Liturgia – 03 de setembro – SÃO GREGÓRIO MAGNO, Papa e Doutror

Liturgia – 03 de setembro – SÃO GREGÓRIO MAGNO, Papa e Doutror


SÃO GREGÓRIO MAGNO,
Papa e Doutor

Cor litúrgica: Branco

Ofício da memória
Liturgia das Horas: 1247-1644-795
Oração as Horas: 1351-1525-906

Leituras: Cl 1,9-14 – Sl 97(98) – Lc 5,1-11
“Jesus disse a Simão: Não tenhas medo. Doravante serás pescador de homens.”
Simão Pedro, diante desse fato milagroso, sente-se invadido por um sentimento de pequenez, impureza e indignidade diante do Mistério que se vislumbra.

São Gregório Magno, nasceu em Roma no ano de 540. A familia Anícia, à qual pertencia, era uma das principais de Roma. Quando seu pai morreu, Gregório, ainda muito jovem, era prefeito da cidade. O historiador protestante Harnack admira “a sabedoria, a justiça, a mansidão, a força de iniciativa, a tolerância” e Bossuet considera-o o “modelo perfeito de como se governa a Igreja”. É considerado um dos mais célebres Papas da história da Igreja, e seu pontificado durou 14 anos (de 3 de Setembro de 590 a 12 de Março de 604), é marcada por coisas incríveis: organiza a defesa de Roma ameaçada por Aginulfo, com quem reata depois relações de boa vizinhança; administra os bens públicos com religiosa equidade, suprindo o descanso dos funcionários imperiais; favorece o progresso dos agricultores eliminando todo o resíduo de escravidão da gleba; animado pelo zelo, promove a missão de Santo Agostinho de Cantuária na Inglaterra e é o primeiro a usar o nome de servo dos servos de Deus. O epistolário (chegaram a nós 848 cartas) e as homilias ao povo dão-nos farto testemunho de suas múltiplas atividades, deixando a sua marca em toda parte: lembramos por exemplo, o campo litúrgico, com a promoção do canto gregoriano, o direito canônico, a vida ascética monacal, a pastoral e o apostolado leigo. A sua familiaridade com a Sagrada Escritura aparece nas Homilias sobre Ezequiel e sobre o Evangelho, enquanto os Moralia in Job atestam a sua admiração por Santo Agostinho. Era admirador excepcional figura de São Bento, fundou sete mosteiros, seis na Sicília e um em Roma. Profunda influência exerceu, juntamente com a Vida de São Bento, o seu livro Regra pastoral, válido ainda hoje. De valor mais transcendental foram sua consolidação litúrgica e a codificação do canto eclesiástico (até hoje o canto-chão leva o seu nome, gregoriano). A ele se deve, por exemplo, o costume de cantar o Kyrie eleison na Missa, a introdução do Pai Nosso antes da fração da hóstia, e dos aleluias nos ofícios divinos, mesmo fora do tempo pascal. Teve muito empenho em realizar as cerimônias de culto com muita pompa exterior, para instrução e edificação do povo. Do ponto de vista da liturgia, foi um digno predecessor do Papa São Pio V.
Das Homilias de São Gregório Magno, papa
Muitos são os chamados e poucos os escolhidos (Mt 20, 16). Muitos, com efeito, chegam à fé, mas bem poucos ao Reino dos Céus. O rebanho da Igreja acolhe tanto os bodes como os cordeiros; mas, segundo o testemunho do Evangelho, quando o Juiz vier, há de separar os bons e os maus. Pois os que se fazem na terra escravos dos prazeres da carne, não poderão, no céu, serem contados entre as ovelhas. Vedes, caros fiéis, muitas dessas pessoas na Igreja, mas não deveis imitá-las; nem, por outro lado, desesperar de que possam salvar-se. De fato, vemos bem o que uma pessoa é hoje, mas ignoramos como será amanhã. Muitas vezes quem parece vir atrás de nós passa à nossa frente pelo impulso de uma boa ação. E, às vezes, mal podemos seguir amanhã o que hoje deixávamos para trás. Quando Estevão morria pela fé, Saulo tomava conta das vestes daqueles que o lapidavam. Ele o lapidava, portanto, pelas mãos de todos os seus algozes, que então podiam mover-se mais à vontade, para atirar as pedras. E, no entanto, por seus trabalhos pela Santa Igreja, Paulo superou aquele do qual fizera um mártir, ao persegui-lo. Há, por conseguinte, duas coisas a que devemos estar atentos, uma vez que há muitos chamados e poucos escolhidos. A primeira coisa é que ninguém deve jamais presumir de si próprio; pois, ainda que chamado à fé, ignora se será digno do Reino eterno. A segunda é que jamais devemos ter a ousadia de desesperar do próximo, ainda que o vejamos mergulhado nos vícios, pois não conhecemos os tesouros da misericórdia divina.
Homilia 19 in Evangelia, liber I, 5.6 (Patrologia Latina 76, 1157-1158)
Papa propõe São Gregório Magno como modelo para pastores e políticos
Bento XVI apresentou São Gregório Magno, Papa da Idade Média, como modelo para os pastores da Igreja e para as autoridades civis, por ter compreendido o poder como serviço. O Santo Padre dedicou sua tradicional alocução por ocasião do Ângelus dominical a recordar a figura desse doutor da Igreja, falecido no ano 604, recordado neste domingo pelo calendário litúrgico romano. Antes de ser bispo de Roma, havia alcançado a maior dignidade civil à que podia aspirar-se, «prefeito da urbe», quando tinha somente 30 anos. Mais tarde, deixou a vida pública para abraçar a vida monástica, segundo a regra de são Bento. No Papa que escolheu o nome de Bento em recordação desse santo, patriarca do monaquismo ocidental, podia-se perceber uma emoção especial ao recordar o legado do Papa beneditino, primeiro monge em ser nomeado sucessor do apóstolo Pedro. Após a morte do Papa Pelágio II, falecido por causa de uma epidemia de peste, Gregório foi eleito Papa. O pontífice apresentou «sua singular figura, diria quase única» como «um exemplo que é preciso apresentar tanto aos pastores da Igreja como aos administradores públicos». «Tentou, por todos os meios, evitar a nomeação, mas ao final teve de render-se e, deixando o claustro, dedicou-se à comunidade, consciente de que estava desempenhando um dever e de que era um simples “servo dos servos de Deus”. “A vida do pastor de almas tem que ser uma síntese equilibrada entre contemplação e ação, animada pelo amor que “alcança cumes elevadíssimos quando se inclina com misericórdia ante os males profundos dos outros”, diz, citando São Gregório. “A capacidade de inclinar-se ante a miséria dos outros é a medida da força da entrega aos outros”, acrescentava o santo, com palavras utilizadas pelo próprio Concílio Vaticano II para descrever a imagem do pastor de nossos tempos.
O canto gregoriano é a mais antiga manifestação musical do Ocidente, nada a ele se compara ou pode superá-lo. É a manifestação litúrgica musical revestida de solenidade pela Igreja e propriamente seu Canto Oficial, graças a unificação feita pelo Papa São Gregório Magno. Quando um só monge canta o gregoriano, é a própria Igreja cantando suas palavras ao Pai Celestial, por Cristo e pelo Espírito Santo. Segundo os próprios Monges da Abadia da Ressureição: O Canto Gregoriano é uma forma musical própria para uso nas celebrações litúrgicas da Igreja. A característica do Canto Gregoriano é ser essencialmente orante. Ele próprio se constitui em oração e suas melodias não são acessórios ou ornamento exterior, mas sim a própria vida da oração, que reforçando a Palavra e dirigindo o pensamento, dispõe o fiel à ação do Espírito Santo, elevando-o a Deus. A melodia no canto Gregoriano é “serva” da Palavra”.

“Ó poderoso Senhor, se uma centelha do império da tua justiça faz tanto no príncipe mortal, que governa e move as criaturas, que não fará a tua onipotente justiça sobre o justo e o pecador?.” São João da Cruz – D 46

Carta de Santa Teresa de Jesus em 03

1578 – C 255 – Ao Padre Frei Jerônimo Gracián, em Madrid – Recomenda-lhe com extremo que cuide muito de Frei João da Cruz, por ter saído extremado do cárcere.

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