Cristãos perseguidos no século XXI: números estarrecedores
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Mártires cristãos da Igreja de Roma: a história, mais uma vez, se repete nos tempos atuais… |
Sangue de mártires, semente de santidade.
O ser humano
teima em não aprender com a própria historia. Como se já não fossem absurdas
todas as guerras que houve entre religiões e todas chacinas racistas que
procuraram dizimar outros povos, hoje nos vemos, em contraste com níveis
altíssimos de desenvolvimento da civilização, no meio de mais uma explosão de
cruéis perseguições religiosas.
teima em não aprender com a própria historia. Como se já não fossem absurdas
todas as guerras que houve entre religiões e todas chacinas racistas que
procuraram dizimar outros povos, hoje nos vemos, em contraste com níveis
altíssimos de desenvolvimento da civilização, no meio de mais uma explosão de
cruéis perseguições religiosas.
É necessário que
a sociedade seja bem informada e que nós, cristãos, não ignoremos a dimensão
deste horror. Mas não para “jogar lenha
na fogueira”, provocando reações que piorem o nível de violência, e sim
para responder como cristãos, com fortaleza, dignidade e exigência de soluções
de paz. Todos os cristãos atualmente perseguidos e martirizados devem ser, para
nós, um profundo incentivo contra a nossa comodidade e mediocridade.
a sociedade seja bem informada e que nós, cristãos, não ignoremos a dimensão
deste horror. Mas não para “jogar lenha
na fogueira”, provocando reações que piorem o nível de violência, e sim
para responder como cristãos, com fortaleza, dignidade e exigência de soluções
de paz. Todos os cristãos atualmente perseguidos e martirizados devem ser, para
nós, um profundo incentivo contra a nossa comodidade e mediocridade.
É possível que o
maior número absoluto de vítimas da intolerância religiosa no mundo atual
esteja entre os muçulmanos perseguidos por outros muçulmanos, na sangrenta rixa
entre xiitas e sunitas. Além disso, as minorias muçulmanas na Rússia e na China
sofrem acosso dos respectivos governos, o que também acontece com os bahai por
parte do xiismo iraniano, com os tibetanos por parte do comunismo chinês e com
os judeus nas sociedades em que persiste o antissemitismo.
maior número absoluto de vítimas da intolerância religiosa no mundo atual
esteja entre os muçulmanos perseguidos por outros muçulmanos, na sangrenta rixa
entre xiitas e sunitas. Além disso, as minorias muçulmanas na Rússia e na China
sofrem acosso dos respectivos governos, o que também acontece com os bahai por
parte do xiismo iraniano, com os tibetanos por parte do comunismo chinês e com
os judeus nas sociedades em que persiste o antissemitismo.
A lista de
religiões perseguidas é longa e leva a uma conclusão clara: a intolerância
religiosa ainda condiciona o comportamento de importantes setores
governamentais e sociais de todo o planeta.
religiões perseguidas é longa e leva a uma conclusão clara: a intolerância
religiosa ainda condiciona o comportamento de importantes setores
governamentais e sociais de todo o planeta.
O que o Ocidente
finge não ver é o quanto o cristianismo também sofre essa intolerância. Javier
Rupérez, membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas da Espanha,
levantou uma série de dados assustadores sobre a perseguição religiosa mundial
contra os cristãos.
finge não ver é o quanto o cristianismo também sofre essa intolerância. Javier
Rupérez, membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas da Espanha,
levantou uma série de dados assustadores sobre a perseguição religiosa mundial
contra os cristãos.
Do total de 7
bilhões da habitantes do planeta, quase um terço é cristão: 2,18 bilhões de
pessoas, que, mais do que qualquer outra comunidade religiosa, constituem um
grupo sistematicamente perseguido e urgentemente necessitado de ajuda. Grande parte da África subsaariana, toda a costa
mediterrânea do continente africano, o Oriente Médio, o Golfo Pérsico e todo o
continente asiático, incluindo as costas russa e chinesa do Pacífico, são
cenários em que o cristianismo sofre acosso habitual.
bilhões da habitantes do planeta, quase um terço é cristão: 2,18 bilhões de
pessoas, que, mais do que qualquer outra comunidade religiosa, constituem um
grupo sistematicamente perseguido e urgentemente necessitado de ajuda. Grande parte da África subsaariana, toda a costa
mediterrânea do continente africano, o Oriente Médio, o Golfo Pérsico e todo o
continente asiático, incluindo as costas russa e chinesa do Pacífico, são
cenários em que o cristianismo sofre acosso habitual.
A International
Society for Human Rights, uma ONG de Frankfurt, na Alemanha, estima que 80% da
discriminação religiosa que acontece atualmente no mundo é voltada contra os
cristãos.
Society for Human Rights, uma ONG de Frankfurt, na Alemanha, estima que 80% da
discriminação religiosa que acontece atualmente no mundo é voltada contra os
cristãos.
De acordo com o
Center for the Study of Global Christianity, do Gordon Conwell Theological
Seminary, uma instituição evangélica de South Hamilton, no Estado
norte-americano de Massachusetts, mais de 100.000 cristãos foram assassinados
por ano entre 2000 e 2011, ou seja, 11 cristãos por hora durante esse período.
Center for the Study of Global Christianity, do Gordon Conwell Theological
Seminary, uma instituição evangélica de South Hamilton, no Estado
norte-americano de Massachusetts, mais de 100.000 cristãos foram assassinados
por ano entre 2000 e 2011, ou seja, 11 cristãos por hora durante esse período.
Segundo a Open
Doors, uma organização norte-americana protestante que monitora as perseguições
contra os cristãos no mundo, 75% da população mundial estaria vivendo hoje em
países com sérias restrições ao exercício da liberdade religiosa. Cem milhões
de cristãos, cerca de 5% desse total, sofreriam perseguição em mais de sessenta
países. Estes dados coincidem com os publicados na detalhada pesquisa feita em
2011 pelo Pew Research Center sobre restrições globais à religião.
Doors, uma organização norte-americana protestante que monitora as perseguições
contra os cristãos no mundo, 75% da população mundial estaria vivendo hoje em
países com sérias restrições ao exercício da liberdade religiosa. Cem milhões
de cristãos, cerca de 5% desse total, sofreriam perseguição em mais de sessenta
países. Estes dados coincidem com os publicados na detalhada pesquisa feita em
2011 pelo Pew Research Center sobre restrições globais à religião.
A Open Doors
também lista 50 países que, em 2012, atentaram especificamente contra os
cidadãos pertencentes a confissões cristãs. A organização os separa em quatro
categorias:
também lista 50 países que, em 2012, atentaram especificamente contra os
cidadãos pertencentes a confissões cristãs. A organização os separa em quatro
categorias:
“Perseguição extrema”: Coreia do Norte,
Arábia Saudita, Afeganistão, Iraque, Somália, Maldivas, Mali, Irã, Iêmen,
Eritreia, Síria.
Arábia Saudita, Afeganistão, Iraque, Somália, Maldivas, Mali, Irã, Iêmen,
Eritreia, Síria.
“Perseguição severa”: Sudão, Nigéria,
Paquistão, Etiópia, Uzbequistão, Líbia, Laos, Turcomenistão, Catar, Vietnã,
Omã, Mauritânia.
Paquistão, Etiópia, Uzbequistão, Líbia, Laos, Turcomenistão, Catar, Vietnã,
Omã, Mauritânia.
“Perseguição moderada”: Uganda, Cazaquistão,
Quirguistão, Níger, Tanzânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Brunei, Butão,
Argélia, Tunísia, Índia, Myanmar, Kuwait, Jordânia, Bahrein, Territórios
Palestinos, China, Azerbaijão, Marrocos, Quênia, Comores, Malásia.
Quirguistão, Níger, Tanzânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Brunei, Butão,
Argélia, Tunísia, Índia, Myanmar, Kuwait, Jordânia, Bahrein, Territórios
Palestinos, China, Azerbaijão, Marrocos, Quênia, Comores, Malásia.
“Perseguição escassa”: Djibuti,
Tadjiquistão, Indonésia, Colômbia.
Tadjiquistão, Indonésia, Colômbia.
A Open Doors
recomenda que as confissões religiosas denunciem as perseguições conjuntamente,
diante de organismos nacionais e internacionais, pedindo com contundência a
imediata solidariedade de todas as demais confissões cristãs para fortalecer a
mensagem comum. Essa renovação ecumênica seria uma denúncia profética perante
os que praticam a perseguição, os que a alimentam, os que a permitem e os que
fecham os olhos para ela.
recomenda que as confissões religiosas denunciem as perseguições conjuntamente,
diante de organismos nacionais e internacionais, pedindo com contundência a
imediata solidariedade de todas as demais confissões cristãs para fortalecer a
mensagem comum. Essa renovação ecumênica seria uma denúncia profética perante
os que praticam a perseguição, os que a alimentam, os que a permitem e os que
fecham os olhos para ela.
Afinal, como
refletiu o pastor protestante alemão Martin Niemoller: “Primeiro vieram buscar os comunistas; eu não disse nada porque não
era comunista. Depois vieram buscar os judeus e eu não disse nada porque não
era judeu. Depois vieram buscar os sindicalistas e eu não disse nada porque não
era sindicalista. Depois vieram buscar os católicos e eu não disse nada porque
não era católico. Depois vieram me buscar, mas já não restava ninguém que
dissesse nada”.
refletiu o pastor protestante alemão Martin Niemoller: “Primeiro vieram buscar os comunistas; eu não disse nada porque não
era comunista. Depois vieram buscar os judeus e eu não disse nada porque não
era judeu. Depois vieram buscar os sindicalistas e eu não disse nada porque não
era sindicalista. Depois vieram buscar os católicos e eu não disse nada porque
não era católico. Depois vieram me buscar, mas já não restava ninguém que
dissesse nada”.
JAVIER ORDOVÁS, 10.04.2015
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Mártires cristãos da Igreja Copta, do Egito |