
Liturgia – 3a-FEIRA DA 25a. SEMANA DO TEMPO COMUM

3ª-FEIRA DA 25ª SEMANA DO TEMPO COMUM
Cor litúrgica: Verde
Ofício do dia de semana
Liturgia das Horas: 617
Oração das Horas: 789
Leituras: Esd 6,7-8.12b.14-20 – Sl 121(122) – Lc 8,19-21
“Jesus respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.”
O conceito de cristão abrange o homem totalmente, inclusive o que há de mais profundo em sua vida íntima.
“Silencie sobre o que Deus lhe der; recorde-se do que disse à esposa: O meu segredo é para mim.”
São João da Cruz – D 151
Carta de Santa Teresa de Jesus em 22
1576 – C 120 – À Madre Maria de S. José – Saúde de Dom Lorenzo. Pede à Priora notícias freqüentes do Pe. Gracián.
SANTO DO DIA
São Maurício e Companheiros,
Mártires
Um exército romano, no ano 286, transpunha os Alpes na região do Baixo Valais. Buscava-se sufocar uma rebelião que estalara nas Gálias. Comandava-o o imperador Maximiano, homem cruel, que não escondia seu ódio contra os cristãos e com o qual Diocleciano dividia as responsabilidades do império.Transpostos os Alpes e chegado o exército a Octodurum, no alto Ródano, nas proximidades do lago de Genebra, o Imperador fez alto para repouso da tropa e reajustamento do dispositivo do exército. Mandou que fossem celebrados solenes sacrifícios para implorar a assistência dos deuses, era normal esse procedimento.Distinguira-se, no grosso do exército, por seu destemor e sua disciplina, a Legião Tebana, grande unidade do exército romano, vinda das províncias do Oriente.Essa tropa já havia operado na Palestina, no Egito, na Síria. Por via de regra seus principais chefes eram romanos. Os quadros das unidades, porém, e seu recrutamento, procediam da Tebaida – daí o nome de Tebana, de Tebas – cidade no vale do Alto-Nilo, onde começavam a florescer os viveiros dos eremitas e monges que sublimaram o Cristianismo dos primeiros séculos.A legião Tebana, pelo recrutamento de um lado, pela catequese do outro, tornara-se inteiramente cristã.O próprio imperador Diocleciano não era inimigo dos cristãos, pelo menos nos primeiros anos de reinado, tanto que confiara aos cristãos importantes cargos na administração do império. Posteriormente, porém, instigado pelo próprio Maximiano, Diocleciano desencadeou a mais cruel e a mais demorada das perseguições gerais contra os cristãos, a 10° e última. Comandava a Legião Tebana o tribuno Maurício, posto equivalente ao de general em nosso Exército. Octodorum, hoje Martigny, às margens do Ródano, onde parou o exército para o descanso, era na época uma cidade importante, hoje não passa de simples aldeia.A legião Tebana, cristã em sua totalidade, de maneira alguma queria tomar parte nos festejos pagãos em homenagem aos deuses ordenados pelo imperador. Levantou, então, o acampamento para se transferir para Agaunum, cinco léguas distante de Octodurum, onde estava o grosso do exército.Ao saber, o Imperador Maximiano ordenou-lhe a volta imediata e intimou os legionários que se unissem ao grosso do exército nas solenidade pagãs aos deuses. Essa intimação encontrou a mais decidida repulsa da parte dos soldados cristãos. Vendo nessa atitude da Legião Tebana uma rebelião contra a autoridade, determinou o imperador a execução pela espada de cada décimo homem daquele corpo de exército. O resultado foi que os outros soldados se mostraram ainda mais firmes em não tomar parte nos festejos idólatras.Uma segunda execução, nos mesmos moldes, ou seja, um homem em cada dez, não modificou o ânimo dos soldados que se declararam dispostos a morrer, que prestar não modificou o ânimo dos soldados que se declararam dispostos a morrer, que prestar homenagem aos deuses.Diante da recusa firme de todos e das palavras do Comandante da legião, Maurício, o Imperador ordenou ao exército marchar contra eles. Como não opusessem resistência alguma, foram todos massacrados.Essas foram as últimas palavras do valoroso comandante da legião Tebana, São Maurício, diante do Imperador: “Somos teus soldados e não menos servidores de Deus. Sabemos perfeitamente a nossa obrigação como militares, mas não nos é lícito ofender a nosso Criador, que é nosso e teu Senhor. Estamos prontos a obedecer a tudo que não contraria a lei divina. Cremos em Deus Pai, criador de todas as coisas, e em Jesus cristo, seu Filho Unigênito. Fomos testemunhas da morte de nossos companheiros e não nos queixamos, antes com eles nos congratulamos. Tuas ameaças não nos provocam sentimentos ou planos de rebelião. Estamos com as armas nas mãos, mas delas não faremos uso para defender-nos. Antes queremos morrer inocentes, do que viver culpados”.Grande parte das relíquias dos mártires da Legião Tebana ou Tebaica existe no Convento de São Maurício, em Agaunum, hoje Agaune. Em Shotz, pequena localidade da Suiça (três léguas distante de Lucerna), em 1489, foram encontrados 200 esqueletos dos soldados dessa heróica Legião Tebana. São Maurício formou solidamente sua consciência e a de seus comandados nos imperativos da doutrina cristã, que nobilita a obediência dos súditos e dignifica a autoridade dos chefes.Nessas condições, a Legião Tebana tornou-se uma escola de virtudes militares e morais, onde cada um aprendia a orientar-se com justeza e disciplina.Na Basílica de Agaune, construída no ano de 515, em substituição à basílica anterior, bem menor, construída no ano de 381, encontram-se as relíquias desses heróicos legionários cristãos.A festa de São Maurício é celebrada em 22 de setembro.