Santa Teresa de Jesus, Virgem, Doutora da Igreja e nossa Mãe.
SANTA TERESA DE JESUS,
VIRGEM, DOUTORA DA IGREJA E NOSSA MÃE
(Dentro do IV Centenário da Canonização de Santa Teresa de Jesus)
15 de outubro de 2022
“Seja em boa hora e cumpra-se a vossa vontade”
Com profunda alegria, nesta festa de Santa Teresa de Jesus, agradecemos ao bom Deus por este dom ao Carmelo e à Igreja, que é a vida de Santa Madre Teresa. Porém, além de celebrarmos os seus 440 anos de eternidade (04/10/1582-2022), também devemos nos recordar ser este o ano do IV Centenário de sua Canonização, que há poucos meses celebramos (12/03/1612-2022), e que por isso permanece sendo um ano festivo para o Carmelo Descalço. O grande dom da vida de S. Teresa, suas experiências de amor e de serviço a Deus, precisam ser celebrados com gratidão e louvor, porque continuamente se atualizam para nós as graças de seu carisma, para todo cristão e carmelita. Como bem sabemos, sendo reformadora, fundadora, escritora e mestra de vida espiritual, S. Teresa desejou e morreu “filha da Igreja”, também por isto soube levar a cabo sua vocação e missão, traduzindo o mistério do amor de Deus a todos que dela sempre se aproximaram, como o faz até os dias de hoje. Antecedendo esta festa, meditamos sobre a Eucaristia em sua vida ao longo de nove dias, onde pudemos ser abrasados com suas experiências eucarísticas, vindo de encontro às atuais necessidades da Igreja apresentadas pelo papa Francisco em sua última Carta Apostólica DESIDERIO DESIDERAVI, 29/06/2022, que trata da importância de bem celebrarmos a Eucaristia. Percebemos, portanto, ser necessário para o mundo de hoje atualizar sua doutrina e suas experiências mística trinitária, eucarística e eclesial como respostas para os cristãos no seio da Igreja, como para todo o mundo que anseia por respostas a sua fé. É exatamente isto que trazemos para este momento festivo, a continuação das meditações em torno da memória da fé eucarística de Santa Teresa de Jesus, renovando a importância da celebração Eucarística e da adoração à Santíssima Trindade, a fim de sermos conduzidos a crescer na piedade eucarística, na amizade com o Senhor e no amor à Igreja. “Santa Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida cristã para os fiéis de todos os tempos. Em nossa sociedade, muitas vezes desprovida de valores espirituais, Santa Teresa nos ensina a ser incansáveis testemunhas de Deus, da sua presença e da sua ação; ensina-nos a sentir realmente essa sede do Deus que existe em nosso coração, esse desejo de ver Deus, de buscá-lo, de ter uma conversa com Ele e de ser seus amigos”. (cf. Bento XVI, 2011)
“O Senhor dá ânimo e esforço” (V 38,21)
A incorporação a Cristo, realizada pelo Batismo, renova-se e consolida-se continuamente através da participação no sacrifício eucarístico, sobretudo na sua forma plena que é a comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós. Incorporação que intensifica a sua amizade conosco: «Chamei-vos amigos» (Jo 15, 14). Mais ainda, nós vivemos por Ele: «O que Me come viverá por Mim » (Jo 6, 57). Na comunhão eucarística, realiza-se de modo sublime a inabitação mútua de Cristo e do discípulo: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15, 4). Esta é a amizade necessária para todos e que devemos buscar, dia após dia. Que o exemplo de S. Teresa, profundamente contemplativa e eficazmente laboriosa, também nos encoraje a dedicar a cada dia o tempo adequado à oração, a esta abertura a Deus, a este caminho da busca de Deus, para vê-lo, para encontrar a sua amizade e, por conseguinte, a vida verdadeira; porque muitos de nós deveríamos dizer: “Eu não vivo, não vivo realmente, porque não vivo a essência da minha vida. Este tempo de oração, que não é um tempo perdido, é um tempo no qual se abre o caminho da vida; abre-se o caminho para aprender de Deus um amor ardente a Ele e à sua Igreja; e uma caridade concreta com nossos irmãos”, no diz Bento XVI. A incorporação em Cristo atualiza em nós as promessas da escritura: “Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda a sabedoria e prudência”. (Ef. 1,7-8) Crendo nesta promessa de Deus na Escritura, se descortina um algo mais para a vida espiritual e humana daquele que crê e que deseja viver em Deus. Aqui se centraliza e amadurece sua relação com o Deus que é Uno e Trino, do Deus que se oferece como alimento nos altares das igrejas do mundo inteiro, sobretudo, no altar dos corações daqueles que Nele crêem. Entre suas experiências, S. Teresa nos apresenta a experiência especial do mistério da Eucaristia e da presença real do Senhor (V 28, 8), do seu sangue derramado (R 26), da majestade do Senhor ressuscitado e glorificado, encoberto pelo sinal sacramental: «Quando eu vejo… uma Majestade tão grande oculta, em uma coisa tão pequena como é uma Hóstia, não posso deixar de me admirar de tão grande sabedoria. Não sei mesmo, como o Senhor me dá ânimo e esforço, para me chegar a Ele» (V 38, 21). «Quando me aproximava para comungar e me lembrava daquela Majestade grandíssima que tinha visto e via que era Ele quem estava no Santíssimo Sacramento (e muitas vezes quer o Senhor que O veja na Hóstia), os cabelos se me arrepiavam e dir-se-ia que toda eu me aniquilava» (V 38, 19). Descreve, ainda, de maneira clara, suas confidências eucarísticas delicadíssimas noutras citações do Caminho de Perfeição (CV 34, 6-7).
“Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco, antes de sofrer”
(Lc 22,15)
Na centralidade da Carta Apostólica “Desiderio Desideravi”, o papa Francisco desdobra suas orientações para a autêntica celebração litúrgica, partindo deste momento de amizade de Jesus com seus discípulos: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco, antes de sofrer” (Lc 22,15). Ao falar da preparação para a “Última Ceia”, o papa nos recorda que, além da preparação estava ali também um “convite”, que enquanto os discípulos “Pedro e João foram enviados para fazer os preparativos para comer aquela Páscoa”, ali estava presente toda a criação, toda a história estava prestes a se revelar como a história da salvação – “foi uma enorme preparação para isso . No entanto, desde então, pela misericórdia do Senhor, o dom é confiado aos Apóstolos para que seja levado a cada homem e mulher. Ninguém ganhou um lugar naquela Ceia. Todos foram convidados. Esta é a novidade absoluta, a originalidade absoluta daquela Ceia, a única coisa verdadeiramente nova na história, que torna aquela Ceia única e por isso “a Última Ceia”, irrepetível. No entanto, seu desejo infinito de restabelecer aquela comunhão conosco que era e continua sendo seu projeto original, não será satisfeito até que todo homem e mulher, de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5,9), tenha comido seu Corpo e Bebido seu Sangue. E por isso essa mesma Ceia se fará presente na celebração da Eucaristia até que ele volte novamente. E continua o papa dando a estas palavras de Jesus, “com as quais se abre o relato da Última Ceia”, a fresta pela qual nos é dada a surpreendente possibilidade de intuir a profundidade do amor das pessoas da Santíssima Trindade por nós. Vemos neste versículo utilizado pelo papa Francisco uma relação uma profunda de S. Teresa com Jesus, à semelhança da amizade de Jesus com seus discípulos, desde o chamado a “segui-Lo”, até o estreitando de suas experiências pessoais que culminaria nesse “ardente desejo de comer com eles a Páscoa”. Chamamos a atenção para as experiências de S. Teresa, que sendo inspiradas pelo próprio Deus, pode compreender tamanho mistério trinitário, conseguiu compreender o verdadeiro valor da Eucaristia. Ela exprime a sua fé e o seu amor à Eucaristia, as suas tão grandes ânsias de comungar o amor do Senhor. No fim do relato do Livro da Vida, S. Teresa confidencia a impetuosidade do seu desejo de comungar: «Vêm-me algumas vezes umas ânsias tão grandes de comungar, que não sei se poderiam encarecer. Aconteceu-me uma manhã que chovia tanto, que aprecia não estar o tempo de modo a se poder sair de casa. Estando eu fora dela, já estava tão fora de mim, com aquele desejo, que, ainda que me pusessem lanças ao peito, me parece romperia por entre elas, quanto mais por água» (V 39, 22). Essas e outras experiências lançam luzes para sua fé eucarística. Confirmamos, ainda que, nos principais acontecimentos da sua história de salvação nasceram da Eucaristia. Entre elas havemos de destacar, a sua missão de fundadora: «Tendo eu um dia comungado, Sua Majestade mandou-me instantemente que o procurasse realizar com todas as minhas forças» (V 32, 11). Aqui, é notório perceber como Teresa de Jesus viveu tamanho mistério de amizade com o Senhor na Eucaristia. Assim, torna-se perceptível sua altíssima experiência trinitária, traduzida numa vida real de amor e de obras, numa mística de serviço à humanidade, como verdadeiro louvor de glória da Santíssima Trindade, e na mais credível irradiação do Deus amor trinitário.
“A graça pentecostal do Espírito Santo” (V 38, 9-10)
Em virtude de nossa união com Cristo na Eucaristia, recebemos do Pai toda sorte de bênçãos, graça e paz vinda do seu Espírito. Pois, nos dirá S. Paulo que do Pai recebemos “no seu Bem-Amado” a filiação divina, “pelo seu Sangue” somos perdoados e libertados de nossos pecados. (cf Ef 1,1-10) Graça concedida por Deus que abre-nos à prática da prudência e da sabedoria em nossa vida, ao mesmo tempo, que nos conduz a “recapitular” todas as coisas por Cristo, com Cristo e em Cristo. Viver uma verdadeira conversão diária é se deixar recapitular por Cristo. Viver uma sincera relação de amizade e intimidade com Deus frutificando em boas obras é se deixar recapitular por Cristo, porque como dirá S. Teresa “obras quer o Senhor” (5M 3,9-11). O Senhor que se oferece aos seus amigos através do seu Corpo e do seu Sangue, realiza a obra do Pai em cada Eucaristia, mas para isto é necessário se deixar recapitular pelo Pai em Cristo, e em “tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra”, como é seu desejo desde a “fundação do mundo”. Recapitular nossa relação com este Senhor é adorá-LO e comungá-LO com reta intenção, com o desejo de fazer a sua vontade, de crescer no amor fraterno, nas práticas da caridade, que serão uma via de mão dupla para o amadurecimento na vida de oração, contemplação e ação, frutificando numa contínua resposta de amor ao Amor, resposta essa originada do encontro da verdadeira alma eucarística. Dirá o papa Francisco, que é a comunidade de Pentecostes que sabe partir o Pão na certeza de que o Senhor está vivo, ressuscitou dos mortos, presente com a sua palavra, com os seus gestos, com a oferta do seu Corpo e do seu Sangue. A partir desse momento a celebração tornou-se o lugar privilegiado — embora não o único — do encontro com Ele. Sabemos que só graças à graça deste encontro o ser humano se torna plenamente humano. Só a Igreja de Pentecostes pode conceber o ser humano como pessoa, aberta a uma relação plena com Deus, com a criação e com os irmãos. (DD 33) No relato do Livro da Vida, vemos uma série de graças eucarísticas descritas por S. Teresa: a graça pentecostal do Espírito Santo pairando sobre a sua cabeça (V 38, 9-10), e as seguintes (V 38, 19. 23. 30. 31), todas em sua maioria, são recebidas no momento da comunhão: «Em comungando» desaparecem os achaques corporais (R 1, 23; CV 34, 6). Na liturgia eucarística do Domingo de Ramos, saboreia o sangue do Senhor (R 26). No momento da comunhão recebe a graça que a introduz nas sétimas moradas (R 36). As graças místicas eucarísticas adornam a sua última jornada de fundadora (F 30-31).
“Eucaristia antecipada”
A partir das experiências de S. Teresa e de toda a formação doutrinária da Igreja, “somos convidados a celebrar a Eucaristia, a recebê-la, a adorá-la, com a fé dos Santos”, sobretudo, como a Virgem Maria. Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e não apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão sacrificial da Eucaristia. Quando levou o menino Jesus ao templo de Jerusalém, «para O apresentar ao Senhor» (Lc 2, 22), ouviu o velho Simeão anunciar que aquele Menino seria «sinal de contradição» e que uma «espada» havia de trespassar também a alma d’Ela (cf. Lc 2, 34-35). Maria vive uma espécie de «Eucaristia antecipada», dir-se-ia uma «comunhão espiritual» de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união com o Filho durante a Paixão. (S. João Paulo II) S. Teresa demonstra acreditar neste padecimento antecipado da Virgem Maria, uma “Eucaristia antecipada”: Não penses quando vês minha Mãe que me tem nos braços que gozava aqueles contentamentos sem grave tormento. Desde que lhe disse Simeão aquelas palavras, deu-lhe meu Pai clara luz para que visse o que eu havia de padecer. (Relações 36). No projeto de vida que traçou para as suas comunidades, a participação da missa ocupa um lugar importante nas suas Constituições, solenizar os domingos e festas, tanto que no capítulo segundo das Constituições trata dos «dias em que se pode receber o Senhor»: «A comunhão será cada domingo e festas de nosso Senhor e nossa Senhora (…) e nos outros dias que parecer ao confessor, conforme a devoção e o espírito das irmãs, com licença da madre prioresa» (Const. 2, 1). O primeiro biógrafo acrescenta que, além do prescrito nas Constituições, a Madre Teresa «mandou que cada monja comungasse todos os anos no dia em que tomou o hábito (da Virgem Maria), e no que fez a profissão. E embora isto não esteja nas Constituições, quis que tivesse a mesma força que se estivesse nelas, e para que se soubesse a sua vontade, uma vez que lho perguntaram pediu tinta e papel, e escreveu-o e assinou de seu nome. E isto é certíssimo». (Francisco de Ribera, La Vida de la Madre Teresa IV, 12, p. 424)
“Meu Senhor, já é tempo de caminhar”
O Senhor Jesus, a Igreja e a Eucaristia, eram três amores da vida de Santa Teresa. Não por acaso uma das máximas de suas expressões foi proferida nos seus últimos momentos de vida, conforme os testemunhos das Irmãs nos processos de Alba de Tormes: “Já é tempo de caminhar”. Esta expressão usada por S. Teresa é o mais profundo desejo do encontro definitivo com “Aquele que soube amá-la”. Conforme relatos da Ir. Ana de São Bartolomeu, enfermeira de S. Teresa, no fim da sua vida, no dia 3 de Outubro de 1582, véspera da sua morte, às 5 horas da tarde pediu o Santíssimo Sacramento, como «Viático», como companheiro de viagem na hora da sua morte, para morrer como «filha da Igreja» e receber a graça da salvação pelos méritos de Cristo e a oração das suas irmãs. «Pediu que lhe dessem o Santíssimo Sacramento, porque entendia que morria. Quando viu que o traziam, sentou-se na cama com grande ímpeto de espírito, de maneira que foi preciso segurá-la, porque parecia que se queria deitar da cama. Dizia com grande alegria: – “Meu Senhor, já é tempo de caminhar. Seja em boa hora e cumpra-se a vossa vontade”. S. Teresa dava muitas graças a Deus por se ver filha da Igreja e por morrer nela, dizendo que pelos méritos de Cristo esperava ser salva, e pedia-nos a todas que o suplicássemos a Deus, para que lhe perdoasse os seus pecados e não olhasse para eles, mas para a sua misericórdia». (cf. Biblioteca Mística Carmelitana, t. 2, p. 239) É certo afirmarmos que a graça eucarística do matrimônio espiritual tornou a vida contemplativa de S. Teresa numa fonte de fecundidade apostólica ao serviço de Cristo e da Igreja: “Para isto é a oração, filhas minhas; para isto serve este matrimônio espiritual: para que nasçam sempre obras, obras”. (7 M 4, 6). O mundo ainda não sabe, mas todos estão convidados para a ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19,9). Para ser admitido na festa, basta o vestido nupcial da fé, que vem da escuta da sua Palavra (cf. Rm 10,17). A Igreja confecciona tal vestimenta para caber em cada um com a brancura de uma vestimenta banhada no sangue do Cordeiro. (Re 7,14). Não devemos nos permitir um momento de descanso, sabendo que ainda nem todos receberam convite para esta Ceia ou sabendo que outros a esqueceram ou se perderam pelo caminho nas reviravoltas da vida humana. Foi disso que falei quando disse: “Sonho com uma ‘opção missionária’, ou seja, um impulso missionário capaz de transformar tudo, para que os costumes da Igreja, os modos de fazer as coisas, os tempos e horários, a linguagem e as estruturas possam ser adequadamente canalizada para a evangelização do mundo de hoje, e não para sua auto-preservação”. (Evangelii Gaudium, n. 27). Eu quero isso para que todos possam estar sentados na Ceia do sacrifício do Cordeiro e viver d’Ele. (PP. Francisco DD 29/06/2022).
Busquemos a intercessão de Santa Teresa de Jesus, para que possamos aprender a valorizar a cada dia mais o “tão sublime Sacramento”, e assim suplicar por muitos irmãos que estão afastados do “Cristo vivo” na Eucaristia. Lembremo-nos de suas palavras ditas com grande alegria nos seus últimos instantes de vida: – “Meu Senhor, já é tempo de caminhar. Seja em boa hora e cumpra-se a vossa vontade”. E, como S. Teresa dar muitas graças a Deus, por nos vermos filhos da Igreja, crendo que pelos méritos de Cristo alcançaremos a eternidade.
SANTA MADRE TERESA DE JESUS,
Rogai por nós!
Estela da Paz, OCDS.
Comissão de História.
Comissão de Espiritualidade.
Referências:
REIS. Manuel Reis, OCD. Santa Teresa de Jesus… e a Eucaristia.
Carta Apostólica DESIDERIO DESIDERAVI, 29/06/2022 – PP. Francisco.
Catequese do Papa: A perfeição segundo Santa Teresa de Ávila, 02/02/2011. PP. Bento XVI.
Carta Encíclica ECCLESIA DE EUCHARISTIA, 17/04/2003. PP. S. João Paulo II