Palavras-chave para viver em paz e alegria em família: com licença, obrigado, desculpa

Palavras-chave para viver em paz e alegria em família: com licença, obrigado, desculpa

Angelus:
Papa Francisco reflete sobre a família e o drama dos migrantes e refugiados que
são vítimas de rejeição.
Apresentamos
as palavras do Papa Francisco pronunciadas antes de rezar o Angelus com os
fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro neste domingo, 29 de
dezembro.
Queridos
irmãos e irmãs, bom dia!
Neste
primeito domingo depois do Natal, a Liturgia nos convida a celebrar a festa da
Sagrada Família de Nazaré. De fato, todo presépio mostra Jesus junto com Nossa
Senhora e São José, na gruta de Belém. Deus quis nascer em uma família humana,
quis ter uma mãe e um pai, como nós.
E hoje
o Evangelho nos apresenta a Sagrada Família no caminho doloroso do exílio, em
busca de refúgio no Egito. José, Maria e Jesus experimentam a condição
dramática dos refugiados, marcada por medo, incertezas, necessidades (Mt 2,
13-15. 19-23). Infelizmente, nos nossos dias, milhões de famílias podem
reconhecer-se nesta triste realidade. Quase todos os dias a televisão e os
jornais dão notícias de refugiados que fogem da fome, da guerra, de outros
perigos graves, em busca de segurança e de uma vida digna para si e para as
próprias famílias.
Em
terras distantes, mesmo quando encontram trabalho, nem sempre os refugiados e
os imigrantes encontram acolhimento verdadeiro, respeito, apreço pelos valores
de que são portadores. As suas legítimas expectativas se confrontam com
situações complexas e dificuldades que parecem às vezes insuperáveis. Por isso,
enquanto fixamos o olhar na Sagrada Família de Nazaré no momento em que foi
forçada a fazer-se refugiada, pensemos no drama de quantos migrantes e
refugiados que são vítimas de rejeição e da escravidão, que são vítimas do
tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Mas pensemos também nos outros
“exilados”: eu os chamarei de “exilados escondidos”, aqueles exilados que podem
existir dentro das próprias famílias: os idosos, por exemplo, que às vezes são
tratados como presenças incômodas. Muitas vezes penso que um sinal para saber
como vai uma família é ver como são tratados nessa as crianças e os idosos.
Jesus quis
pertencer a uma família que experimentou estas dificuldades para que ninguém se
sinta excluído da proximidade amorosa de Deus. A fuga ao Egito por causa das
ameaças de Herodes nos mostra que Deus está lá onde o homem está em perigo, lá
onde o homem sofre, lá onde é fugitivo, onde experimenta a rejeição e o
abandono; mas Deus está também lá onde o homem sonha, espera voltar à pátria na
liberdade, projeta e escolhe pela vida e dignidade sua e dos seus familiares.
Este
nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela
simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem
às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de
reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão
recíproco. Recordemos as três palavras-chave para viver em paz e alegria em
família: com licença, obrigado, desculpa. Quando em uma família não se é
invasor e se pede “com licença”, quando em uma família não se é egoísta e se
aprende a dizer “obrigado” e quando em uma família um percebe que fez algo ruim
e sabe pedir “desculpa”, naquela família há paz e alegria. Recordemos estas
três palavras. Mas podemos repeti-las todos juntos: com licença, obrigado,
desculpa. (Todos: com licença, obrigado, desculpa!). Gostaria também de
encorajar as famílias a tomar consciência da importância que têm na Igreja e na
sociedade. O anúncio do Evangelho, de fato, passa antes de tudo pelas famílias,
para depois alcançar os diversos âmbitos da vida cotidiana.
Invoquemos
com fervor Maria Santíssima, a Mãe de Jesus e nossa Mãe, e São José, seu
esposo. Peçamos a eles para iluminar, confortar, guiar cada família do mundo,
para que possa cumprir com dignidade e serenidade a missão que Deus lhes
confiou.
(Após o
Angelus)
ORAÇÃO
À SAGRADA FAMÍLIA
Jesus,
Maria e José,
em
Vós, contemplamos
o
esplendor do verdadeiro amor,
a
Vós, com confiança, nos dirigimos.
Sagrada
Família de Nazaré,
tornai
também as nossas famílias
lugares
de comunhão e cenáculos de oração,
escolas
autênticas do Evangelho
e
pequenas Igrejas domésticas.
Sagrada
Família de Nazaré,
que
nunca mais se faça, nas famílias, experiência
de
violência, egoísmo e divisão:
quem
ficou ferido ou escandalizado
depressa
conheça consolação e cura.
Sagrada
Família de Nazaré,
que
o próximo Sínodo dos Bispos
possa
despertar, em todos, a consciência
do
carácter sagrado e inviolável da família,
a
sua beleza no projecto de Deus.
Jesus,
Maria e José,
escutai,
atendei a nossa súplica.
Roma, 29
de Dezembro de 2013 (Zenit.org)

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