Meditando com a Santa
8º dia – Sê firme na fé
Ao escrever para sua amiga Francisca (carinhosamente chamada de “Framboesa”), Santa Elisabeth a lembra da necessidade de se guiar pela fé, dizendo: “ Sê firma na fé, ou seja, age somente sob a luz de Deus, nunca segunda a imaginação. Acredita que Ele te ama, que Ele próprio quer ajudar-te nas lutas que tens a enfrentar. Crê em seu amor, seu excessivo amor, como diz São Paulo: nutre tua alma com os grandes pensamentos de fé, que lhe revelam toda a sua riqueza e o fim para o qual Deus a criou”.
A fé é a virtude teologal que nos leva a confiar naquilo que Deus nos revelou, sendo que o ponto principal de Revelação é o amor que Deus tem por nos. Crer que Deus nos ama é o ponto principal de nossa vida espiritual, isso nos leva a querer corresponder ao amor de um Deus tão bom. A confiança nesse amor nos dá forças para superar nossas fraquezas, pois sabemos que Deus não nos abandona.
Elisabeth nos avisa para não se deixar guiar pela imaginação, pois são João da Cruz já alertava: “quem aspira unir-se a Deus não há de ir entendendo nem se apoiando em seus sentimentos e imaginação, mas há de crer simplesmente no infinito ser divido” (Subida, pg. 192). A imaginação não consegue abarcar toda a grandeza divina, e muitas vezes leva ao apego as criaturas, pois confunde imagens do que é criado com o próprio criador.
Outro perigo que ela pode causar é gerar dúvidas. Lembremos do quanto Santa Teresinha sofreu no último ano de sua vida pelas tentações contra a fé, pois a imaginação lhe sugeriu que o Céu não existia; ela repeliu essas imaginações professando sua fé ao Senhor, de modo que pode dizer : “Acho que fiz mais atos de fé de um ano para cá, do que durante toda a minha vida” (Manuscrito C, pg. 185). É nos momentos de dúvidas e de aridez que a fé vem nutrir a alma, pois ela traz e certeza de que Deus não abandona seus filhos, mesmo em momentos de turbulência.
Que Santa Elizabeth nos ajude a ter uma fé inabalável no amor de Deus, e que nenhum questionamento da imaginação nos faça duvidar do quanto Ele nos ama.
Reflita em seu coração: tenho cultivado a certeza do amor de Deus por mim? Tenho seguido os caprichos que a imaginação produz, ou tenho confiado no amor de Deus?