
Fundações – Ação de Teresa Como FUNDADORA, CONSELHEIRA e MISSIONÁRIA
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TEMA:
Considerai-vos alicerces daqueles que virão (F 4,6)
LEMA:
Estais edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual é
Cristo Jesus a pedra angular (Ef 2,20)
Fundações
– Ação de Teresa Como FUNDADORA, CONSELHEIRA e
MISSIONÁRIA
– Ação de Teresa Como FUNDADORA, CONSELHEIRA e
MISSIONÁRIA
Datas significativas:
1515 – 1535 VINTE ANOS NA CASA
PATERNA
PATERNA
1535 – 1562 VINTE E SETE ANOS
NO MOSTEIRO DA ENCARNAÇÃO
NO MOSTEIRO DA ENCARNAÇÃO
1562 – 1582 VINTE ANOS: ESCRITORA, REFORMADORA E FUNDADORA.
Teresa: Teresa Sánchez de Ahumada
– Teresa de Jesus – nasceu em Ávila em 1515 e morreu em Alba de Tormes, um
povoado da província de Salamanca em 1582. 67 anos, longa vida para os
parâmetros de então. Sua vida está circunscrita no reino da Castela quando o
grande império da Espanha de então tinha à frente Carlos V e de seu filho
Felipe II, estamos em pleno século de ouro espanhol, geográfica e espiritualmente.
A Espanha conquista o mundo e é fortemente sacudida por um vento de renovação
espiritual. Grandeza e miséria estão na linha de frente e muitas vezes
contrárias às autoridades romanas.
– Teresa de Jesus – nasceu em Ávila em 1515 e morreu em Alba de Tormes, um
povoado da província de Salamanca em 1582. 67 anos, longa vida para os
parâmetros de então. Sua vida está circunscrita no reino da Castela quando o
grande império da Espanha de então tinha à frente Carlos V e de seu filho
Felipe II, estamos em pleno século de ouro espanhol, geográfica e espiritualmente.
A Espanha conquista o mundo e é fortemente sacudida por um vento de renovação
espiritual. Grandeza e miséria estão na linha de frente e muitas vezes
contrárias às autoridades romanas.
Datas significativas:
1515 – 1535 – VINTE ANOS NA CASA PATERNA
Fruto do segundo matrimônio de
seu pai, Alonzo Sánchez, filho de pai convertido que passou elo processo de
aquisição de título de nobreza (judeu-converso) e Beatriz de Ahumada, quinze
anos mais jovem que seu esposo, castelhana de Olmedo, família genuinamente
cristã. Uma família numerosa: “Éramos três irmãs e nove irmãos”, de classe
média alta, de ascendência judia, que emigrou de Toledo a Ávila, para melhor
ocultar suas origens, antes de radicar e desenvolver melhor seus negócios.
seu pai, Alonzo Sánchez, filho de pai convertido que passou elo processo de
aquisição de título de nobreza (judeu-converso) e Beatriz de Ahumada, quinze
anos mais jovem que seu esposo, castelhana de Olmedo, família genuinamente
cristã. Uma família numerosa: “Éramos três irmãs e nove irmãos”, de classe
média alta, de ascendência judia, que emigrou de Toledo a Ávila, para melhor
ocultar suas origens, antes de radicar e desenvolver melhor seus negócios.
Aos treze anos morre sua mãe com
idade de 33 nos. Com o casamento de sua irmã mais velha, Maria, Teresa se
constitui na mulher do lar, centro da casa. Por esse tempo inicia a saída de
seus irmãos para tentar a sorte no “novo mundo” (América, mais precisamente no
Peru).
idade de 33 nos. Com o casamento de sua irmã mais velha, Maria, Teresa se
constitui na mulher do lar, centro da casa. Por esse tempo inicia a saída de
seus irmãos para tentar a sorte no “novo mundo” (América, mais precisamente no
Peru).
Teresa, desperta e inquieta
intelectualmente, autodidata, confessa sua paixão pela leitura: “não era feliz
se não tivesse um livro novo”.
intelectualmente, autodidata, confessa sua paixão pela leitura: “não era feliz
se não tivesse um livro novo”.
1535 – 1562: VINTE E SETE
ANOS NO MOSTEIRO DA ENCARNAÇÃO
ANOS NO MOSTEIRO DA ENCARNAÇÃO
Na madrugada de finados de 1535,
foge de sua casa e vai ao mosteiro da Encarnação, onde inicia sua vida
religiosa como carmelita, professa um ano depois. Seus primeiros vinte anos de
vida religiosa se caracterizam por um tempo de crise espiritual que se arrasta,
depois dos quais nos deparamos com uma nova Teresa, com traços e perfiz de
mulher forte e ágil.
foge de sua casa e vai ao mosteiro da Encarnação, onde inicia sua vida
religiosa como carmelita, professa um ano depois. Seus primeiros vinte anos de
vida religiosa se caracterizam por um tempo de crise espiritual que se arrasta,
depois dos quais nos deparamos com uma nova Teresa, com traços e perfiz de
mulher forte e ágil.
1554, aos 39 anos, converte-se. O
marco e contexto nos levam à experiência de oração diante da imagem de Jesus
Cristo chagado, quando também lia as Confissões de Santo Agostinho. Maiores
detalhes: Livro da Vida nove. Aqui inicia a etapa mística.
marco e contexto nos levam à experiência de oração diante da imagem de Jesus
Cristo chagado, quando também lia as Confissões de Santo Agostinho. Maiores
detalhes: Livro da Vida nove. Aqui inicia a etapa mística.
1562 – 1582 VINTE ANOS: ESCRITORA, REFORMADORA E FUNDADORA
Vinte anos como escritora e
reformadora A evolução espiritual da carmelita, partilhada com um grupo de
amigas religiosas, a corrente reformadora e contra reformadora que percorria as
terras espanholas de então e a preocupante situação nascida da ruptura protestante,
marcam estes vinte anos finais de Santa Teresa de Ahumada. Depois também terá
seu lugar dentre suas preocupações o Novo Mundo, com as notícias que a ela
chegam.
reformadora A evolução espiritual da carmelita, partilhada com um grupo de
amigas religiosas, a corrente reformadora e contra reformadora que percorria as
terras espanholas de então e a preocupante situação nascida da ruptura protestante,
marcam estes vinte anos finais de Santa Teresa de Ahumada. Depois também terá
seu lugar dentre suas preocupações o Novo Mundo, com as notícias que a ela
chegam.
Na primeira metade do ano de 1562
se dá a estreia de Teresa como escritora entregando a seus acompanhantes
espirituais os escritos originais nos quais plasma seu caminho espiritual. E no
dia 24 de agosto do mesmo ano inicia em sua cidade natal sua reforma dentro das
fileiras do Carmelo. Conta no momento 47 anos. Possivelmente por esse tempo não
suspeita o alcance e desenvolvimento que terão estas duas atividades: escritora
e fundadora.
se dá a estreia de Teresa como escritora entregando a seus acompanhantes
espirituais os escritos originais nos quais plasma seu caminho espiritual. E no
dia 24 de agosto do mesmo ano inicia em sua cidade natal sua reforma dentro das
fileiras do Carmelo. Conta no momento 47 anos. Possivelmente por esse tempo não
suspeita o alcance e desenvolvimento que terão estas duas atividades: escritora
e fundadora.
Passaram-se cinco anos no
mosteiro recém-fundado. No outono de 1567, em Medina del Campo, encontra-se com
o recém-ordenado Frei João de são Matias, mais tarde Frei João da Cruz que no
momento está com 25 anos, enquanto ela 52. Encontro transcendental não só para
eles. Aí se dá o acordo naquela que será a parceria na obra reformadora no
Carmelo. Não muito mais que um ano se passa e com três frades, dentre os quais
João da Cruz, inicia a reforma entre os frades, em Duruelo, não distante de sua
vila natal, Fontiveros, nas mediações entre Ávila e Salamanca.
mosteiro recém-fundado. No outono de 1567, em Medina del Campo, encontra-se com
o recém-ordenado Frei João de são Matias, mais tarde Frei João da Cruz que no
momento está com 25 anos, enquanto ela 52. Encontro transcendental não só para
eles. Aí se dá o acordo naquela que será a parceria na obra reformadora no
Carmelo. Não muito mais que um ano se passa e com três frades, dentre os quais
João da Cruz, inicia a reforma entre os frades, em Duruelo, não distante de sua
vila natal, Fontiveros, nas mediações entre Ávila e Salamanca.
Em 1571 Teresa volta ao mosteiro
da Encarnação como priora da comunidade imposta por seus superiores, menos de
um ano após, a pedido seu, tem como confessor (vigário) João da Cruz. Juntos
trabalharam na revitalização da comunidade a fins de 1577. São esses ao anos de
maior aproximação e convivência de nossos fundadores. No ano de 1577 Teresa
chega ao ápice como escritura com seu tratado de vida espiritual Moradas ou Castelo Interior ao mesmo tempo em que o jovem carmelita (João da
Cruz) inicia seus nove meses de cárcere (dezembro de 1577 – agosto de 1578).
da Encarnação como priora da comunidade imposta por seus superiores, menos de
um ano após, a pedido seu, tem como confessor (vigário) João da Cruz. Juntos
trabalharam na revitalização da comunidade a fins de 1577. São esses ao anos de
maior aproximação e convivência de nossos fundadores. No ano de 1577 Teresa
chega ao ápice como escritura com seu tratado de vida espiritual Moradas ou Castelo Interior ao mesmo tempo em que o jovem carmelita (João da
Cruz) inicia seus nove meses de cárcere (dezembro de 1577 – agosto de 1578).
Dois anos antes se dá o início da
maior crise de Teresa com a hierarquia no âmbito eclesial, mas também,
internamente, na Ordem. O Núncio Felipe Sega – em cuja boca é colocada a
expressão “Inquieta e andarilha” –
lhe proíbe de fundar e que se recolha num mosteiro por ela fundado
(encarcerada), é denunciada junto à inquisição – lamenta pelo livro da Vida em
poder de tal tribunal, anos de padecimento e muito sofrimento. Passa pelos
piores momentos até mesmo sua obra como reformadora se vê ameaçada, sobretudo
entre os frades, contudo segue escrevendo e fundando, até que cansada de
estradas, morre em Alba de Tormes dizendo a seu Esposo, razão de sua vida e
caminho, “é hora de caminhar”.
maior crise de Teresa com a hierarquia no âmbito eclesial, mas também,
internamente, na Ordem. O Núncio Felipe Sega – em cuja boca é colocada a
expressão “Inquieta e andarilha” –
lhe proíbe de fundar e que se recolha num mosteiro por ela fundado
(encarcerada), é denunciada junto à inquisição – lamenta pelo livro da Vida em
poder de tal tribunal, anos de padecimento e muito sofrimento. Passa pelos
piores momentos até mesmo sua obra como reformadora se vê ameaçada, sobretudo
entre os frades, contudo segue escrevendo e fundando, até que cansada de
estradas, morre em Alba de Tormes dizendo a seu Esposo, razão de sua vida e
caminho, “é hora de caminhar”.
Nossa
proposta, dentro do tema e lema do encontro formativo é olhar para Santa Teresa
como Fundadora, conselheira e Missionária. Creio ser oportuno trazer à
memória Marcos 3,13s: “Subiu Jesus à montanha e chamou a si os que
Ele queria e eles foram até Ele. E constituiu Doze, para que ficassem com Ele,
para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios”.
E a partir dessa iluminação bíblica ter em mente a graça que ela nos descreve no capítulo
27 de Vida em que trata do fato cristológico da primeira experiência tem
Teresa de Jesus, que se constitui no eixo central de sua experiência[1].
Estamos no ano de 1560 (45 anos de idade), o que nos relata é um
acontecimento a ser feito referência em sua história como o ponto de partida de
um processo. Converte-se a Cristo: abandona as mediocridades e elimina as
resistências que até então havia posto à graça de Cristo. Trata-se de um feito
cristológico puro. Ser cristão é relacionar-se com Cristo. Mesmo que a essas
alturas já havia tido muitas graças místicas, não sabia, todavia quem era o que
se dirigia a ela.
proposta, dentro do tema e lema do encontro formativo é olhar para Santa Teresa
como Fundadora, conselheira e Missionária. Creio ser oportuno trazer à
memória Marcos 3,13s: “Subiu Jesus à montanha e chamou a si os que
Ele queria e eles foram até Ele. E constituiu Doze, para que ficassem com Ele,
para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios”.
E a partir dessa iluminação bíblica ter em mente a graça que ela nos descreve no capítulo
27 de Vida em que trata do fato cristológico da primeira experiência tem
Teresa de Jesus, que se constitui no eixo central de sua experiência[1].
Estamos no ano de 1560 (45 anos de idade), o que nos relata é um
acontecimento a ser feito referência em sua história como o ponto de partida de
um processo. Converte-se a Cristo: abandona as mediocridades e elimina as
resistências que até então havia posto à graça de Cristo. Trata-se de um feito
cristológico puro. Ser cristão é relacionar-se com Cristo. Mesmo que a essas
alturas já havia tido muitas graças místicas, não sabia, todavia quem era o que
se dirigia a ela.
Tal graça Santa Teresa tem no dia de São
Pedro no ano de 1560 e é uma visão intelectual (palavra que ela mesma usa em
Moradas). Trata-se de um fato espiritual puro. O Espírito do Senhor é colocado
diante da pessoa mesma e diminuíram, até quase até a desaparecer, as mediações,
porque o espírito da pessoa se sensibilizou diante do Espírito de Cristo.
Pedro no ano de 1560 e é uma visão intelectual (palavra que ela mesma usa em
Moradas). Trata-se de um fato espiritual puro. O Espírito do Senhor é colocado
diante da pessoa mesma e diminuíram, até quase até a desaparecer, as mediações,
porque o espírito da pessoa se sensibilizou diante do Espírito de Cristo.
Experimentar o outro sem a mediação do
sensível é algo puramente impensável. É precisamente isto o que lhe sucede. É
algo eminentemente inefável e não lhe servem as palavras para explicá-lo: “vi,
porém não vi…”. O importante é que para Teresa de Jesus é um marco decisivo
em sua vida e para sua missão. A pessoa de Cristo caiu como um eixo em sua
vida: Cristo é seu centro orbital. Tudo decorre daqui. Teresa de Jesus:
Fundadora / Conselheira / Missionária. Nada faz sem que se refira a essa
experiência. Toda sua obra se entende a partir daqui.
sensível é algo puramente impensável. É precisamente isto o que lhe sucede. É
algo eminentemente inefável e não lhe servem as palavras para explicá-lo: “vi,
porém não vi…”. O importante é que para Teresa de Jesus é um marco decisivo
em sua vida e para sua missão. A pessoa de Cristo caiu como um eixo em sua
vida: Cristo é seu centro orbital. Tudo decorre daqui. Teresa de Jesus:
Fundadora / Conselheira / Missionária. Nada faz sem que se refira a essa
experiência. Toda sua obra se entende a partir daqui.
frei Deneval Januário,ocd
[1] Cf.: Vida27
2.3; VI Moradas 2.3; Relações 5ª (54)
2.3; VI Moradas 2.3; Relações 5ª (54)