
Liturgia – 05 de outubro – SÃO BENEDITO, O NEGRO

Religioso
Cor litúrgica: Branco
Ofício da memória
Liturgia das Horas: 1348-1743-872
Oração das Horas: 1395-1571-959
Leituras: Jn 1,1-2,1.11– Cânt. Jn 2.2.3.4.5.8 – lc 1q0,25-37
“O Bom Samaritano.”
Acolhendo a todos, recebemos a presença de Deus que sempre nos visita na pessoa de nossos irmãos.
São Benedito faleceu na Sicília em1589. De cor negra e filho de escravos, ingressou num convento franciscano de Palermo. Foi exemplar pela humildade e obediência. Embora fosse analfabeto, a sabedoria e o discernimento que possuía fizeram com que fosse eleito superior do convento. Atendia a muitas pessoas que o procuravam para pedir conselhos e praticava milagres.
São Benedito é um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele negra e de sua origem, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, “o Mouro”. Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas “o santo Negro”. Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.
Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família, à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo. Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: “Nosso santo mouro”. Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.
Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome. Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações. Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias. Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do “santo Mouro”, profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.
“Só chegam a adquirir a sabedoria divina aqueles que, assemelhando-se aos pequeninos e ignorantes, renunciam ao próprio saber para caminhar com amor no serviço de Deus.” São João da Cruz – 1S 4,5
Cartas de Santa Teresa de Jesus em 05
1571 – C 34 – À D. Catalina Balmaseda – Anuncia-lhe que foi admitida para receber o hábito das Descalças de Medina.
1576 – C 122 – Ao Pe. Jerônimo Gracián – Sobre as perseguições contra Descalcez e o Pe. Gracián. Relata a história das Fundações.
1576 – C 124 – À Madre Maria de S. José, Priora de Sevilla – Inveja as Descalças de Sevilla por terem o Pe. Gracián. A Quinta de La Serna. O Agnus Dei e os anéis de Teresita. Aconselha as Descalças que se confessem alguma vez aos da Companhia. O Franciscano Frei Boaventura. As Prioras de Malagón, Caravaca e Beas.