NOVENA DE SÃO JOÃO DA CRUZ 2022 – 4º Dia – “Pão que o Pai come”

NOVENA DE SÃO JOÃO DA CRUZ 2022 – 4º Dia – “Pão que o Pai come”

NOVENA DE SÃO JOÃO DA CRUZ – ANO 2022.

(De 05 a 13 de dezembro de 2022)

Tema: “Da Trindade à Eucaristia”

I) Meditação inicial: (Todos os dias)

  • Sinal da Cruz. Vinde Espírito Santo…

Apropriando-nos dos propósitos deste tempo de “Advento” em que somos convidados a nos “despojar das ações das trevas para vestir as armas da luz” (cf. Rm 13,12), também nesta novena em honra ao santo Padre João da Cruz, faremos este caminho de comunhão com as prementes intenções de preparação para o Natal do Senhor que vem. Será um caminho de meditação através do poema a “Fonte” – que trata do “Cantar da alma que se alegra em conhecer a Deus pela Fé”, escrito por nosso Santo Doutor e Poeta,no cárcere de Toledo, em 1578. Na essência eucarística e trinitária destes poemas, nos encontraremos diante do divino Mistério que “que mana e corre”, e é a eterna Fonte da alegria.

Auxiliados por São João da Cruz, com o firme propósito de “revestir-nos das armas da luz” e mergulharmos no divino Mistério que “que mana e corre” da Eucaristia, que é a eterna Fonte da alegria do Deus Uno e Trino, apresentemos nossas intenções pessoais e comunitárias, rezando por todas as vocações neste terceiro Ano vocacional da Igreja no Brasil.

Pai nosso… Ave-Maria… (3x) Glória ao Pai…

São João da Cruz, rogai por nós!

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4º Dia – “Pão que o Pai come” (R 3, 81-82)

Como místico poeta, antes do tempo, ou como teólogo e mistagogo, no tempo, S. J. da Cruz nos conduze à mesma «fonte que mana e corre», a Eucaristia é, no dizer de J. Paulo II a fonte da Igreja, da Caridade, do amor ao próximo e da vida cristã. A Eucaristia é onde bebemos a água viva do Amado, (P 4, 10; 2 S 7, 6), onde comemos do mesmo pão que o Pai come, (R 3, 81-82), até nos fartarmos desse pão de vida, (P 4, 34 e 28) e do espírito divino, (1 S 7, 3) dessa «Ceia do Senhor», a «ceia que recreia e enamora» (CB 14-15, 27-29). Dói-se o místico de «Cristo ser pouco conhecido pelos que se têm por seus amigos» (2 S 7, 12). Chora o Pastorinho, com «o peito do amor mui lastimado», a frivolidade de muitos cristãos que não fazem caso do «dom incomensurável da Eucaristia» e «do seu amor fazem ausência e não querem gozar da sua presença» (P 6, 13-15). Deus é a «fonte de água viva» (Sl 42, 1-2; 63, 2); Cristo é fonte de água viva (Jo 4, 10. 13); o Espírito Santo é fonte de água viva (Jo 4, 14; 7, 37-39). Deus é, no seu ser de Pai, a fonte do Filho e do Espírito Santo. Deus é a fonte da qual todos bebem, mas de modo diferente (CB 14-15, 2).

Meditando com a Igreja:

Só uma «Ecclesia de Eucharistia» poder ser ícone da Santíssima Trindade. «A desejada plenitude de comunhão na fé e na celebração supõe e exige, como na famosa pintura da Trindade de Rublëv, uma Igreja profundamente “eucarística”, na qual a partilha do mistério de Cristo no pão repartido esteja de certo modo imersa na unidade inefável das três Pessoas divinas, fazendo da Igreja um “ícone” da Santíssima Trindade» (J. Paulo II, Carta Encíclica EE, n. 50).

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Oração final: (Todos os dias)

“A alma canta o que intimamente a move. E o que a comove não é, como naqueles poemas, são da própria sorte, mas a vida íntima da Divindade, que lhe é revelada pela Fé: A fonte eternamente viva de onde fluem todos os seres e que a todos dá vida e luz; desta fonte nasce um regato igual a ela, e de ambos nasce um terceiro regato de igual plenitude (A Santíssima Trindade). A alma, sendo limitada, é incapaz de correr o mar intenso. (Edith Stein. A Ciência da Cruz) Num tempo de grande apelo à vida exterior, auxiliados por S. João da Cruz abramo-nos ao mistério trinitário e eucarístico com a meditação do poema.

Fonte”

Que bem sei eu a fonte que mana e corre mesmo de noite.

1. Aquela eterna fonte está escondida,

mas eu bem sei onde tem sua guarida,

mesmo de noite.

2. Sua origem não a sei, pois não a tem,

Mas sei que toda a origem dela vem,

mesmo de noite.

3. Sei que não pode haver coisa tão bela,

E que os céus e a terra bebem dela,

mesmo de noite.

4. Eu sei que nela o fundo não se pode achar,

E que ninguém pode nela em vão passar,

mesmo de noite.

5. Sua claridade nunca é obscurecida,

E sei que toda luz dela é nascida,

mesmo de noite.

6. Sei que tão caudalosas são suas correntes,

Que céus e infernos regam, e as gentes,

mesmo de noite.

7. A corrente que desta fonte vem

É forte e poderosa, eu o sei bem,

mesmo de noite.

8. A corrente que destas duas procede,

Sei que nenhuma delas a precede,

mesmo de noite.

9. Aquela eterna fonte está escondida,

Neste pão vivo para dar-nos vida,

mesmo de noite.

10. De lá está chamando as criaturas,

Que nela se saciam às escuras,

porque é de noite.

11. Aquela viva fonte que desejo,

neste pão de vida já a vejo,

mesmo de noite.

Ponhamo-nos, sobretudo, à escuta de Maria Santíssima, porque n’Ela, como em mais ninguém, o mistério eucarístico aparece como o mistério da luz. Olhando-A, conhecemos a força transformadora que possui a Eucaristia. N’Ela, vemos o mundo renovado no amor. Contemplando-A elevada ao Céu em corpo e alma, vemos um pedaço do «novo céu» e da «nova terra» que se hão-de abrir diante dos nossos olhos na segunda vinda de Cristo. A Eucaristia constitui aqui na terra o seu penhor e, de algum modo, antecipação: «Veni, Domine Iesu» (Ap 22, 20)!” (S. J. Paulo II)

SALVE RAINHA…

Por:

Estela da Paz, OCDS.

Comissão de História.

Comissão de Espiritualidade. 

 

Referências:

Reis. Manuel Fernandes, São João da Cruz e a Eucaristia.

J. Castellano, «Experiencia del misterio litúrgico en San Juan de la Cruz».

J. Castellano, «Un símbolo de San Juan de la Cruz: La fuente».

S. J. Paulo II, Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae”.

S. J. Paulo II, na Carta Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”.

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