igreja pobre para os pobres.
E para isso os líderes da Igreja devem dar o exemplo. Pede o Papa Francisco
algumas vezes com certa dose de ironia, como em Nápoles, onde contou a história
de uma religiosa, “uma grande religiosa, uma boa mulher, que fazia bem o seu trabalho de
tesoureira em um importante colégio”, mas que tinha o coração tão “apegado ao
dinheiro”, que selecionava as pessoas em base à renda: “Esse eu gosto porque
tem mais dinheiro”. “Esta mulher inteligente, que fez importantes edifícios,
morreu na humilhação: em uma sala diante dos professores enquanto tomava um
café, teve uma síncope e caiu”. “Davam-lhe tapas para voltar em si e não
voltava” – disse Bergoglio – “E uma professora disse: coloque uma nota de
100 pesos na cara e veja o que acontece… Não aconteceu nada. A coitadinha
estava morta, mas esta foi a última palavra que disseram quando ainda não se
sabia se estava morta”.

Faz lembrar Santa Teresa, em um de seus livros, onde querendo ensinar
suas irmãs a seguir Jesus Cristo (livro Caminho de Perfeição) escreve dizendo
que ‘vida cômoda e seguimento de Jesus Cristo não combina’.  Portanto quem quiser radicalizar o seguimento
de Jesus, deve se esforçar para levar uma vida sóbria, sem supérfluos. E para
isso, conseguiu convencer algumas pessoas e fundou o chamado Convento São José,
o primeiro de uma série dos que mais tarde será conhecido pelo nome de Ordem
dos Carmelitas Descalços.

Entendia ela, assim como parece compreender bem o Papa que o testemunho de Jesus Cristo se dá por ‘palavras e ações’. De nada adianta se
as palavras são bonitas, mas estão divorciadas das ações, da vida. Numa
sociedade em que se vive de aparência (Marketing) a Igreja é chamada a viver na
verdade, que é Cristo. A verdade por si mesma é bela. Assim, pois, a Igreja,
reflexo da Verdade, deve encantar pela beleza. Não a beleza do mundo, que traz
em si o luxo (muitas vezes também a luxúria), suntuosidade e avareza. Para o
bispo de Roma, a Igreja deve estar no mundo, mas não deve ser do mundo. Por
isso o esforço para ser transparente e caminhar na verdade, pois na verdade não
existem máscaras ou maquiagem. Por isso lembra – também em Nápolis no passado
dia 21, que quando se encontra um sacerdote que se deixa levar pela avareza, ‘é
feio, diz o papa, ‘muito feio’. É feio quando “um sacerdote é avaro e entra nos
negócios”, é feio quando, por causa do dinheiro, acontecem escândalos na Igreja
e acaba a liberdade. Quando se ouvem essas frases: “Eu deveria puxar a orelha
dessa pessoa, mas já que é um grande benfeitor e os grandes benfeitores fazem o
que querem na vida, não tenho a liberdade de dizer-lhe a verdade”. Lembra o
papa que o ‘sacerdote pode ter suas economias, mas não deve ter o coração lá’.
É a tentação do mundanismo, que Jesus não queria.

ALEGRIA E
FOFOCA
. Acima dissemos que difícil é encontrar um santo triste. Para quem
tem Deus no coração, tem a eterna alegria, ainda que não isenta de dores. O
bispo de Roma, que veio da ‘periferia do mundo para ocupar o lugar na Cidade
Eterna’ tem sofrido críticas de alguns que o tem por ‘adulador’, bonachão. Está
sempre rindo. Tem consciência da oposição que lhe fazem. Mas continua adiante
com a reforma da cúria e da Igreja. Tem consciência também que nada pode
sozinho, mas conta com a ajuda da ‘força que vem do alto’ que impulsiona a
outros também a trabalhar pela reforma. Sabe que, na visão de uma igreja
piramidal, onde o poder se dá de forma hierárquica e não colegial, a fofoca
corre à solta. Sabe que, no mundo, se se quer fazer carreira, não se pode dizer
tudo que pensa ou acredita. Quem está no mundo e quer fazer carreira no mundo,
tem que cuidar com o que diz para ‘não ficar queimado’, pois uma vez ‘queimado’
já não pode alcançar o lugar superior na hierarquia. Parece ter consciência o
papa que, numa visão de piramidal de Igreja, onde a Igreja faz concorrência com
o mundo, a fofoca corre a solta. Por isso exorta em sua pregação – como também
fez em Nápolis, falando do ‘terrorismo da fofoca’: “Quem fofoca – disse – é igual a um
terrorista que lança uma bomba, destrói tudo enquanto ele está fora”. E lamenta
acrescentando:  “Se pelo mesmo [o
fofoqueiro] fosse um camicase…”.

Faz lembrar Santa Teresa, que em um de seus escritos, dando testemunho
da própria vida, fala que, onde quer que estivesse não admitia que se falasse mal
de qualquer irmã quando esta não estava presente para ao menos se defender. E
se por acaso fosse obrigado a ouvir falas más da irmã ausente, colocava-se como
advogada daquela irmã. Com isso, pois, a santa de Ávila evitava a fofoca e
lembrava que no Carmelo, como pede a Regra, há momentos fortes de silencio e momentos
fortes de recreio.

CONCLUSÃO:

Bendito sejais,
Senhor, pela vida de seus santos e santas. Bendito sejais pela vida de Santa
Teresa. Bendito sois Vós para sempre.


*ARTIGO DO ZENIT:

E o sangue de São Januário se liquefez
nas mãos do Papa Francisco…
O milagre, nunca
acontecido com um Papa, ocorreu no último sábado na Catedral no encontro com o
clero, no qual o Pontífice advertiu sobre as tentações de especulação,
mundanismo e fofocas terroristas
Por Salvatore Cernuzio
ROMA, 23 de Março de 2015 (Zenit.org) – A história vai se lembrar deste
momento durante séculos: pela
primeira vez, o sangue de São Januário se liquefez nas mãos de um Papa durante
a visita à Catedral de Nápoles.
O milagre, que ocorre somente três vezes
por ano, aconteceu na tarde deste último sábado, 21, com o Papa Francisco, por
ocasião do seu encontro com o clero diocesano.
No final de seu discurso – longo, apaixonado, todo improvisado – o
Pontífice pegou a ampola do padroeiro de Nápoles e, depois de ter recitado a
oração ritual e tê-la beijado, passou-a para o arcebispo Crescenzio Sepe que,
verificando-a, anunciou aos mais de mil fiéis na Catedral que “o sangue
estava metade dissolvido”.
Isso nunca tinha acontecido na história, nem em visitas anteriores dos
Papas: nem com Pio IX, em 1848, nem com João Paulo II, em 1990, nem com o Papa
Bento XVI, em 2007. Hoje, porém, sim, – disse Sepe – “se v~e que o nosso Santo
gosta do Papa”.
O sangue, no entanto, estava dissolvido pela metade. O processo de
liquefação se completou instantes depois. Evidentemente, brincou Bergoglio, “se só está
dissolvido pela metade quer dizer que temos que seguir em frente e fazer
melhor. O santo nos ama pela metade”.
Os fiéis saíram da catedral satisfeitos e felizes, clamando o milagre.
Ainda mais alegres, porém, eram os quase 500 religiosos e consagrados reunidos
na Catedral. Especialmente as freiras de clausura que, bem antenadas para
cumprimentar o Bispo de Roma, criaram interlúdios agradáveis.
Especialmente aquele de algumas passionistas que, enquanto o cardeal Sepe
pronunciava o seu discurso, se ‘jogaram’ em direção ao Pontífice com entusiasmo
irreprimível para dar-lhe um presente. Enquanto rodeavam um Francisco, entre
preocupado e divertido, o prelado tentava detê-las gritando: “Basta irmãs! O
que estão fazendo? Agora vão comê-lo… E felizmente que estas são as de
clausura. Imaginemos as outras!”.
Cenas de alegria simples. Todo o encontro, além disso, foi realizado em
tom informal, com o Papa que destruiu o discurso pré-estabelecido (“porque os
discursos são chatos…”), e, sentado na cadeira por causa do cansaço, deu 3-4
diretas ao seu rebanho napolitano à espera de receber uma palavra do próprio
Pastor.
Francisco, em seguida, repropôs, por meio de anedotas vivência em primeira pessoa, alguns dos
seus maiores obstáculos para mostrar os testemunhos e os anti-testemunhos que
sacerdotes, irmãs, religiosos e religiosas podem dar ao povo de Deus.
Portanto,
“colocar Jesus no
centro”, e amar a sua Mãe Maria, buscando-a e rezando porque Ela “nos
mostra em todos os momentos o Filho”
. Ou também a alegria que deve
caracterizar cada consagrado, porque “os
consagrados tristes têm algo errado. Devem ir a um amigo ou um bom conselheiro
espiritual”
. E também o
zelo missionário,
como aquela freira de 90 anos de idade que lhe pediu a benção in
articulo mortis porque tinha que ir ao redor do mundo para fundar mosteiros.
Mas, acima de tudo
o que é necessário para os religiosos – destacou o Pontífice – é “o espírito de
pobreza”. Caso contrário se acaba como uma outra irmã: “uma grande religiosa,
uma boa mulher, que fazia bem o seu trabalho de tesoureira em um importante
colégio”, mas que tinha o coração tão “apegado ao dinheiro”, que selecionava as
pessoas em base à renda: “Esse eu gosto porque tem mais dinheiro”.
Esta mulher inteligente, que
fez importantes edifícios, morreu na humilhação: em uma sala diante dos
professores enquanto tomava um café, teve uma síncope e caiu”.
“Davam-lhe tapas para voltar em si e não voltava” – disse Bergoglio –
“E uma professora disse: coloque uma nota de 100 pesos na cara e veja o
que acontece… A coitadinha estava morta, mas esta foi a última palavra que
disseram quando ainda não se sabia se estava morta”.
Em suma, um exemplo de “mau testemunho”. Que é o acontece “quando
na Igreja entra a especulação”, advertiu o Papa. Isso é “feio”: é feio quando
“um sacerdote é avaro e entra nos negócios”, é feio quando, por causa do
dinheiro, acontecem escândalos na Igreja e acaba a liberdade. Quando se ouvem
essas frases: “Eu deveria puxar a orelha dessa pessoa, mas já que é um grande
benfeitor e os grandes benfeitores fazem o que querem na vida, não tenho a
liberdade de dizer-lhe a verdade”.
“Um sacerdote pode ter suas economias, mas não deve ter o coração
lá”, disse o pontífice. E, voltando-se sempre para os sacerdotes, alertou
contra a tentação perigosa do “mundanismo”, do “viver com o
espírito do mundo, que Jesus não queria”. Mas também o excesso de
“comodidade” é um risco, que se vê em coisas triviais como estar muito
tempo na frente da tv. Como aquelas ‘excelentes freiras’ de um colégio na
Argentina que, reestruturando a sua casa, tinham colocado em cada quarto uma
televisão. “E na hora da novela você não achava uma freira sequer pela
escola!”.
“Estas são as coisas que nos levam ao espírito do mundo”,
comentou Francisco. E o espírito do mundo, se sabe, leva para longe de Cristo.
Atenção, portanto, especialmente os seminaristas devem estar alertas. A eles o
Santo Padre dirigiu uma recomendação específica: “Se vocês não tiverem Jesus no
Centro, adiem a ordenação. Esperem alguns anos, pensem melhor…”.
A todos, finalmente, denunciou o que ele define o “terrorismo das
fofocas”. Porque “quem fofoca – disse – é igual a um terrorista que lança uma
bomba, destrói tudo enquanto ele está fora. Se pelo mesmo fosse um
camicase…”.


Fonte: http://www.zenit.org/portuguese/doacao.html  acessado em 24/03/2015

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