
Liturgia – 26 de dezembro – SANTO ESTÊVÃO, Diácono e Protomártir
Cor litúrgica: Vermelho
Ofício festivo próprio
Laudes: Liturgia das Horas: 1084-985
Oração das Horas: 1161-1109
I Vésperas: Liturgia das Horas: 377-1144
Oração das Horas: 184-1459
Leituras próprias: At 6,8-10;7-54-59 – Sl 30(31) – Mt 10,17-22
“Tomai cuidado com os homens. Eles vos levarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas.”
Jesus nos anuncia o que os cristãos de alguns lugares estão passando hoje por incompreensão, contradição e perseguição.
Festa de Santo Estêvão, protomártir, que pouco mais de sete anos depois do Calvário foi o primeiro a dar testemunho de Cristo pelo sacrifício de sua vida. O livro dos Atos relata como, cheio da graça do Espírito Santo, foi ele escolhido pelos Apóstolos para ser um dos sete primeiros diáconos, e também como foi apedrejado, depois de ter confessado a fé em Jesus Cristo, exaltado à direita de Deus, e orado por seus perseguidores.
Santo Estevão descendia dos judeus que viviam no estrangeiro, ou seja, fora da Terra Santa. Tais judeus eram chamados de helenistas, pois havia neles a influência da cultura grega que dominava no império romano. Após a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos a Igreja começou a crescer rapidamente e surgiu a necessidade de se cuidar dos órfãos, viúvas e pobres em geral, que foram batizados. Os apóstolos sugeriram que os cristãos escolhessem sete homens justos para cuidarem dos necessitados. Esses sete homens foram ordenados diáconos (o que significa ajudantes, servidores) e então foram considerados pelos apóstolos como seus auxiliares mais próximos. Dentre os diáconos um se destacou por sua fé inabalável e dom da palavra: o jovem Estevão, chamado de arcediago, ou seja, primeiro diácono. Em pouco tempo os diáconos, além do auxílio aos pobres, passaram a participar assiduamente das orações e ofícios.
Estevão pregava a palavra de Deus em Jerusalém, reforçando a verdade de suas palavras com presságios e milagres. Seu sucesso era enorme, e isso despertou contra ele ódio dos seguidores da lei de Moisés — os fariseus. Eles o capturaram e levaram à corte suprema dos judeus. Ali os fariseus apresentaram falsas testemunhas, as quais afirmavam que ele, em suas pregações blasfemava contra Deus e o profeta Moisés. Justificando-se Santo Estevão expôs diante dos cirenenses a história do povo hebreu, demonstrando com claros exemplos, como eles sempre repudiaram a Deus e matavam os profetas enviados por Ele. Ao ouvirem essas palavras, os membros cirenenses esbravejaram de raiva.
Nesse momento Santo Estevão fitou o Céu o qual se abriu sobre ele, e ele exclamou: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem de pé à direita de Deus” (atos 7:56). Ouvindo-o falar, novamente os cirenenses foram tomados por uma fúria imensa. Tampando os ouvidos, eles se atiraram contra ele, lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. Havia um rapaz de nome Saulo, o qual foi incumbido de vigiar as vestes do apedrejado; ele aprovava o assassinato de Estevão. Ao cair sob a saraivada de pedras, Estevão exclamou: “Senhor Jesus, não lhes leves em conta este pecado e recebe meu espírito.” Esse acontecimento e a palavra de Estevão estão descritos pelo Evangelista Lucas no livro dos At. 6,8.
Assim o arcedíago foi o primeiro mártir por Cristo no ano 34 d.C.. Depois disso em Jerusalém começou a perseguição aos cristãos, da qual eles foram obrigados a fugir para várias partes da Terra Santa e vizinhança do país. Assim a fé cristã foi se propagando por várias partes do império romano. O sangue do primeiro mártir Estevão não foi derramado em vão. Pouco tempo depois Saulo, aquele que aprovou a sentença de morte de Estevão, passou a crer, foi batizado com o nome de Paulo. Tornou-se um famoso pregador do Evangelho e um dos mais prósperos evangelistas e missionários. Muitos anos depois, tendo ido a Jerusalém, também foi agarrado por uma multidão enfurecida de judeus que queriam apedrejá-lo. Em sua conversação com eles, Paulo lembrou-se sobre a morte inocente de Estevão e de sua própria participação nela (Atos 22).
O seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa – e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o fato de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé – o protomártir.
Ant. 2 – Estevão viu os céus se abrirem e entrou; feliz é este homem para o qual os Céus se abriram!”
Segue-o Estêvão, como diácono,
Com belo título agraciado
Da escolha feita, tirando a sorte
Que o Santo Espírito tinha inspirado.
É lapidado e enfrenta a morte,
Mas do inimigo tem compaixão
Entre pedradas bendiz e, orando,
Para os algozes pede perdão.
“De outra parte, por serem pouquíssimas as almas que suportam e perseveram entrando por esta “porta apertada e este caminho estreito que conduz à vida” ,conforme diz Nosso Senhor (MT 7,14).”
São João da Cruz – 1N 11,4
“… vendo os martírios que sofriam por Deus… desejava morrer assim… combinávamos ir a terra de mouros para que lá nos degolassem…”
Santa Teresa de Jesus – V 1-4
Carta de Santa Teresa de Jesus em 26
1575 – C 93 – A Diego Ortiz, em Toledo – Assuntos particulares da família dos fundadores das Descalças de Toledo.