A VERDADEIRA ORAÇÃO (trecho de carta de Santa Madre Teresa de Jesus ao padre Jerônimo Gracián)
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“O fato é que,
nestas coisas interiores de espírito, a oração mais aceita e segura é a que
deixa melhores efeitos. Não me refiro a inspirar logo muitos desejos, pois
estes, embora apreciáveis, nem sempre são como os pinta aos nossos olhos o
amor-próprio. Chamo efeitos quando são confirmados por obras, e os desejos da
honra de Deus se traduzem em trabalhar por ela muito deveras e empregar a
memória e o entendimento em investigar os meios de agradar ao Senhor e
mostrar-lhe melhor o grande amor que se lhe tem.
nestas coisas interiores de espírito, a oração mais aceita e segura é a que
deixa melhores efeitos. Não me refiro a inspirar logo muitos desejos, pois
estes, embora apreciáveis, nem sempre são como os pinta aos nossos olhos o
amor-próprio. Chamo efeitos quando são confirmados por obras, e os desejos da
honra de Deus se traduzem em trabalhar por ela muito deveras e empregar a
memória e o entendimento em investigar os meios de agradar ao Senhor e
mostrar-lhe melhor o grande amor que se lhe tem.
Oh! É esta a
verdadeira oração, e não uns gostos que só servem para nosso deleite e nada
mais, pois quando se oferecem as ocasiões de que falei, há logo muita
frouxidão, temores e susto de que nos faltem com a estima. Outra oração não
quisera eu, fora da que me fizesse crescer nas virtudes. Se fosse acompanhada
de grandes tentações, securas e tribulações, porém, me deixasse mais humilde, a
essa teria eu por boa, pois consideraria mais oração aquilo que mais agradasse
a Deus.
verdadeira oração, e não uns gostos que só servem para nosso deleite e nada
mais, pois quando se oferecem as ocasiões de que falei, há logo muita
frouxidão, temores e susto de que nos faltem com a estima. Outra oração não
quisera eu, fora da que me fizesse crescer nas virtudes. Se fosse acompanhada
de grandes tentações, securas e tribulações, porém, me deixasse mais humilde, a
essa teria eu por boa, pois consideraria mais oração aquilo que mais agradasse
a Deus.
Ninguém pense
que não está orando aquele que padece: já que se o está oferecendo a Deus, ora
incomparavelmente melhor, muitas vezes, do que outro na solidão, a quebrar a
cabeça, imaginando ter oração quando consegue espremer algumas lágrimas.”
que não está orando aquele que padece: já que se o está oferecendo a Deus, ora
incomparavelmente melhor, muitas vezes, do que outro na solidão, a quebrar a
cabeça, imaginando ter oração quando consegue espremer algumas lágrimas.”
Trecho da carta de Santa Teresa
de Jesus ao P. Jeronimo Gracián, 23 de outubro de 1576.
de Jesus ao P. Jeronimo Gracián, 23 de outubro de 1576.