
Liturgia – 17 de julho – Bvs. TERESA DE SANTO AGOSTINHO e COMPANHEIRAS, Mártires

Ofício da memória na OCD ou
Liturgia das Horas: 1671-999
Oração das Horas: 1543-1540-1009
Leituras próprias: Rm 8,31b-39 – Sl 125 – Jô 15,18-21
“Se me perseguiram, perseguirão também a vós.”
O decisivo não é que alguém possa tirar-lhes a vida, mas que alguém possa ocasionar-lhes a ruína definitiva da vida e do corpo.

Bv. Inácio de Azevedo, Presbítero
e Companheiros, Mártires.
Num contexto de grande agitação na Europa, causada pela revolução protestante, se por um lado muitas pessoas largaram a verdadeira fé por alguma outra igreja, por outro lado muitas outras se mantiveram firmes, e perseveraram até o fim, chegando às vias do martírio, se necessário. Uma dessas pessoas foi o padre jesuíta português Inácio de Azevedo (1527-1570).De origem nobre, Inácio teve ótima educação, chegando a cuidar dos negócios da família ainda jovem, até que depois de um retiro, decidiu mudar de vida e entrou para a Companhia de Jesus em 1548. Os jesuítas desempenhavam um grande papel missionário no Velho Mundo, trabalhando pela conversão dos hereges e conscientização dos católicos; faziam suas missões também entre os selvagens da América, sobretudo no Brasil, onde são destaques as figuras do padre Manuel da Nóbrega e do bem-aventurado padre José de Anchieta. Da mesma forma que na Europa, onde enfrentavam dificuldades, também sofriam para anunciar o Evangelho entre os gentios, adeptos dos mais bárbaros costumes, como a poligamia e a antropofagia, mesmo entre aqueles que já haviam sido catequizados; os próprios colonos europeus se deixavam dominar pelos vícios do lugar.Por isso era necessário um reforço à evangelização do Brasil, daí é que foi enviado o padre Inácio. Depois de avaliar o trabalho de missão, além de ajudar a realizá-lo, ele solicita por carta, aos superiores da ordem, mais reforços para a evangelização. O Pe. Anchieta, por correspondências, fazia menção aos benefícios que a visita de Azevedo trouxe, tanto que os habitantes de Salvador, na praia, quando do regresso desse último à Europa, celebravam-no, com insistência, que não demorasse a voltar. Muitos foram os candidatos a missionário, contagiados que estavam do idealismo do Pe. Inácio, com grande ardor evangélico.Foi então que na São Tiago, nau onde era levado o novo governador do Brasil, D. Luís de Vasconcelos, embarcaram Inácio de Azevedo mais trinta e nove companheiros, dispostos a enfrentar as feras, os selvagens, as doenças tropicais e… os piratas, elementos que infestavam os mares com roubos e mortes. Enfim, durante a ida até Las Palmas, nas Canárias, a nau foi alcançada em alto-mar pelo corsário francês Jacques Sourie, um fanático anticatólico que partira de La Rochelle com o intuito de caçar jesuítas. Durante a luta, os religiosos empunhavam o crucifixo, proclamando em altos brados a sua fé, até a morte. Pe. Inácio abafava as injúrias dos calvinistas com exortações aos irmãos, além de advertir os hereges sobre os riscos da condenação eterna. Depois da morte do capitão da nau, os herejes conseguiram dominar o navio, trucidando com fúria inigualável a todos os passageiros, menos um, João Sanches, cozinheiro feito escravo.E morreram Inácio de Azevedo e seus companheiros, os quarenta mártires que deram a vida pela difusão do Evangelho e o Reino de Deus.Dos quarenta missionários assassinados, eram nove espanhóis e trinta e um portugueses, sendo Inácio de Azevedo o mais velho, com quarenta e três anos, e o estudante Luís Rodrigues o mais moço, com apenas dezesseis. O culto aos quarenta mártires foi oficializado pelo papa Pio IX em 1854, e o dia deles no calendário litúrgico é 17 de julho.