QUERIDO SÃO JOSÉ
Frei Patrício Sciadini, ocd.
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Amo muito São José e gostaria que todos o amassem e o tivessem como modelo de vida e protetor em todas as dificuldades, começando pelas familiares, econômicas, de fé e por aí vai. Aprendi este amor com minha Mãe Santa Teresa de Ávila que escreve com muito acerto: “Só peço, pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção. As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho.”
Dialogo muito com São José, ele não costuma responder porque é silêncio operativo, ele age, faz. Sabe que é necessário que nos coloquemos numa atitude de acolhida diante do desígnio de Deus, não importa se o compreendemos ou não. O que importa é crer que o Senhor, diante de todas as noites e lutas interiores, nos repete: “não tenhas medo!” Há momentos na vida de José, como na nossa, que é necessário estar pronto para ir aonde o Senhor quer, embora não saibamos nem como e nem porque. A Deus não se fazem perguntas, se crê que ele é amor e não poderá nos colocar em situações que nos levem longe do seu amor e do amor aos irmãos.
Na escola de São José precisamos que todo homem seja discípulo para aprender que a família é valor essencial ao qual tudo deve ser sacrificado e oferecido. O Pai não escolheu para esposo de Maria um rico que não necessitasse de trabalhar, mas sim um humilde trabalhador que, como é apresentado pelos evangelistas, era quem sabe “diarista” mais do que dono de uma marcenaria. De manhã cedo, ao primeiro canto do galo, ele se levantava e pegando seus apetrechos ia de rua em rua procurando cadeiras, arados e portas para consertar, voltando à noite, trazia pedaços de madeira para o fogo. Ele, chefe da família, presidia com Maria e Jesus as orações da família judaica, onde se rezava o “lembra-te Israel” e outras as orações e bênçãos para que durante toda a jornada a presença do Altíssimo estivesse como sombra sobre toda a família.
José sentiu como era duro viver longe do seu povoado sendo migrante no Egito, como era duro ganhar o pão de cada dia. Quem sabe por este motivo Teresa de Ávila o nomeia como ecônomo permanente dos seus mosteiros para que cuide da porta e não deixe faltar nada.
Meu querido São José, precisamos redescobrir o trabalhar para comer e não trabalhar para fazer dinheiro e tanto menos dominar os que nada têm. O mundo necessita de colocar os seus olhos sobre ti para compreender a arte da partilha e da generosidade. Hoje vivemos numa sociedade onde se acha que o trabalho enobrece o ser humano, na verdade é o ser humano que vai enobrecendo o seu trabalho, seja qual for. Para pessoa honesta não há trabalho desonesto. Mas a ganância, o desejo de riqueza, de conforto, leva o ser humano a escolher profissões degradantes, como tráfico de drogas, jogo sujo de armas, ou venda de corpos humanos como animais no mercado. Quando o lucro se faz idolatria não há mis dignidade humana, mas explosão dos instintos mais brutos do ser humano.
Meu querido São José, ensina-nos a dignidade do trabalho, unidos a Deus numa atitude de contemplação. Daí-nos o amor à família. É melhor um pedaço de pão duro, quem sabe velho, mas com a consciência tranquila que um cabrito assado e ricos almoços com consciência suja.

Marcelo Vilela
FANTÁSTICO! VALEI-NOS SÃO JOSÉ! HOJE E SEMPRE.