Peregrinos célebres em Lisieux‏

Peregrinos célebres em Lisieux‏

Muitos homens e mulheres ilustres do nosso século renderam-se aos encantos da Pequena Flor de Lisieux. Santos, intelectuais e artistas tiveram sua vidas profundamente marcadas pela espiritualidade daquela que foi considerada por Pio X “a maior santa dos tempos modernos”. A seguir, um resumo biográfico de algumas pessoas famosas, que foram a Lisieux beber na fonte do Amor de Teresa.

São Daniel Brottier

Daniel Brottier era natural da França. Nasceu no dia 7 de setembro de 1876. Ingressou na Congregação do Espírito Santo (Padres Espiritanos) e por sete anos foi missionário no Senegal (Äfrica). Na Primeira Guerra Mundial, alistou-se voluntariamente como capelão militar nas linhas de frente. Por quatros anos, assistiu os moribundos, cuidou dos feridos, deu assistência espiritual a seus compatriotas. No fim da Guerra foi condecorado com a Cruz da Guerra e com a Legião de Honra. Em 1923, tornou-se diretor da Casa dos Órfãos Aprendizes de Auteuil, que chegou a abrigar cerca de mil e quatrocentos jovens abandonados e carentes. Fundou também a União Nacional dos Antigos Combatentes, com cerca de dois milhões de associados. Sua fé, sua oração, sua grande capacidade inventiva e de organização fizeram dele um apóstolo e “homem de empresa, empreendedor e contemplativo, Daniel Brottier foi um homem de nosso tempo. Morreu no dia 28 de fevereiro de 1936. Foi canonizado pelo Papa João Paulo II, em 1984, em Roma.

São Maximiliano Maria Kolbe

Nasceu na Polônia, em 1894. Morreu num campo de concentração nazista, oferecendo sua vida em favor de um pai de família condenado à morte. Era franciscano conventual. Ensinou teologia em Cracóvia. Devotíssimo de Nossa Senhora, fundou, na Polônia, a Milícia da Imaculada. E para maior divulgação da devoção à Imaculada, criou a Revista Azul, destinada aos operários, camponeses, alcançando, em 1938, cerca de 1 milhão de exemplares. A “Cidade da Imaculada” abrigava 672 religiosos e um vasto parque gráfico. Foi preso pelos nazistas no dia 7 de fevereiro de 1941, em Varsóvia. Dali foi levado para Auschwitz e condenado a trabalhos forçados. Exerceu um verdadeiro apostolado no meio dos companheiros de infortúnio, encorajando-os a resistir com firmeza de ânimo. Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu com uma injeção de fenol que lhe administraram. Era o dia 14 de agosto de 1941. Foi canonizado por João Paulo II, em 1982.

Georges Bernanos

Escritor francês (1888-1948).Ativo participante do movimento monarquista e antiparlamentarista denominado Ação Francesa, estreou com o romance “Sob o sol de Satã”(1926), que lhe permitiu abandonar o cargo de inspetor de seguros para viver exclusivamente da literatura. Seguiram-se “A impostura” e “A alegria”(ambos de 1929) e “O grande medo dos bem-pensantes”(1930). Em 1932, rompeu com a Ação Francesa, sem abandonar, porém, as idéias conservadoras. Quando da Guerra Civil espanhola(1936-1938), suas simpatias voltaram-se de início para os franquistas; a violência destes, entretanto, levou-o a escrever “Os grandes cemitérios sob a lua”(1938), em que condenava os excessos monarquistas. Batendo-se contra o dinheiro, a mentira, a iniqüidade, a indolência, a mediocridade e a indiferença, construiu prolífica obra romanesca e dramática. Títulos principais: Diário de um pároco de aldeia, 1936; A história de Mouchette, 1937; Diálogo das Carmelitas e As crianças humilhadas, ambos de 1949.

Paul Claudel

Escritor francês(1868 – 1955). Impressionado pela leitura de Rimbaud e convertido a um catolicismo fervorosso que conservaria até a morte, teve dupla carreira, literária e diplomática. Amigo de Mallarmé, publicou Cabeça de Ouro(1890), antes de partir, como cônsul, para Nova York(1893), e depois para Boston, onde compôs seu drama “A troca”, e, finalmente, para a China, onde, durante 14 anos, ocupou diversos postos que lhe inspiraram as obras Conhecimento do Leste (1895-1904) e Conhecimento do tempo(1903). Após um retiro nas abadias de Solesmes e de Liguigé(1900) – chegou a pensar em se tornar monge -, produziu sucessivamente um drama e Cinco grandes odes. Na Europa, onde ficou de 1909 a 1917, desabrocharam seu lirismo e seu gênio dramático. Embaixador em Tóquio(1921-1927), compôs O sapato de cetim(1929) onde manifesta sua vontade de criar um teatro “total”. Após uma nova passagem por Washington(1927-1933), onde escreveu O livro de Cristóvão Colombo, e depois por Bruxelas(1933-1935), onde terminou sua carreira diplomática, Claudel dividiu sua existência entre Paris e seu castelo de Granques, comentando seu credo político e religioso.

François Mauriac

Escritor francês (1855 – 1970). Autor de vasta obra romanesca, geralmente abordando a classe média provinciana e focalizando, sob a inspiração católica, os conflitos entre o pecado e a graça, escreveu também peças de teatro, livros de memória e ensaios de crítica. Opôs-se ao fascismo e participou da Resistência durante a ocupação nazista. Prêmio Nobel de Literatura, 1952.

Julien Green

Escritor norte-americano de origem francesa (Paris 1900). Autor de Romances, peças de teatro e de um Diário que exprimem a sua constante busca da pureza através da dupla fascinação da graça mística e das tentações da carne.

Madre Teresa de Calcutá
Agnes Gonxha Bajaxhiu, religiosa indiana de origem iugoslava (Üskup, atual Skopje,1910 – Calcutá 1997).
Em Calcutá, na Índia, fundou a Ordem das Missionárias da Caridade, em 1948. Adotando a cidadania indiana, Madre Teresa e suas monjas vestiam o sari como hábito. Em 1950 sua ordem recebeu sanção canônica do papa Pio XII e em 1965 tornou-se congregação pontifícia. A Congregação abriu numerosos centros de serviço, atendendo aos cegos, idosos, leprosos, aleijados e moribundos. Em reconhecimento a seu apostolado, foi honrada, em 1971, pelo papa Paulo VI, com o prêmio Internacional da Paz. Em 1972 recebeu do governo hindu o Prêmio Nehru pela obra de compreensão internacional. Em 1973, recebeu das mãos do príncipe Phillip, duque de Edimburgo, o Prêmio Templeton, outorgado pela primeiro vez. Agraciada pela FAO (organismo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) com a medalha Ceres, nas versões ouro, prata, cobre, bronze dourado e alumínio. Em 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Henri Bergson

Filósofo francês(Paris 1859-id.1941). Doutor em Letras em 1889, mestre de conferências na Escola Normal Superior em 1897, tornou-se professor no Colégio de França em 1900 e membro da Academia Francesa em 1914. Recebeu, em 1928, o Prêmio Nobel de Literatura. É autor de uma filosofia espiritualista, preferindo a intuição à dedução como meio de acesso ao conhecimento, e a duração como fundamento do tempo à noção de temporalidade mecânica que propunha a ciência de sua época, marcada pelo positivismo. Afastou também o racionalismo e principalmente o relativismo, em favor de uma concepção humanista da ciência. A noção que ele pôs em primeiro plano na análise do riso ficou célebre: se rimos de alguém, é porque ele se comporta como se fosse um autômato (“o mecânico colocado sobre o vivo”). No fim de sua vida, aproximou-se do cristianismo, mas sem se converter.

Edit Piaf

Édith Giovanna Cassion (cantora francesa Paris 1915 – id. 1963). Descoberta em 1935, quando cantava na rua, por Louis Leplée, diretor de um pequeno cabaré parisiense, impôs-se, graças ao rádio, ao disco e ao teatro de variedades, como autêntica intérprete popular, cuja voz, forte e trágica, contrastando com seu aspecto frágil, ganhou definitivamente o coração do público. Seu repertório apoiou-se quase sempre na fatalidade do destino e na irresistível força do amor. Entre suas canções mais célebres, destacam-se : Mon légionnaire, L’hymne à l’amour, La vie en rose, Milord, Padam-padam, Les amants de demain, Non, je ne regrette rien, etc.

Emmanuel Mounier

Filósofo francês (1905 – 1950). Influenciado por Péguy, Bergson e Maritain, fundou a revista Esprit (1932) e desenvolveu uma doutrina considerada a síntese do cristianismo e do socialismo: o personalismo. Principais obras: Revolução personalista e comunitária(1935) e O personalismo (1949).

Papa João Paulo II

Visitou Lisieux pela primeira vez no dia 2 de junho de 1980. Retornou à cidade em setembro de 1996.

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