ENTREVISTA COM FREI ALZINIR – DELEGADO GERAL PARA A OCDS

ENTREVISTA COM FREI ALZINIR – DELEGADO GERAL PARA A OCDS

Caros Irmãos/ãs da OCDS do Brasil
Que o Senhor, Videira verdadeira nos mantenha
unidos a Si e entre si…
O Luciano, responsável pelo Blog da Ocds do
sudeste, pediu-me que escrevesse algo para vocês; faço-o agora com estas poucas
palavras que tentam traduzir algo de minha experiência.
1.    
Fale um
pouco sobre o senhor, para que possamos conhecê-lo melhor.
Sou Natural da cidade de Campos Novos-SC; nasci em
1962, e sou o 10º filho de Salvador Debastiani (+) e Sustene Z. Debastiani.
Entrei no Carmelo em 1983, no Postulantado em Caratinga,
MG; ano seguinte fiz o noviciado em S. Roque e a seguir a filosofia em Belo Horizonte-MG;
a teologia em Roma. Fui ordenado sacerdote em 1991.
Fui pároco em Caratinga, depois superior e formador
e Belo Horizonte. Em 1999 fui designado ao Noviciado, como superior e mestre de
noviços e ao mesmo tempo Delegado Provincial para a OCDS. Neste cargo permaneci
até 2005. DE 2008-2010 exerci a missão de Provincial; 2011 voltei a Belo
Horizonte e no final deste mesmo ano estava destinado a fazer parte da nova
comunidade que iniciaríamos no Nordeste…
2.     O senhor foi pego de
surpresa para este trabalho ou já esperava essa designação?
No final do mês de novembro um e-mail do P. Geral,
fr. Saverio, colocou-me a possibilidade de atuar junto À OCDS, como seu
Delegado…  Certamente que isto me
deixou apreensivo e fez-me refletir, rezar muito a fim de responder-lhe
conforme o que já professara como religioso. Não foi fácil, mas via que os
motivos para não aceitar eram apenas humanos e não justificavam um não, apesar
das resistências em ter que deixar o Brasil… 
Depois veio a nomeação do fr. Rubens como Bispo e novamente lhe coloquei
a questão – pois seríamos dois frades a sair da Província; prevaleceu o que
antes estava programado.
Cheguei em Roma dia 25 de abril para conhecer e
iniciar o novo trabalho. Cabe ressaltar que o Fr. Aloysius, então Delegado para
a OCDS, foi extremamente fraterno em passar-me os seus conhecimentos e
experiência de 15 anos nesta função. A ele agradeço por todo serviço prestado à
Ordem, particularmente na elaboração dos documentos que atualmente regem o
Carmelo Secular.
3.    
O que o
senhor acha que essa posição de Delegado Geral para a OCDS exige e o que é mais
desafiador nessa missão?
Diante desta nova missão, o fazer de ponte entre a
Ordem Secular e os frades, o conhecimento da realidade da OCDS em todo o mundo vai
exigir um esforço maior, a fim de poder respeitar os variados estilos das
Comunidades nas mais variadas partes do mundo e colaborar com o crescimento da
OCDS nas várias realidades em que se encontra.  Devo ainda estudar inglês para poder
comunicar-me com os que falam esta língua e isto é também um desafio imediato. Outros
certamente haverão, porém, vamos com calma…
4.    
Quais
será a sua linha de trabalho e que objetivos deseja alcançar?
Minha expectativa para o Carmelo
Secular é a de que cresça no amor à vocação recebida. Com uma vivência
autêntica da própria identidade laical como carmelitas teresianos, a OCDS enriquece
a vida consagrada dos frades, bem como das monjas carmelitas com o que é
próprio da vocação laical (cf. Constituições 38). Ser carmelita secular é
descobrir-se inserido neste carisma bonito que o Espírito Santo suscitou em S.
Teresa de Jesus. E isto é possível nas três formas em que ele é vivido pelos
Frades, pelas Monjas e pelos Leigos.  
Por isso, nesta preparação ao V
Centenário do nascimento da S. Madre, ela quer sobretudo nos recordar: o amor e
bondade de Deus manifestaram-se de forma definitiva e irrevogável na pessoa de
Jesus, e assim será “feliz quem de fato O amar e sempre o trouxer como
companhia” e amigo (cf. Vida 22,6). Desta amizade com Cristo Jesus nasce o
desejo de partilhar com o outro na comunidade, de ajudar e “ser amigos fortes
de Deus”, apoiando-se mutuamente no serviço amoroso e gratuito às suas próprias
famílias, à Igreja, nos variados ambientes de trabalho em que se encontram.
5. Qual a sua opinião sobre a OCDS no Brasil?
Penso que no Brasil a OCDS tem muito que avançar.
Como organização, já formam dados passos significativos, agora com a presença
dos dois Delegados provinciais fr. Wilson e fr. Fabiano. Vejo que sobretudo no
caminho da formação, que de fato deve ir tornando o estilo das Comunidades mais
fraterno e que a formação recebida na Comunidade transforme-se em vida,
testemunho fraterno que atraia. Ao mesmo tempo a comunidade inteira é chamada a
sentir-se responsável e envolvida no testemunho cristão com virtudes concretas.
Somente assim a evangelização será fecunda na construção e no serviço do Reino,
onde os leigos tem um papel de protagonismo nos vários campos da sociedade,
como já assinalaram os Bispos nas últimas conferências do Episcopado Latino
Americano (S. Domingo e Aparecida). Vejo também que precisamos potenciar o
trabalho com os jovens em nosso país. É um desafio diante de tantas outras
propostas da sociedade que levam à morte. Precisamos levar-lhes a proposta do
Evangelho e do Carisma carmelitano-teresiano que os leve ao conhecimento de uma
proposta de Vida, como já vem fazendo a Comissão de Jovens e outras. Neste
sentido somos chamados a aproveitar a ocasião da JMJ no Rio de Janeiro ano que
vem, para tornar mais conhecido o Carisma do Carmelo.
6.     Aos seculares, o senhor poderia fazer
  – uma pergunta:
Queria
deixar esta reflexão à luz do evangelho da Eucaristia de hoje (V domingo da
Páscoa): que frutos estou produzindo em minha condição de Carmelita Secular? Ou
vivo só de aparências?
– uma recomendação (conselho):
Jesus nos lembra que, somente permanecendo unidos
ao Tronco da Videira – Jesus Ressuscitado – pela oração e pela comunhão
fraterna na comunidade é que produziremos frutos para a glória do Pai…
– um pedido de oração:
Peçamos à Virgem Maria, Mãe e Irmã no Carmelo, especialmente
cultuada neste mês de maio entre nós, que nos leve sempre a seu Filho Jesus e
nos ensine a cumprir em tudo a Sua vontade. E que o Senhor nos sustente com sua
graça. Às orações de vocês, recomendo-me.
Fraternalmente em Cristo e no Carmelo,
Fr. Alzinir F.
Debastiani OCD – Roma, 6 de maio de 2012.

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