
Liturgia – 26 de abril – 3o. DOMINGO DA PÁSCOA
Cor litúrgica: Branco
Ofício dominical pascal
III Semana do Saltério
Liturgia das Horas: 486-1200-628
Oração das Horas: 462-948-513
Leituras: At 3,13-15.17-19 – Sl 4 (59 – I Jo 2,1-5a – Lc 24,35-48
“Jesus ressuscitado aparece aos seus apóstolos.”
Jesus ressuscitado não é um cadáver reanimado (como foram o filho da viúva de Naim ou Lázaro). Jesus, com a sua Ressurreição, foi plenamente assumido na vida divina.
“Comunica-lhe o Amado, sobretudo, os doces mistérios de sua encarnação, bem como os modos e maneira da redenção humana, que é uma das mais elevadas obras de Deus, e, portanto, ainda mais saborosos para a alma.”
São João da Cruz – C 23,1
“… .Então, senhores de nós mesmos, somos capazes de ocupar-nos de Deus com perfeição, entregando-lhe uma vontade pura para que una à sua, pedindo-lhe que venha do céu o fogo abrasador do seu amor sobre esse sacrifício, deixando-o livre de tudo quanto possa descontentá-lo. Porque, nesse ponto, nada teremos deixando de fazer: mesmo com imensos sofrimentos, depositamos sobre o altar tudo o que podemos, razão por que nenhuma relação temos nós e isso tudo com a terra.”
Santa Teresa de Jesus – F 5. 12
Carta de Santa Teresa de Jesus
1578 – C 236 – Ao Padre Jerônimo Gracián, em Alcalá. Gracián, Pai “Prelado” da Santa. D. Juana Dantisco em Ávila. Teresita e Maria Dantisco. A jovem Dantisco quer ir para Valladolid. D. Juana em casa de D. Lorenzo de Cepeda.
SANTO DO DIA
São Pedro de Rates,
Bispo de Braga
Mártir
Conta a tradição que S. Pedro de Rates foi convertido ao Cristianismo pelo Apóstolo S. Tiago, quando da sua peregrinação pela Hispânica, no século I. Durante essa viagem, cumprindo a missão de difundir a mensagem de Cristo, morto e ressuscitado havia pouco tempo, foi deixando sementes que germinaram e fortaleceram as raízes da Igreja Católica Apostólica Romana, num império hostil à nova Fé. Pedro seria um dos 7 varões ordenados pelo Apóstolo, em Santiago de Compostela, e nomeado bispo de Braga.
Na lenda, o episódio que fez dele um mártir teve origem num milagre: solicitado para curar de doença fatal a filha de um poderoso pagão, S. Pedro de Rates conseguiu-lhe tal dádiva. Reconhecida, converteu-se ao Cristianismo, o que causou a ira do pai e consequente desejo de vingança. Avisado, o Santo refugiou-se em Rates, mas foi aí encontrado e assassinado. Ficou sepultado sob as ruínas da pequena capela onde tudo aconteceu, pois, à semelhança da vida do religioso, também foi destruída.
Tempos mais tarde, do alto do monte onde se refugiara, o eremita S. Félix vislumbrava uma luz na escuridão. Guiado pela curiosidade e pela convicção de um chamamento piedoso, dirigiu-se ao local, procedeu à remoção das pedras e encontrou a causa de tal clarão: o corpo de S. Pedro de Rates.
A transladação do corpo intacto para a Sé de Braga faz, também, parte da lenda. Os factores reportam-se somente à transferência, no século XVI, pelo arcebispo Frei Baltazar Limpo, de relíquias do Santo (pequenos ossos que análises realizadas apontam ter pertencido a uma criança com cerca de 12 anos). O corpo, se alguma vez existiu, teria já desaparecido.
Muito devoto do seu Santo, a Vila de Rates colocou-se sob o seu cuidado. Nos limites definidos pelo caminho do cerco ele vela para que nem fome, nem peste, nem a guerra toquem nos seus protegidos. Para tal pode contar com o apoio de S. Sebastião, que é igualmente celebrado pela paróquia, a 20 de Janeiro.
Invocado para muitas graças, S. Pedro de Rates é, no entanto, associado à esterilidade. De uma antiga fonte com o seu nome diz-se que se poderia obter a cura da enfermidade, cumprindo o seguinte ritual: a mulher deveria sentar-se sobre uma pedra furada que aí existia. Talvez por ser mercê tão divina, tem o Santo fama de vingativo para com quem não cumpre o prometido. É, provavelmente por receio desse “humor”, que muitas mulheres grávidas guardam o dia do Santo – 26 de Abril – e até para os animais fêmeas no mesmo estado não é aconselhável a utilização nos trabalhos.»