Eusébio do Menino Jesus, ocd (Ovidio Fernández Arenillas)
Nasceu em Castilfalé (León), em fevereiro de 1888. Batizado na igreja paroquial de San Juan Degollado do povoado. Confirmado também nela em 1896. Aos 13 anos ingressou no Colégio dos Carmelitas Descalços de Medina del Campo. Terminados os anos de Humanidades, passou ao noviciado de Segóvia, onde vestiu o hábito em outubro de 1903, tomando o nome de Eusébo do Menino Jesus, e professando no ano seguinte.
Feitos seus estudos filosófico-teológicos nos colégios da Ordem, foi ordenado sacerdote no dia 21 de dezembro de 1912, em Toledo. No ano seguinte, foi nomeado professor de Humanidades no Colégio de Medina e subdiretor do mesmo centro.
Em 1917, foi destinado a Cuba, onde chegou no dia 03 de agosto. Passados uns meses no convento de Matanzas, em junho de 1918 foi nomeado superior e pároco de Sancti Spiritus. Renunciou a estes cargos e deixou a paróquia no início de janeiro de 1919.
Transferido à Igreja e convento de San Felipe de Habana, além do ministério apostólico, teve que dedicar-se a dar aulas de teologia a seu irmão mais novo, Frei Valentin de San José (Prisciliano).
De saúde alquebrada, adoeceu seriamente. Seus superiores o transferiram a Camagüey, em outubro de 1920, juntamente com seu irmão e discípulo. Em Camagüey foi muito querido e estimado. E, melhorando sensivelmente sua saúde, desempenhou uma atividade muito ampla: escreveu no periódio local chamado “O Camagüeyano”, atendeu com toda solicitude e competência à Instituição dos Cavaleiros de Colombo, escreveu seus livros mais volumosos sobre Santa Teresa e contra o espiritismo. Censor de livros da diocese, pregou e confessou incansavelmente, apesar de seus males de garganta, seguiu dando aulas a seu irmão e cultivou a direção espiritual.
Em 1927 voltou à Espanha. Conselheiro provincial, Diretor do Colégio de Medina e Superior da Comunidade, deixoufama por seus grandes dotes pedagógicos à frente do colégio. Em 1930, foi eleito Prior do convento da Santa em Ávila; em 1933, mestre dos estudantes de Toledo; em maio de 1936, Prior da comunidade de Toledo.
Suas repetidas previsões de martírio se cumpriram com o derramamento de seu próprio sangue. Em 22 de julho, dirigiu-se ele à casa da família Rodríguez Bolonio, na Rua do Instituto, 19. Ali estava rezando, lendo em seu retiro, atendendo a quem lhe pedia confissão, animando a sofrer o martírio.
Chamam à porta convulsivamente. Entram dois milicianos encarando de perto a quem lhes abre e dizendo: “Aqui há um cura refugiado. Se não nos dizes onde está, te mataremos”. Eusébio, que ouve a ameaça do quarto dele, sai para o pátio e se entrega voluntariamente, dizendo aos que o conduziam que não fizessem nenhum dano à família, pois eram pessoas muito boas. Esse gesto de Eusébio faz-nos pensar na cena da prisão de Jesus no Getsêmani, quando diz aos que o buscam: “Si me buscais a mim, deixai que se vão estes” (João 18, 7).
Levam-no aos empurrões pela rua, caminha com grande serenidade com os braços em cruz, sem alterar-se, com total domínio sobre se mesmo, e o fuzilam a uns oito ou dez metros da casa. Ali caiu sobre o solo. Mataram-no por ser um frade. Este era seu crime!