Edith Stein: despedida de sua mãe ao entrar no CarmelExemplo do sacrifício dos contemplativos, segundo o bispo de Terrassa

Edith Stein: despedida de sua mãe ao entrar no CarmelExemplo do sacrifício dos contemplativos, segundo o bispo de Terrassa

BARCELONA, sexta-feira, 5 de junho de 2009 (ZENIT.org).

– A despedida de Edith Stein e sua mãe quando a religiosa entrou no Carmelo de Colônia é um exemplo do sacrifício de milhares de pessoas que seguem a vocação monástica. Assim assinala o bispo de Terrassa, Dom José Ángel Sáiz, em sua carta pastoral deste domingo, festa da Trindade, na qual a Igreja celebra a Jornada Pro Orantibus. Quando a filósofa judia Edith Stein começava sua vida de carmelita descalça, sua mãe, uma grande mulher, mãe de 11 filhos, que levou adiante o negócio de madeiras de seu falecido esposo, tinha 84 anos.“Era completamente impossível fazer minha mãe compreender”, escrevia Edith a uma amiga, referindo-se à sua decisão pela clausura. “Ela permaneceu em sua teimosia, e eu não contava mais que com a confiança na graça de Deus e na força de nossa oração – continua. Ajudava-me, de alguma maneira, pensar que minha mãe também era crente e que seguia sendo de uma natureza resistente.”Em 12 de outubro, dia de seu aniversário, a jovem acompanhou sua mãe ao culto sinagogal “porque queria estar com ela o maior tempo possível”, confessa em seu diário. E prossegue: “Minha mãe me pediu que voltássemos para casa andando. Aproximadamente 45 minutos, com 84 anos! Eu tive de ceder a seu pedido, pois me dei conta de que ela desejava falar comigo sem que ninguém nos incomodasse”. Edith, depois Santa Teresa Benedita da Cruz, recolhe os detalhes daquele dia difícil: “Ao final, ficamos sozinhas no quarto, minha mãe e eu… Então ela escondeu o rosto entre as mãos e começou a chorar”. “Eu me coloquei detrás de sua cadeira e estreitei sua cabeça contra meu peito. Permanecíamos assim longo tempo, até que ela me disse que queria ir para a cama”, continua. “Subi com ela a seu quarto e a ajudei a desvestir-se, pela primeira vez em minha vida! Depois me sentei em sua cama, até que ela me mandou dormir. Certamente, nenhuma das duas conseguiu dormir naquela noite.”Dois dias depois, em 14 de outubro, Edith Stein entrava no Carmelo de Colônia, do qual sairia com sua irmã Rosa para ir a um Carmelo da Holanda. Esta viagem tinha o objetivo de salvá-las da perseguição nazista contra os judeus, ainda que, como é sabido, este nobre intento não teve resultado e Edith e sua irmã morreram nas câmaras de gás de Auschwitz em agosto de 1942. Diante desta história, e de muitas outras de religiosos e religiosas de vida contemplativa, o bispo de Terrassa mostra sua gratidão. “Desejo agradecer-lhes por seu sacrifício, por sua vocação, pelo serviço que prestam a todos. (…) Obrigado pelos sacrifícios que fizeram e que fazem por todos, na profunda realidade da chamada ‘comunhão dos santos’.”Dom Sáiz conclui: “Vocês são as testemunhas de que a única coisa realmente importante é Deus e amá-lo, adorá-lo e servi-lo cada um no seu caminho, na sua vocação, mas todos vocês nos dizem isso com sua vida”.

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