MITOS ANTICATÓLICOS SOBRE AS CRUZADAS – UM PERITO AS DESMENTE.

MITOS ANTICATÓLICOS SOBRE AS CRUZADAS – UM PERITO AS DESMENTE.

Nós, carmelitas (da antiga observância e descalços),  bem sabemos que nossos antigos pais eremitas do Monte Carmelo haviam sido cruzados… Sabemos que foram homens santos, movidos por profundos sentimentos de amor e devoção aos lugares sagrados onde Cristo e os profetas viveram. Por isso, mais do que quaisquer outras pessoas, devemos ter consciência de que as Cruzadas não foram um movimento genocida ou de corruptos, mas, um “fenômeno religioso”, que moveu milhares de homens, a maioria sincera e devota, a empreenderem campanhas para a libertação da Terra Santa das mãos dos muçulmanos. O mundo agora assiste estarrecido o que fanáticos dessa religião são capazes de fazer: não era diferente naquele tempo



O perito
historiador Dr. Paul F. Crawford do Departamento de História e Ciências
Políticas da Universidade de Pensilvânia (Estados Unidos), desmente quatro
mitos anticatólicos sobre as Cruzadas, como por exemplo que os participantes
teriam se fartado de riquezas quando na verdade aconteceu é que muitos
terminaram na ruína financeira.
O investigador
das Cruzadas assinala em um artigo publicado em abril deste ano que com frequência
“as cruzada são mostradas como um episódio deploravelmente violento no
qual libertinos ocidentais, que não tinham sido provocados, assassinavam e
roubavam muçulmanos sofisticados e amantes da paz, deixando padrões de opressão
escandalosa que se repetiriam na história subsequente”.
“Em muitos
lugares da civilização ocidental atual, esta perspectiva é muito comum e
demasiado óbvia para ser rebatida”, prossegue.
Entretanto,
precisa o perito autor do livro “The Templar of Tyre”, a
“unanimidade não é garantia de precisão. O que todo mundo ‘sabe’ sobre as
cruzadas poderia, de fato, não ser certo”.
Seguidamente
rebate, um por um, quatro mitos que terminam por mostrar algo que, em
realidade, não foram as Cruzadas.
Em sua maioria, os cavaleiros e soldados cruzados eram
homens devotos, que se consagraram a Deus e à Igreja na
libertação e defesa da Terra Santa. 
Primeiro mito: “as cruzadas representaram um
ataque não provocado de cristãos ocidentais contra o mundo muçulmano”
Crawford
assinala que “nada poderia estar mais longe da verdade, e inclusive uma
revisão cronológica esclareceria isso. No ano 632, Egito, Palestina, Síria,
Ásia Menor, o norte da África, Espanha, França, Itália e as ilhas da Sicília,
Sardenha e Córsega eram todos territórios cristãos. Dentro dos limites do
Império Romano, que ainda era completamente funcional no Mediterrâneo oriental,
o cristianismo ortodoxo era a religião oficial e claramente majoritária”.
Por volta do ano
732, um século depois, os cristãos tinham perdido a maioria desses territórios
e “as comunidades cristãs da Arábia foram destruídas completamente em ou
pouco tempo depois do ano 633, quando os judeus e os cristãos de igual maneira
foram expulsos da península. Aqueles na Pérsia estiveram sob severa pressão.
Dois terços do território que tinha sido do mundo cristão eram agora regidos
por muçulmanos”.
O que aconteceu,
explica o perito, a maioria das pessoas sabem, mas só lembra quando
“recebem um pouco de precisão”: “A resposta é o avanço do Islã.
Cada uma das regiões mencionadas foi tomada, no transcurso de cem anos, do
controle cristão por meio da violência, através de campanhas militares
deliberadamente desenhadas para expandir o território muçulmano a custa de seus
vizinhos. Mas isto não deu por concluído o programa de conquistas do
Islã”.
Os ataques
muçulmanos contra os cristãos seguiram já não só nessa região, mas contra a
Europa, especialmente Itália e França, durante os séculos IX, X e XI, o que fez
que os bizantinos, os cristãos do Império Romano do Oriente, solicitassem ajuda
aos Papas. Foi Urbano II quem enviou as primeiras cruzadas no século XI, depois
de muitos anos de ter recebido o primeiro pedido.

Enfrentando milhares de quilômetros a pé, a cavalo, em barcos ou pequenos
navios, milhares de homens deixaram tudo: suas famílias e propriedades,
submetendo-se a condições climáticas severas, padecendo de doenças e fome,
para tentarem libertar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos. 
Para o Dr.
Crawford, “longe de não terem sido provocadas, então, as cruzadas
realmente representam o primeiro grande contra-ataque do Ocidente cristão
contra os ataques muçulmanos que se deram continuamente desde o início do Islã
até o século XI, e que seguiram logo quase sem cessar”.
Quanto a este
primeiro mito, o perito faz uma singela afirmação para entender um pouco melhor
o assunto: “basta perguntar-se quantas vezes forças cristãs atacaram Meca.
A resposta é obvia: nunca”.

A imensa maioria dos cruzados, quando
retornavam, voltavam ainda pobres ou
empobrecidos, pois haviam gastado tudo que
possuíam para patrocinar a empreita. 
Segundo mito: “os cristãos ocidentais foram às
cruzadas porque sua avareza os motivou a saquear os muçulmanos para ficarem
ricos”
“Novamente
– explica – não é verdade”. Alguns historiadores como Fred Cazel explicam
que “poucos cruzados tinham suficiente dinheiro para pagar suas obrigações
em casa e manter-se decentemente nas cruzadas”.
Desde o começo
mesmo, recorda o Dr. Paul F. Crawford, “as considerações financeiras foram
importantes no planejamento da cruzada. Os primeiros cruzados venderam muitas
de suas posses para financiar suas expedições que geraram uma estendida
inflação”.
“Embora os
seguintes cruzados levassem esta consideração em conta e começaram a economizar
muito antes de embarcar nesta empresa, o gasto seguia estando muito perto do
proibitivo”, acrescenta.
Depois de
recordar que o que alguns estimavam que as Cruzadas fossem custar era “uma
meta impossível de ser alcançada”, o historiador assinala que “muito
poucos se enriqueceram com as cruzadas, e seus números foram diminuídos
sobremaneira pelos que empobreceram. Muitos na idade Média eram muito
conscientes disso e não consideraram as cruzadas como uma maneira de melhorar
sua situação financeira”.

Várias Ordens religioso-militares foram fundadas na época
das cruzadas. Como, então, acreditar que se tratavam de
“homens cruéis” ou “sanguinários” que desejavam apenas
lucros ou matança? Acima, na figura, exemplo das principais. 
Terceiro mito: “os cruzados foram um bloco
cínico que em realidade não acreditava nem em sua própria propaganda religiosa,
senão que tinham outros motivos mais materiais”.
Este, assinala o
perito historiador em seu artigo, “foi um argumento muito popular, ao
menos desde Voltaire. Parece acreditável e inclusive obrigatório para gente
moderna, dominada pela perspectiva do mundo materialista”.
“Com uma taxa de
mortes que chegava perto de 75 por cento dos que partiam, com uma expectativa
de voltar financeiramente quebrado e não poder sobreviver, como foi que a
predicação funcionou de tal forma que mais pessoas se unissem”? – questiona o
historiador.
Entre os cruzados, haviam homens
verdadeiramente santos, como,
por exemplo, São Luís IX, rei de
França e São Mateus de Beauvais.
Crawford
responde explicando que “as cruzada eram apelantes precisamente porque era
uma tarefa dura e conhecida, e porque empreender uma cruzada pelos motivos
corretos era entendido como uma penitência
aceitável pelo pecado
. Longe de ser uma empresa materialista, a cruzada não era prática em termos
mundanos, mas valiosa para a alma
“.
“A cruzada
era o exemplo quase supremo desse sofrimento complicado, e por isso era uma
penitência ideal e muito completa”, acrescenta.
O historiador
indica logo que “com o complicado que pode ser para que as pessoas na
atualidade acreditem, a evidência sugere fortemente que a maioria dos cruzados estavam motivados pelo desejo de agradar a Deus,
expiar seus pecados e colocar suas vidas ao serviço do ‘próximo’
, entendido
no sentido cristão”.


Quarto mito: “os cruzados ensinaram aos
muçulmanos a odiar e atacar a cristãos”
… 

Outra vez,
esclarece Paul Crawford, que nada está mais afastado da verdade. O historiador
assinala que “até muito recentemente, os muçulmanos recordavam as cruzadas
como uma instância na que tinham derrotado um insignificante ataque ocidental
cristão”.
A primeira
história muçulmana sobre as cruzadas não apareceu senão até 1899. Por isso
então, o mundo muçulmano estava redescobrindo as cruzadas, “mas o fazia
com um giro aprendido dos ocidentais”.
“Ao mesmo
tempo, o nacionalismo começou a enraizar-se no mundo muçulmano. Os nacionalistas
árabes tomaram emprestada a ideia de uma longa campanha europeia contra eles da
escola europeia antiga de pensamento, sem considerar o fato de que constituía
realmente uma má representação das cruzadas, e usando este entendimento
distorcido como uma forma para gerar apoio para suas próprias agendas”.

Então, precisa o
Dr. Crawford, “não foram as cruzadas as que ensinaram o Islã a atacar e
odiar os cristãos. Os fatos estão muito longe disso. Essas atividades tinham
precedido as cruzadas por muito tempo, e nos conduzem até à origem do Islã. Em
vez disso, foi Ocidente quem ensinou o Islã a odiar as Cruzadas. A ironia é
grande”.

(Fonte: ACI Digital)

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