Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Lucas 8,19-21.
Sua mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não podiam aproximar-se por
causa da multidão.
Anunciaram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a
Palavra de Deus e a põem em prática.»
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A mulher e o seu destino (a partir da trad. Amiot-Dumont, 1956, p. 126; cf Orval)
«A Minha mãe e os Meus irmãos»
Apesar da unidade orgânica real da cabeça e do corpo, a Igreja mantém-se ao
lado de Cristo como uma pessoa independente. Enquanto Filho do Pai eterno,
Cristo vivia antes do começo dos tempos e antes de toda a existência
humana. Em seguida, pelo acto da criação, a humanidade vivia antes de
Cristo ter assumido a sua natureza e Se ter integrado nela. Mas, pela Sua
encarnação, Ele trouxe-lhe a Sua vida divina; pela Sua obra de redenção,
tornou-a capaz de receber a graça, de tal modo que a recriou uma segunda
vez. […] A Igreja é a humanidade resgatada, novamente criada da própria
substância de Cristo.
A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria; foi nela que se
realizou pela primeira vez a purificação e a santificação por Cristo, foi
Ela a primeira a ter ficado cheia do Espírito Santo. Antes de o Filho de
Deus ter nascido da Santa Virgem, Ele criou esta Virgem cheia de graça e
nela e com Ela a Igreja. […]
Qualquer alma purificada pelo baptismo eleva-se ao estado de graça e é, por
isso mesmo, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada dentro da
Igreja e nasce pela Igreja. […] Assim sendo, a Igreja é a mãe de todos
aqueles a que a redenção se dirige. E é-o pela sua união íntima com Cristo
e porque se mantém a seu lado na qualidade de esposa de Cristo, para
colaborar na Sua obra de redenção.