
Liturgia – 31 de maio – SOLENIDADE DE PENTECOSTES

recebeu cada um deles o Espírito de Deus. Aleluia!”
Cor litúrgica: Vermelho
Ofício solene próprio
Liturgia das Horas: 928-982
Oração das Horas: 642-764
Leituras: At 2,1-11 – Sl 103(104) – 1Cor 12,3b-7.12-13 – Jo 20,19-23
“A paz esteja convosco.” Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado e continuou: “Recebei o
Espírito Santo…”
O cristianismo nasce da experiência comunitária da presença e da força do Ressuscitado. Essa presença implica a transcendência do tempo, mudando situações de vida, dando uma dimensão nova ao viver em comum.
“Minha vontade saiu também de si, tornando-se divina; unida agora com o divino amor, já não ama humildemente com sua força natural e sim com a força e pureza do Espírito Santo, não mais agindo de modo humano nas coisas de Deus.”
São João da Cruz – 2N 4,2
“Temos visto sempre que aqueles que acompanharam Cristo Nosso Senhor mais de perto foram os que mais padeceram. Vejamos os sofrimentos de sua gloriosa Mãe, bem como de seus Santos apóstolos.”
Santa Teresa de Jesus – M 7.4.5
VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA
(festa omitida hoje)
A presença do Verbo encarnado em Maria é causa de graça para Isabel que, inspirada, percebe os grandes mistérios que se operam na jovem prima, a sua dignidade de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação do precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe. Maria ficou com Isabel até o nascimento de João Batista, aguardando provavelmente outros oito dias para o rito da imposição do nome. Aceitando esta contagem do período passado junto com a prima Isabel, a festa da Visitação, de origem franciscana (os Frades Menores já a celebravam em 1863), era celebrada a 2 de julho, isto é, ao término da visita de Maria. Teria sido mais lógico colocar a memória depois do dia 25 de março, festa da Anunciação, mas procurou-se evitar que caísse no período quaresmal. A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo papa Urbano VI para propiciar com a intercessão de Maria a paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do Ocidente. O sínodo de Basiléia, na sessão do dia 1o. de julho de 1441, confirmou a festividade da Visitação, não aceita, no início pelos Estados que defendiam o antipapismo. O atual calendário litúrgico, não levando em conta a cronologia sugerida pelo episódio evangélico, abandonou a data tradicional de 2 de julho para fixar-lhe a memória no último dia de maio, como coroação do mês que a devoção popular consagra ao culto particular da Virgem. Comenta São Francisco de Sales: “Na Encarnação Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor… Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus, pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar Deus que não vemos, se não amamos os homens que vemos. Esta parte realiza-se na Visitação”. Em Portugal, por ordem do rei D. Manuel, o Venturoso, as festividades do dia da Visitação eram celebradas com grande pompa, por ter sido esta invocação escolhida como protetora da Casa de Misericórdia de Lisboa, assim como de todas as Misericórdias do reino, instituição beneficente fundada pela rainha D. Leonor, sob a inspiração de Frei Miguel de Contreiras. Deste modo os irmãos da Misericórdia solenizavam o dia que a Virgem Nossa Senhora, depois de conceber o Cristo Redentor, foi visitar Santa Isabel, usando para com ela e São João Batista, que estava em suas entranhas, de “particular misericórdia”.
São Raimundo Nonato