

06 de Outubro de 2022
Quinta-feira da XXVII Semana do Tempo Comum
Texto Orante: Frei Antônio González, OCD
Motivação
Um menino observava sua mãe enquanto ela bordava. Ele via o trabalho desde o avesso, e só percebia um emaranhado de cores sem sentido. Mas quando sua mãe lhe mostrou a obra acabada, o pequeno se admirou do desenho delicado que aqueles fios compunham.
A oração também é obra paciente, perseverante.
Nos abrimos ao Espírito Santo, escutamos Jesus, vamos tecendo um diálogo com o Pai. É uma amizade que vai mudando nossa realidade, e que Jesus nos convida a cultivar com perseverança.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’, eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. Portanto, eu vos digo, pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e para quem bate, se abrirá. Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
Com exemplos cotidianos, Jesus fala da oração, para fazer-nos tomar consciência de que faz parte de nossa vida real, e por sua vez é mistério. Por isso, como em tudo, é importante ser constantes, perseverantes.
A oração tem fruto: Deus nos dá o Espírito Santo, esse Espírito que renova o coração e que, trabalhando lado a lado conosco, transforma a realidade.
Santa Teresa nos diz no “Caminho de Perfeição”
« Pois digo que vai muitíssimo em se começar com uma grande determinação, e isto por tantas causas, que seria preciso alongar-me muito se as dissesse. Só duas ou três vos quero dizer, irmãs (…) Não tenhais medo que vos deixe morrer de sede o Senhor que nos chama para que bebamos desta fonte. Isto já ficou dito e quisera eu dizê-lo muitas vezes, porque este temor acovarda muito as pessoas que ainda não conhecem de todo a bondade do Senhor por experiência, ainda que o conheçam pela fé. Mas é grande coisa ter experimentado a amizade e carinho com que trata aos que vão por este caminho e como faz quase tudo à Sua custa.
Os que isto não experimentaram, não me maravilho que queiram a segurança de algum interesse. Pois já sabeis que é de cem por um ainda nesta vida, e que o Senhor disse: “Pedi e recebereis”».
(Caminho de Perfeição, 23, 1. 5-6)
Às vezes, Senhor, me canso de orar;
às vezes não quero;
às vezes, não vejo muito sentido.
Meus sentimentos, vão e vêm,
como a maré que sobe e abaixa.
E tu estás aí, paciente, atento sempre a mim.
Tu me dás teu Espírito de amor,
que me ajuda a não ficar em mim mesmo,
e vais trabalhando meu coração,
com perseverança de ourives,
com amor de vinhateiro.
E me pedes que permaneça diante de ti, com fé.
Obrigado, Senhor!
Frei Antônio González, OCD
Tradução livre do App Evangelio Orado oferecido por Carmelitas Descalços Província Ibérica
Referência:
• – Imagens disponíveis na WEB