A COMUNHÃO DOM E TAREFA PARA O MUNDO

A COMUNHÃO DOM E TAREFA PARA O MUNDO


Durante sete anos fiquei sem
poder dar um passo
Quando fui ao grande médico,
Me perguntou: por que levas
muletas?
Eu disse: “Porque sou tolhido”.
“Não é estranho” , me disse.
Tenta caminhar. São essas muletas
Que te impedem de caminhar.
Anda, atreve-te, arrasta-te a
quatro patas!”
Rindo como um monstro
Tirou-me minhas queridas muletas,
As quebrou em minhas costas e sem
deixar de rir,
As jogou no fogo.
Agora estou curado. Ando.
Curou-me um gargalhada
Só quando vejo elas
Caminho algo pior por umas horas.
Bertol Brecht



REFLEXÃO: A COMUNHÃO DOM E TAREFA PARA O
MUNDO
Em nosso mundo abundam as situações de
guerra, injustiça, violência; umas conhecidas, outras desconhecidas para a
opinião pública em geral. A distância entre países ricos eçobres segue aumentando.
Miles de crianças e mulheres são explorados e oprimidos.
As gentes do sul veem um mundo norte tão
fascinante, que não duvidam nem um instante em subir-se a uma patera (barco) e
enfrentar a morte no mar. A divisão de nosso mundo se manifesta nas relações
entre as pessoas e os grupos, mas também a nível de coletividades mais amplas:
Nações contra nações e bloques de países enfrentados numa ansiosa busca de
hegemonia.
Na raiz das rupturas não é difícil individuar
conflitos que em lugar de resolver-se com o diálogo, se agudizam na
confrontação e o contraste.
Perguntemo-nos:
Terá saída nosso mundo? Haverá algum
manancial escondido em que brote água limpa? Que noticias encontramos
escondidas nos brotes de primavera ou nos corações de todas as crianças de todos
os povos?  Haverá caminhos para a
esperança e a alegria?
Quem verá tanta dor, quem ouvirá tanto
clamor, e sairá ao seu encontro? Será possível recorrer o caminho da comunhão?
Para aprofundar: “Aos fieis leigos vão
dirigidas também as palavras do Mestre quando disse: Vós sois o sal da terra e
a luz do mundo” (Mt 5, 13-14)
Sua vocação cristã é impregnar com a força do
evangelho sua vida pessoal e penetrar com ela as estruturas temporais: a
politica, os médios de comunicação social, a ciência, o trabalho, a tecnologia,
a educação, a indústria e toda a tarefa humana. Neste sentido podemos falar de
seculares colaboradores de Deus no mundo.

VOCAÇÃO E MISSÃO:
Cada pessoa tem uma missão própria que
cumprir. A missão começou no coração de Deus. Nossa missão é a de deixar as
pegadas de Deus em tudo aquilo que nos rodeia. As envolturas e fachadas são
coisa secundaria . Mas o amor com que cumprimos nossa missão se manifesta em
colocar a serviço todas as qualidades e meios possíveis para tornar realidade a
“comunhão” à qual fomos chamados. Depois de ter colocado este tema, cada um dos
participantes expressa aquilo que mais chamou a atenção sobre a vocação e
missão do Leigo.

PORQUE O IDEAL DO CARMELO É A COMUNHÃO?
Porque a comunhão é a melhor maneira de viver
o ideal cristão de unidade e fraternidade. A ifreja é uma comunidade de irmãos,
nela, todos estamos chamados a recriar as situações de amor e comunhão que
caracterizam nossos ambientes: familiares, laborais e de amigos, sobre tudo no
serviço e na doação aos irmãos.
A comunhão cristã tem lugar entre todos
aqueles que vivem e participam ou comungam a mesma vida de fé, esperança e
caridade, isto é, a comunhão com um Deus que é Pai, Filho e Espirito Santo.
Por isso nossa vocação à vida fraterna tem
suas raízes na comunhão trinitária, e encontra na Igreja, mistério de comunhão,
sua expressão mais profunda.
Francisco Palau e Quer, um apaixonado da
igreja, sentiu-se chamado a entrar e viver em comunhão profunda com sua amada
igreja, que para ele eram: “Deus e os próximos”.
Palau é testemunha e profeta de uma
experiência de comunhão, se converte num acontecimento de graça que desborda à
própria pessoa, a faz palavra evangélica e fecunda nas realidades do mundo de
hoje.
Desde a fraternidade, muitos leigos que
trabalhamos junto as Carmelitas Missioneiras, em Missão Compartilhada. O
Carmelo Secular , estamos chamados a ser “Comunhão encarnada”, ara significar e
fazer realidade entre os homens este ideal de unidade. Aí é onde encontramos o
melhor de nossa vocação dentro da igreja e o mundo.
ALGUMAS DICAS PARA VIVER A COMUNHÃO EM NOSSOS
PRÓPRIOS AMBIENTES:
Descobrir as sementes de comunhão dentro de
cada pessoa, de cada grupo, de cada religião, de cada povo. O Espirito Santo
nos deu dons, rostos diferentes, vozes e gestos inconfundíveis e nos desafia a
colocar tudo em comum para construir a civilização do amor.
Prestar atenção e acolher a cada ser humano
com respeito, escuta profunda, olhar transparente. Cada pessoa é um manancial
inesgotável de vida. O Espirito de Deus habita em todos.
Aprender 
a dialogar. O diálogo e a escuta, são os novos nomes da caridade” (João
Paulo II). O diálogo tem muito de gratuidade, de oferenda daquilo que melhor
temos e de acolhida daquilo que o outro tem de melhor para nos oferecer.
Abrir portas e sair ao encontro. Como a
Trindade que está sempre em permanente êxodo ao encontro de nosso mundo para
invitar-nos a uma experiência de comunhão ao redor de uma mesa onde se oferece
a todos o pão e o vinho do amor. Sair, olhando o mundo com esperança, indo ao
encontro das gentes concretas de cada tempo, estendendo a mão aqueles que estão
a beira do caminho, fazendo nossas as vozes que antes não eram nossas, deixando-nos
encher pela presença dos outros.
Optar pelos mais pequenos e os mais fracos,
onde Deus coloca seu olhar especialmente. Os mais pobres no revelam o melhor do
evangelho, o melhor do rosto de Deus. Por isso se fala, e com razão, que os
pobres nos evangelizam. Através deles Deus nos mostra seu rosto mais humano. A
nós nos toca dar o rosto humano a Deus.

COMPROMISSO:
Cada grupo onde se realiza o talher
discernirá a melhor maneira de realizar um compromisso que leve a fomentar a
comunhão e a fraternidade entre seus membros. É importante que o compromisso
surja dos mesmos leigos.      
 Tradução:  Frei Xavier Yudego Marin, OCD
SITE-http://www.cipecar.org/es

Post a Comment