17 de Outubro de 2022
Segunda-feira da XXIX Semana do Tempo Comum
Santa Inácio de Antioquia, bispo e mártir
Memória obrigatória
Texto Orante: Teresa Gárriz
Motivação
Um dia mais procuro fazer um espaço em meu dia a dia, em minha cotidianidade. Busco esse tempo de qualidade, esse espaço de silencio, de encontro. Espaço sagrado onde só quero que ressoe tua Palavra.
Abro meu coração junto a ti, Senhor, para que seja tua Palavra que transforme minha maneira de ver a realidade. Que não passe o tempo fazendo planos para o futuro, pensando que tudo depende de mim e pensando só em mim. Que viva como filho que confia em seu Pai e como irmão que pensa nos demais.
Fala, Senhor, que quero te escutar.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde
guardar minha colheita’. Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
Este Evangelho segue tendo hoje grande atualidade. Continuamos sendo muito materialistas e egoístas, como o homem rico da parábola. Vive tendo como único horizonte “seus celeiros” e isto é sinal de uma grande pobreza interior. Sim, é paradoxo, mas o dinheiro nos empobrece.
Que pena que em sua reflexão, nesse “que farei?”, não cabe, nem por acaso, a presença do outro e, sobretudo, a presença do pobre. Não pensa sequer nos camponeses que trabalham suas terras. Só pensa em seu bem-estar. Segundo ele, sua vida é exitosa…, entretanto, ao final, Deus a considera um fracasso.
Façamo-nos estas perguntas: Quais são meus tesouros? Onde ponho a confiança, o olhar, os desejos…? E cuidado em pensar que ser ricos diante de Deus significa acumular méritos.
O que enche nosso vazio é a Plenitude de Deus. E para isso não necessita fazer nada, só tem que ser. Nascemos já cheios d’Ele.
De uma carta de Santa Teresa dos Andes a seu irmão Lucho:
«Lucho querido, adeus! Tem coração generoso e oferece-me a teu Deus e à Santíssima Virgem. Eles vão fazer a felicidade de tua pobre irmã. O bom e o formoso sempre custa lágrimas. A vida que abraçarei tem estas qualidades, mas se compra com sangue do coração. Deus te premiará, porque nunca se deixa vencer em generosidade. Sobretudo pensa que esta vida é tão curta; já sabes que esta vida não é a vida».
(Carta 81. A seu irmão Luis, Cunaco, 14 de abril 1919)
Acumular, comprar, buscar o prazer
é a prioridade de nossa cultura.
Tem, Senhor, piedade de nós.
Ensina-nos a ter claras nossas prioridades:
Tu primeiro, porque és para sempre
e logo tudo o demais porque tem data de caducidade.
Dá-nos a sabedoria de compreender
que a vida é curta e que temos irmãos.
Que o Senhor nos conceda a graça
de ser “ricos ante Deus”
Teresa Gárriz
Tradução livre do App Evangelio Orado oferecido por Carmelitas Descalços Província Ibérica
Referência:
• – Imagens disponíveis na WEB