Como Deus me chamou ao Carmelo – Artur Viana
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O Carmelo entrou na minha vida, como na de tantas outras pessoas, através do livro clássico História de uma alma, de Santa Teresinha. Com um pouco mais de dez anos, tive contato com essa obra que mudou a minha vida. Foi através das páginas desses manuscritos que a voz de Deus me chamou para o silêncio do seu Jardim Florido.
O Carmelo que Teresinha me apresentou foi aquele que mais tarde eu conheci tão diferente, porém intacto em sua essência. A princípio não sabia que em minha cidade havia um mosteiro de carmelitas descalças, mas o generoso Senhor sendo tão complacente com Fortaleza deu para nossa Arquidiocese um “Pombalzinho da Virgem” (Sta Teresa de Jesus).
Conheci as monjas pela primeira vez no dia 14 de setembro de 2008, dia da Exaltação da Santa Cruz, um dia muito significativo para nós carmelitas. No mês seguinte, 04 de outubro (dia da morte de nossa Santa Madre Teresa de Jesus), levado por um amigo meu, comecei a participar das reuniões da Comunidade Rainha do Carmelo – OCDS. Nessa fraternidade fui crescendo na espiritualidade teresiana e bebendo da mesma fonte de nossos santos. O Carmelo foi se tornando minha casa, uma grande parte de mim.
Não foi por nenhum modo espetacular que Deus me chamou ao Carmelo, mas pelo silêncio da sua sedução. “Conduziu-me ao deserto para ali me falar ao coração” (Os 2, 16). E foi justamente por esse “silêncio sonoro e essa solidão povoada” (São João da Cruz) que eu fui me deixando enamorar mais ainda, dando sempre mais espaço para que Ele fosse em mim.
Amo minha vocação, amo o Carmelo, meu “canteiro solitário” (Beata Elisabete da Trindade) no qual o Bom Deus é hóspede real e amigo confidente. No coração da Igreja, ser carmelita é a minha vocação; ser os joelhos do Corpo Místico de Cristo, joelhos para estar sempre prostrados em oração, e da mesma forma para sustenta o Corpo e levá-lo sempre mais adiante. ” O Senhor me seduziu, e eu me deixei seduzir” (Ez…). Quanto amor de Deus pode um coração resistir? Mergulhei profundamente nesse mar e peço a vocês, meus irmãos, orações para que eu possa sempre ir “de bem a melhor, caminhando decidido com uma determinada determinação” (Sta teresa de Jesus).
Ser carmelita é muito bom, é bom demais!
Artur Viana, aspirante dos frades carmelitas.