O congresso foi dividido em duas partes, sendo a primeira com o tema: A SITUAÇÃO ATUAL DA ESPIRITUALIDADE, e a segunda LAUDATO SI, AMORIS LETITIA E O CARMELO.
Após a missa de abertura do Congresso, a qual foi concelebrada por nosso Delegado Provincial Frei João de Deus, Frei Marcos Juchem, ocd, Provincial da Província Nossa Senhora do Carmo deu suas palavras de boas vindas. Em seguida, Frei Francisco Javier Mena, Definidor para a América Latina e Caribe, fez a apresentação do Congresso.
A primeira palestra teve como Tema: “Raízes da pastoral e da teologia do Papa Francisco na Teologia do povo”e foi proferida pelo teólogo jesuíta argentino P. Juan Carlos Scannone, SJ. A partir do Concílio do Vaticano II que definiu a Igreja como “Povo de Deus”, a teologia do povo estuda as relações entre o povo de Deus e os povos da Terra.
Na sequência na parte tarde o mesmo palestrante prosseguiu com o tema “O desafio de uma espiritualidade missionária”. À noite, os congressistas fizeram a visita ao Mosteiro das Monjas Carmelitas de São Leopoldo, que receberam a todos com imensa alegria e um delicioso lanche.
No dia 04/10, Frei Milton Mouhthon Altamiranda, ocd, ex- Provincial da Colômbia, nos falou sobre “A mundanidade espiritual que asfixia o ar puro do Espírito”. O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal. Na sequência Frei Gilmar Zampiere, OFMcap falou sobre “Laudato si: o significado da criação como parte da família humana. Apontamentos para uma espiritualidade ecológica”.
À tarde Frei Carlos Susin, OFMcap discorreu sobre “Grandes linhas da realidade social e eclesial na América Latina: chaves para um discernimento evangélico”, e na sequência Frei Antonio Barrios, ocd, proferiu palestra sobre “Laudato si a partir do Cântico Espiritual de São João da Cruz”.
No terceiro do dia do congresso P. Marcos Sandrini, SDB, salesiano, em sua conferência “Amoris Laetitia: uma espiritualidade encarnada na comunhão familiar”, falou sobre a família e levou várias pessoas para testemunharem suas diferentes realidades familiares.
Em seguida Frei Eugênio Sainz de Baranda, ocd, abordou o tema “O desafio da vida consagrada no pensamento do Papa Francisco”. Frei Eugênio é carmelita espanhol, com 60 anos de sacerdócio, sociologo, atualmente está na Bolívia. Ja foi provincial em Burgos e Presidente da Conferência Internacional de Vida Consagrada.
Na parte tarde, os membros participantes do Congresso foram levados em 3 ônibus fretados para um tou pela cidade de Porto Alegre, visitando a Catedra, a Igreja de Santa Teresinha dos Carmelitas e o Santuário XXXXX.
No último dia, 06/11 Frai Jorge Zurek, ocd, frade carmelita colimbiano, discorreu sobre “Convergências do magistério teresiano-sanjuanista no magistério do Papa Francisco”. O palestrante falou sobre a cultura de encontro e reconciliação do Papa Francisco e a influência que vem exercendo nesse sentido na Colômbia, especialmente por ocasião de sua visita ao país. Fez um comparativo com Santa Teresa, no ambiente que ela vivia e sua atitude diante das estruturas da época, ressaltando a importância de Teresa ter se manifestado em seu tempo, sendo valente, com olhar critico da sociedade espanhola. Fez ainda um comparativo com João da Cruz, que suportou o cárcere com paciência, que perdoou seus algozes, colaborou com a reforma, e que exerceu cargos administrativos. Logo sua espiritualidade se adapta a todas as situações da vida. Cultura de reconciliação e encontro.
Finalizando o congresso, Frei Agusti Borrel, ocd, Vigário Geral da Ordem proferiu a última palestra falando sobre o “Documento Capitular ‘É tempo de Caminhar’, um programa de renovação para o Carmelo Teresiano. Ele ressaltou que a Ordem precisa estar aberta à renovação, dar novas respostas a novos problemas e não se prender a estruturas obsoletas. Por isso os frades estão empenhados em estudar, revisar e atualizar suas constituições. O sexênio anterior foi preparatorio para o 5o centenário de Santa Teresa. Para este sexênio se recomenda o estudo da identidade para que possibilite sua renovação e inserção na realidade, devendo observar o que a humanidade pede hoje a fim de verificar a direção que devemos avançar, traçando objetivos e estratégias para alcança-los. Frei Agustí falou também dobre a vivência comunitária, que combate o individualismo e egoísmo, dando sentido de pertença, construção de algo em comum. Com relação ao relacionamento fraterno na comunidade os problemas detectados hoje são: ativismo, individualismo, falta do sentido de pertença.
O segundo ponto abordado pelo Vigário Geral foi a identificação pessoal com o carisma. Cada um deve se apropriar do carisma. Não é questão de observância mas de interiorização. Sentir a alegria da vocação carmelitana. Para a renovação é necessário a conversão do coração, não adianta apenas mudar formas, linguagens e estruturas se não houver uma reforma interior. Elementos importantes na proposta de renovação: releitura das constituições pessoal e comunitariamente para nos questionarmos se estamos vivendo aquilo que está no texto. O texto das constituições é um mapa, um navegador que precisa ser atualizado porque os caminhos vão mudando com o tempo. É como um GPS que precisa ser atualizado constantemente. Como família carmelitana precisamos avançar juntos no processo de renovação. É tempo de caminhar com determinada determinação de não parar jamais!