
EVANGELHO DO DIA – 10/10/10
EVANGELHO (São Lucas 17,11-19)
11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”
14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.
Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.
17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor.
Na sua primeira pregação na sinagoga de Nazaré, citará Jesus o fato da cura de Naamã, o sírio (Lc 4,27) – o único curado por Eliseu, de preferência a todos os leprosos israelitas – para demonstrar que não é a salvação privilégio reservado aos israelitas, mas dom oferecido a todos os homens. Semelhante sucesso terá lugar mais tarde quando, na última viagem a Jerusalém, Jesus cura dez leprosos, dos quais um só – o estrangeiro – repetirá o gesto agradecido de Naamã e receberá, junto com a saúde física, o dom da salvação (Lc 17,11-19. Evangelho). O grupo desses dez infelizes encontrou-se com Jesus: “Pararam ao longe e, aos gritos, lhe diziam: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (ibidem, 12-13). É um brado de confiança neste Jesus, cujos milagres ouviram contar e cuja compaixão pelas misérias humanas ouviram louvar; brado que é ouvido. Todavia, lhes impõe o Senhor uma condição: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes” (ibidem, 14). O que exigia a lei mosaica ao leproso já curado, para inspeção de sua cura (Lv 14,2), Jesus o exige dos dez, antes mesmo de serem curados, realçando assim o valor da obediência à lei. Enquanto iam cumprir a ordem, sentiram-se curados. Idêntica cura para todos, mas não idêntica reação. “Então um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e lançou-se por terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças. E era um samaritano” (ibidem, 15-16). Os outros noves não sentem necessidade de voltar para agradecer; talvez porque, como membros do povo escolhido, consideram-se com direito aos dons de Deus. Enquanto que o samaritano, estrangeiro como é, não julga ter tal direito e, considerando-se indigno do favor de Deus, acolhe-o com coração humilde e agradecido. Esta atitude de humildade e reconhecimento dispõe-no a outro favor ainda maior, o da salvação: “Levanta-te e vai: tua fé te salvou” (ibidem, 19).