Na certeza de que Deus se faz presente de muitas, criativas e imprevisíveis maneiras em nosso meio, passo a narrar brevemente um momento importante de nossa história OCDS no sudeste do Brasil: o surgimento do Conselho Provincial OCDS.
Já há alguns anos, seguindo na trilha do Concílio Vaticano II, há um movimento de profundamento acerca do que é a Igreja e seu papel no mundo, implicando, consequentemente, numa nova maneira de compreender o leigo e suas relações com os religiosos e clérigos, como o demonstram os documentos Christifidelis laici e Vita consecrata.
A OCD também assume esta movimentação eclesial e afirma, no tocante à OCDS em seu documento “Procurem ir começando sempre”, n.º 76: “Devem-se orientar os esforços para um laicato carmelitano mais consciente do fato que as riquezas do carisma recebido e transmitido por Teresa de Jesus e João da Cruz, deve encarnar-se e ser testemunhado a partir de sua condição de leigos. É preciso passar de uma dependência a uma associação não só em sua própria atividade, como também em sua própria missão, na espiritualidade e no carisma do Carmelo Teresiano.”
Ao mesmo tempo, percebe-se, também na OCDS, um movimento de crescimento das Comunidades do sudeste do Brasil, com a manifestação de um grande interesse pela espiritualidade carmelitana por parte dos leigos e, sobretudo, com o despertar para o seu protagonismo na Igreja e na Ordem, com a consequente busca de uma maior organização e autonomia.
É assim que, com o I Congresso Internacional da Ordem Secular, realizado em Roma entre os dias 8 e 15 de Outubro de 1996, torna-se explicita a exigência de uma maior organização de nossa presença na Semi-Província São José, principalmente diante da constatação de que cada Comunidade caminhava à sua maneira, havendo falta de comunicação entre elas e carecendo de unidade quanto à formação e concepção da identidade carmelitana.
Assim, no Congresso Provincial de Novembro de 1996, em São Roque, ficou decidido que uma equipe de Carmelitas Seculares prepararia o Congresso do ano seguinte. Esta experiência começou a ser o berço de uma maior autonomia da parte dos seculares e também de um maior compromisso com nossa Ordem. No Congresso de 1997, ficou decidido que deveríamos caminhar para a criação de um Conselho Provincial. Com isto, e contando sempre com o apoio e incentivo de Frei Rubens, confiou-se à equipe de preparação do Congresso também a tarefa de preparar e conduzir um processo de eleição e formação do Conselho. Esta comissão se reuniu nos dias 18 e 19 de abril em Passos (MG).
Culminando toda esta movimentação, no Congresso de 1998 tivemos a formação do 1º Conselho Provincial da OCDS na Semi-Província São José, que foi composto pelas seguintes pessoas: Carlos Frederico Barboza de Souza, Comunidade. Santa Teresa, Belo Horizonte; Lucienne M. J. Delaquis Perez, Comunidade Santa Teresinha, Campinas; Antônia Maria Silva Cantanhede, Comunidade. N. Sra. do Carmo, Rio de Janeiro; Vera Melo dos Santos, Comunidade Santa Teresinha de Barros, Belo Horizonte; Ana Maria Eymar P. Scarabelli, Comunidade Santa Teresinha, Caratinga; Therezinha, Comunidade Santa Teresa de Jesus, São Paulo.
A este primeiro Conselho Provincial coube a incumbência de preparar um Estatuto Provincial, organizar os primeiros Encontros de Presidentes e Mestres, propor um Plano de Formação Provincial e criar o jornal Monte Carmelo, dentre outros feitos.
Contando com a graça de Deus que tem sustentado por todos esses anos, a OCDS vem crescendo em toda Província São José.
Carlos Frederico Barboza de Souza
(abril/2012)