A Regra do Carmo, apesar de escrita há mais de 800 anos para os eremitas que foram viver no Monte Carmelo em busca de uma maior e intimidade com Deus, continua atual até hoje e nela podemos identificar os princípios que regem a vida carmelitana. Tais princípios se encontram nas Constituições da OCDS, em seu artigo 6°:
6. A Regra de Santo Alberto é a expressão original da espiritualidade do Carmelo. Foi escrita para leigos que se reuniram no Monte Carmelo para viver uma vida dedicada à meditação da Palavra de Deus sob a proteção da Virgem. Nessa Regra se encontram os princípios que orientam a vida carmelitana:
a) viver em obséquio de Jesus Cristo;
b) ser diligentes na meditação da lei do Senhor;
c) reservar tempo para a leitura espiritual;
d) participar na liturgia da Igreja, tanto na Eucaristia como na Liturgia das Horas;
e) interessar-se pelas necessidades e pelo bem dos demais na comunidade;
f) armar-se com a prática das virtudes, ao mesmo tempo que se vive uma vida intensa de fé, esperança e caridade;
g) buscar o silêncio interior e a solidão em nossa vida de oração;
h) usar prudente discrição em tudo que fazemos.
Todos esses princípios contidos na Regra serviram de base para a elaboração dos demais documentos que regem a vida do Carmelita Secular, como as Constituições e os Estatutos. Dessa forma, quando vivemos o que pede esses documentos, estamos vivendo o que nos propõe a Regra do Carmo.
Fazer a vontade de Deus é viver em obséquio de Jesus Cristo. Para discernirmos a vontade de Deus, precisamos meditar a Palavra, ler os livros espirituais, participar da Eucaristia, rezar a liturgia das horas e fazer a oração mental. Assim, poderemos realizar a vontade de Deus, nos atentando às necessidades dos outros, praticando as virtudes e sendo discretos em nossas ações.
Portanto, o carmelita secular deve procurar viver no mundo moderno de hoje, no trabalho, na escola, na família, na Igreja, onde estiver, os princípios escritos por Santo Alberto, para que assim possa ser sal da terra e luz no mundo em uma sociedade perdida pelo consumismo, egoísmo, numa busca desenfreada pelo poder, pelo prazer e pelo possuir.
Luciano Dídimo, ocds