
Liturgia – 09 de junho – BEATO JOSÉ DE ANCHIETA


Presbítero
“Apóstolo do Brasil”
Ofício da memória
Liturgia das Horas: 1344-1649-799
Oração das Horas: 1264-1533-879
Leituras: 2Cor 1,18-22 – Sl 118(119) – Mt5,13-16
“Vós sois o sal da terra, a luz do mundo.”
Onde não há sal do Evangelho, campeiam a imoralidade, a violência, a vingança e o egoísmo.
Beato Pe. José de Anchieta, sj
Nasceu José de Anchieta em San Cristobal de La Laguna, Ilha de Tenerife, uma das ilhas Canárias, da Espanha, em 19 de março de 1534. Depois de estudar um pouco de latim na sua terra, foi para Coimbra, no Colégio dos jesuítas, onde se tornou um dos melhores alunos e aprendeu a falar tão bem o português que parecia ser sua língua materna. Entrou para a Companhia de Jesus aos 17 anos, e por razão de uma grave enfermidade, não pode estudar Filosofia. Não se sabe ao certo que doença seria essa, talvez um acidente que produziu um deslocamento ou fratura da espinha dorsal; fato é que essa enfermidade o acompanharia por toda a vida, e seria o motivo principal da sua vinda para o Brasil, na esperança de cura. Aqui conseguiu melhorar muito e pode realizar seu apostolado. Abençoada doença! Nas nossas mãos ela teria se tornado fonte de lamúrias, nas mãos de Anchieta se tornaram uma chuva de bênçãos para o Brasil! Em 8 de maio pronunciou os primeiros votos religiosos, e partiu para o nosso país na 3ª expedição de missionários jesuítas, chefiados pelo Pe. Luiz da Grã. Depois de chegar à Baía, foi destinado a São Vicente e depois a Piratininga, ali chegando em janeiro de 1554. Em 25 de janeiro foi fundado o Colégio de São Paulo, dia da conversão desse apóstolo; aí permaneceu como mestre de gramática e começou a estudar a língua tupi. Esteve presente em todos os empreendimentos importantes na Capitania de São Vicente. Em companhia do Pe. Manuel da Nóbrega, chegou a praia de Iperoig (hoje Ubatuba, SP) em 5 de maio de 1563 , para negociar o armistício com os confederados Tamoios, tendo permanecido refém. Em 1565 foi à Baía para ser ordenado sacerdote, o que aconteceu em 22 de agosto de 1566. Voltou ao Rio, que nessa época enfrentava as batalhas finais contra Tamoios e franceses. Foi acompanhando o Visitador, Beato Inácio de Azevedo e ficou no governo das casas de São Vicente e São Paulo, de 1567 até 1577. Nesse ano foi à Bahía, onde o esperava a patente de Reitor do Colégio, mas esta foi trocada pela de Provincial, em fins de ano. Desde 1585 pediu dispensa desse cargo por causa das suas enfermidades. O cargo de Provincial exigia que todos os anos ele visitasse todas as casas da Província, ou seja, do Brasil, o que sempre fez, exceto quando impedido pela pouca saúde. Chegando seu substituto em 1588, foi destinado a superior das casas do Espírito Santo. Aí ficaria o resto de seus dias, com exceção de algumas interrupções, em que foi à Bahía, em 92, para a Congregação Provincial, ou ao Rio de Janeiro como Visitador, em 93 e 94. Além da Casa de Vitória, ocupava-se do governo igualmente das aldeias de Reritiba, Guarapari, Reis Magos e Carapina. Estando em Vitória e sentindo-se próximo do fim, pediu que o levassem à Aldeia de Reritiba, onde faleceu no Senhor em 9 de junho de 1597. Levado de volta à Vitória, foi recebido solenemente por todo o povo e autoridades, tanto eclesiásticas como civis. Desde aí foi chamado de Apóstolo do Brasil. Reritiba chama-se atualmente município de Anchieta. Anchieta seguiu em tudo as atividades próprias dos jesuítas e demais missionários daquela época. Não só as praticou, mas distinguiu-se logo como mestre.
Em 1560, escrevia ao Padre Geral, Diogo Laines em Roma:

Desde quando o Beato José de Anchieta era ainda moço espalhou-se a fama de suas virtudes. Ser comparado ao “Ir. José”, era ser comparado a um santo. Com o passar do tempo essa impressão foi se intensificando. Escreve um seu companheiro de apostolado, com quem dividia suas canseiras:
“É este Padre um santo de grande exemplo e oração, cheio de toda a perfeição, desprezador de si e do mundo: uma coluna grande desta Província e tem feito grande cristandade e conservando grande exemplo: de ordinário anda a pé, nem há tirá-lo de andar, sendo muito enfermo. Enfim: sua vida é vere apostolica.”
A pé de São Paulo ao litoral, de São Vicente ao Rio de Janeiro, do Rio ao Espírito Santo, e daí para a Porto Seguro e Salvador…E isso em um homem em que suas repetidas doenças levaram freqüentemente à porta da morte. Seu superior chegou a desejar que Anchieta deixasse de ser Provincial e não recebesse nenhum outro cargo, pois temia que já seria muito se continuasse vivo! Mas nada disso o fez esmorecer. Era tenaz e corajoso, enfrentando muitos perigos para realizar a sua missão. Desejou ardentemente o martírio enquanto esteve prisioneiro dos Tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba, SP). Bom enfermeiro, lá salvou muitos índios da morte, tratando suas doenças e ferimentos. Inteligente, ativo, dotado de qualidades literárias, dominava também a língua tupi tanto conversando como escrevendo. Pregava aos índios, em tupi, e arrancava aplausos! Suas palavras encantavam e atraíam o povo, convertiam os inimigos, pacificavam os adversários. Fisicamente franzino, tinha porém um espírito robusto, semblante alegre e amável. Tinha 63 anos de idade quando morreu.
São João da Cruz – 2S 7,5
Cartas de Santa Teresa de Jesus em 09
1568 – C. 10 – À D. Luísa de La Cerda – em Antequera – anuncia a D. Luisa sua chegada à Ávila. Entrada em religião de D. Teresa de Toledo. Filha da Marquesa de Velada.
1579 – C 285 – A Madre Maria Bautista, Priora de Valladolid – Agradece-lhe o dinheiro para os negócios de Roma. Espera visitar vários conventos e vê-las breve. O Colégio de Descalças de Salamanca. A fundação de Villanueva de la Jara. A barafunda sobre o dote de Casilda.
Imagem de Nossa Senhora da Candelária venerada em Tenerife e cuja réplica foi doada ao Páteo do Colégio, em São Paulo.