O CARMELO ABRAÇANDO SUA ESSÊNCIA; CAMINHANDO PARA FRENTE
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Oração, sopro de vida
(Fr. Alzinir Francisco Debastiani ocd)
Essência do Evangelho: Reino de Deus presente já
presente em Jesus
presente em Jesus
“Cristo é o centro da vida e da experiência cristãs
(Cl 1,15-29); Ef 2,20). Ele, Filho de Deus, encarna-se para revelar-nos o
desígnio do Pai e para comunicar-nos uma vida nova (Jo 1,1-18), a verdade de
Deus e a nossa, Deus que se comunica conosco, nós que somos filhos, chamados à
união com Ele.” (Cap. Geral OCD 2003, Voltar ao essencial, 18) .
(Cl 1,15-29); Ef 2,20). Ele, Filho de Deus, encarna-se para revelar-nos o
desígnio do Pai e para comunicar-nos uma vida nova (Jo 1,1-18), a verdade de
Deus e a nossa, Deus que se comunica conosco, nós que somos filhos, chamados à
união com Ele.” (Cap. Geral OCD 2003, Voltar ao essencial, 18) .
Essência da Igreja: Vivência e anúncio do Evangelho
do Reino: dom de felicidade e de libertação para todos, especialmente os
últimos da sociedade.
do Reino: dom de felicidade e de libertação para todos, especialmente os
últimos da sociedade.
Essência de um
carisma da uma família Religiosa na Igreja: atualização de um aspecto do
Evangelho do Reino para uma época;
carisma da uma família Religiosa na Igreja: atualização de um aspecto do
Evangelho do Reino para uma época;
“A consagração é, em última análise, uma expressão
de fé num Deus pessoal, único e absoluto, a quem devemos obediência amorosa; a
comunhão é um meio apoiado na caridade que nos leva a formar uma família
reunida em nome do Senhor. A missão é
anúncio e testemunho do Evangelho com suas conseqüências e exigências
sociais, é vocação de todo cristão. O consagrado quer, por sua vez, sublinhá-lo
com um compromisso de esperança ativa ao dedicar-se completamente ao serviço
dos demais” (Voltar ao essencial 32).
de fé num Deus pessoal, único e absoluto, a quem devemos obediência amorosa; a
comunhão é um meio apoiado na caridade que nos leva a formar uma família
reunida em nome do Senhor. A missão é
anúncio e testemunho do Evangelho com suas conseqüências e exigências
sociais, é vocação de todo cristão. O consagrado quer, por sua vez, sublinhá-lo
com um compromisso de esperança ativa ao dedicar-se completamente ao serviço
dos demais” (Voltar ao essencial 32).
“O número 15 das nossas Constituições apresenta
sinteticamente o essencial de nosso carisma e espiritualidade. Refletir sobre
ele nos ajudará a retomar o que é realmente básico em nossa vocação e missão.
sinteticamente o essencial de nosso carisma e espiritualidade. Refletir sobre
ele nos ajudará a retomar o que é realmente básico em nossa vocação e missão.
“Considerando as origens de nossa vocação e carisma
teresiano, cabe enumerar aqui os elementos primordiais de nossa profissão:
teresiano, cabe enumerar aqui os elementos primordiais de nossa profissão:
a) Abraçamos a vida religiosa “em obséquio de
Jesus Cristo” apoiando‑nos no comum destino, na imitação e no patrocínio da
Santíssima Virgem, cuja forma de viver constitui para nós um modelo de
configuração com Cristo.
Jesus Cristo” apoiando‑nos no comum destino, na imitação e no patrocínio da
Santíssima Virgem, cuja forma de viver constitui para nós um modelo de
configuração com Cristo.
b) Nossa vocação consiste numa graça que no impele,
numa comunhão fraterna de vida, a uma “misteriosa união com Deus”
pelo caminho da contemplação e da atividade apostólica que se fundem
indissoluvelmente no serviço da lgreja.
numa comunhão fraterna de vida, a uma “misteriosa união com Deus”
pelo caminho da contemplação e da atividade apostólica que se fundem
indissoluvelmente no serviço da lgreja.
c) Somos chamados à oração que, alimentada pela
escuta da palavra de Deus e a liturgia, nos conduz ao trato de amizade com
Deus, não só quando rezamos, mas também na vida. Comprometemo‑nos nesta vida de
oração, que se nutre da fé, da esperança e, sobretudo, da caridade divina, a
fim de podermos, purificados os corações, nos aprofundar em nossa vocação
cristã em nos dispor a uma efusão mais copiosa dos dons do Espírito Santo.
Assim participamos do carisma teresiano e continuamos a inspiração primitiva do
Carmelo, envoltos pela presença e pelo mistério
do Deus vivo.
escuta da palavra de Deus e a liturgia, nos conduz ao trato de amizade com
Deus, não só quando rezamos, mas também na vida. Comprometemo‑nos nesta vida de
oração, que se nutre da fé, da esperança e, sobretudo, da caridade divina, a
fim de podermos, purificados os corações, nos aprofundar em nossa vocação
cristã em nos dispor a uma efusão mais copiosa dos dons do Espírito Santo.
Assim participamos do carisma teresiano e continuamos a inspiração primitiva do
Carmelo, envoltos pela presença e pelo mistério
do Deus vivo.
d) Pertence a mesma razão de ser do nosso carisma
animar de zelo apostólico a oração e toda a vida consagrada, trabalhar de
diversas maneiras a serviço da Igreja e dos homens, para que verdadeiramente “a
ação apostólica proceda da íntima união com o Cristo”; mais ainda, aspirar
também à sublime forma de apostolado que flui da plenitude do “estado de
união com Deus”.
animar de zelo apostólico a oração e toda a vida consagrada, trabalhar de
diversas maneiras a serviço da Igreja e dos homens, para que verdadeiramente “a
ação apostólica proceda da íntima união com o Cristo”; mais ainda, aspirar
também à sublime forma de apostolado que flui da plenitude do “estado de
união com Deus”.
e) Pretendemos realizar ambos os serviços, o
contemplativo e o apostólico, formando uma comunidade fraterna. Desse modo,
fiéis à idéia primitiva de Santa Teresa de fundar uma pequena família à imagem
e semelhança do pequeno “colégio de Cristo”, graças à nossa comunhão de vida
baseada na caridade, tornamo‑nos testemunhas da unidade da Igreja.
contemplativo e o apostólico, formando uma comunidade fraterna. Desse modo,
fiéis à idéia primitiva de Santa Teresa de fundar uma pequena família à imagem
e semelhança do pequeno “colégio de Cristo”, graças à nossa comunhão de vida
baseada na caridade, tornamo‑nos testemunhas da unidade da Igreja.
Finalmente esforçamo-nos por edificar a nossa vida
sobre o fundamento da abnegação evangélica, conforme a Regra e ensinamentos dos
nossos santos Padres.
sobre o fundamento da abnegação evangélica, conforme a Regra e ensinamentos dos
nossos santos Padres.
Santa Teresa
delineou também o estilo concreto de viver essas realidades do carisma e da
espiritualidade. Ela “quis marcar sua Obra com uma forma e estilo peculiares de
vida: fomentando as virtudes sociais e demais valores humanos, cultivando a
alegria e a suavidade da vida fraterna num cordial ambiente de família,
inculcando a dignidade da pessoa humana e a nobreza de alma, elogiando e
promovendo a formação dos religiosos jovens, o estudo e o culto das
letras”, ordenando a mortificação e os exercícios ascéticos da comunidade
para uma mais profunda vida teologal e acomodando estas práticas ao ministério
apostólico, alentando a comunhão entre as diversas casas e a amizade evangélica
entre as pessoas” (Constituições OCD, 10).”
delineou também o estilo concreto de viver essas realidades do carisma e da
espiritualidade. Ela “quis marcar sua Obra com uma forma e estilo peculiares de
vida: fomentando as virtudes sociais e demais valores humanos, cultivando a
alegria e a suavidade da vida fraterna num cordial ambiente de família,
inculcando a dignidade da pessoa humana e a nobreza de alma, elogiando e
promovendo a formação dos religiosos jovens, o estudo e o culto das
letras”, ordenando a mortificação e os exercícios ascéticos da comunidade
para uma mais profunda vida teologal e acomodando estas práticas ao ministério
apostólico, alentando a comunhão entre as diversas casas e a amizade evangélica
entre as pessoas” (Constituições OCD, 10).”
(Voltar ao essencial, 58-59).
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O CARISMA DO CARMELO TERESIANO
(Solicitado para apresentar brevemente o Carisma do
Carmelo teresiano, o P. Geral, P. Luis Aróstegui Gamboa, escreveu a
seguinte síntese sobre o argumento. Publicamo-la com a esperança de que possa interessar).
Carmelo teresiano, o P. Geral, P. Luis Aróstegui Gamboa, escreveu a
seguinte síntese sobre o argumento. Publicamo-la com a esperança de que possa interessar).
Na história do que se chama o Carmelo (do monte com
este mesmo nome na Palestina) existe um decorrer ao longo do tempo e de personagens,
que também podemos dizer, pertencem ao exterior. E existe um caminho teológico para
o profundo e o evangélico, que está representado por Teresa de Jesus e São João
da Cruz e outros personagens do Carmelo, como Teresa de Lisieux ou Edith Stein
(e Jerônimo Gracián ou outros, entre os
não canonizados). A realidade espiritual vivida por estas pessoas na Igreja mostra
que não há somente um suceder-se ano depois
de ano, de século pós século, de um carisma que, estabelecido de uma vez para
sempre, se repete a si mesmo uniformemente, mas que eles fizeram um caminho rumo
ao centro originário do cristianismo, “al más profundo centro”, “entremos más
adentro en la espesura”, convertendo-se, sem pretender, em critérios carismáticos, em fontes
de inspiração.
este mesmo nome na Palestina) existe um decorrer ao longo do tempo e de personagens,
que também podemos dizer, pertencem ao exterior. E existe um caminho teológico para
o profundo e o evangélico, que está representado por Teresa de Jesus e São João
da Cruz e outros personagens do Carmelo, como Teresa de Lisieux ou Edith Stein
(e Jerônimo Gracián ou outros, entre os
não canonizados). A realidade espiritual vivida por estas pessoas na Igreja mostra
que não há somente um suceder-se ano depois
de ano, de século pós século, de um carisma que, estabelecido de uma vez para
sempre, se repete a si mesmo uniformemente, mas que eles fizeram um caminho rumo
ao centro originário do cristianismo, “al más profundo centro”, “entremos más
adentro en la espesura”, convertendo-se, sem pretender, em critérios carismáticos, em fontes
de inspiração.
Este Carmelo guarda sempre no coração a recordação da solidão e do silêncio, mas
sobretudo guarda a contemplação, aquele olhar amoroso e profundo para a
realidade humana à luz de Deus ( em que consiste a profundidade). Mas este
Carmelo é também itinerante, e vive em meio das pessoas, em vilas e cidades. O
deserto converteu-se sobretudo em espiritual, a consciência partilhada do
deserto teológico do mundo, a dor desta consciência convertida em oração.
sobretudo guarda a contemplação, aquele olhar amoroso e profundo para a
realidade humana à luz de Deus ( em que consiste a profundidade). Mas este
Carmelo é também itinerante, e vive em meio das pessoas, em vilas e cidades. O
deserto converteu-se sobretudo em espiritual, a consciência partilhada do
deserto teológico do mundo, a dor desta consciência convertida em oração.
Este deserto espiritual chama-se também “noche” na experiência
do Carmelo que caminhou rumo ao centro originário,
daquele que propriamente interessa e era o buscado.
do Carmelo que caminhou rumo ao centro originário,
daquele que propriamente interessa e era o buscado.
E aquelas solidões históricas da natureza foram descobertas como transparência da beleza divina, como rastro
e reminiscência, “mil gracias derramando pasó por estos sotos con presura” “De
aquellos santos padres nuestros” venimos, que en tan gran soledad buscaban
“este tesoro, esta preciosa margarita”, evocava Teresa de Jesus, enquanto que
na realidade seus carmelos os fundava no
estilo de fraternidade e recreação, na simplicidade, o bom sentido, a alegria e
a naturalidade; e aos irmãos, os queria esmeradamente formados e empregados
fervorosamente no serviço das necessidades da Igreja. Certamente, tendo no coração o deserto ou a “noche amable más que
el alborada”, buscando a “preciosa margarita” da contemplação (que finalmente,
para Teresa de Jesus, acha sua verdade no amor a Deus e ao próximo, amor traduzido em obras).
e reminiscência, “mil gracias derramando pasó por estos sotos con presura” “De
aquellos santos padres nuestros” venimos, que en tan gran soledad buscaban
“este tesoro, esta preciosa margarita”, evocava Teresa de Jesus, enquanto que
na realidade seus carmelos os fundava no
estilo de fraternidade e recreação, na simplicidade, o bom sentido, a alegria e
a naturalidade; e aos irmãos, os queria esmeradamente formados e empregados
fervorosamente no serviço das necessidades da Igreja. Certamente, tendo no coração o deserto ou a “noche amable más que
el alborada”, buscando a “preciosa margarita” da contemplação (que finalmente,
para Teresa de Jesus, acha sua verdade no amor a Deus e ao próximo, amor traduzido em obras).
O Carmelo de Teresa de Jesus (e de outras testemunhas
autênticas posteriores) tem como raiz de
sua maneira espiritual de ser, para dizê-lo brevemente, no tu a tu vivo confiante com Jesus. E é um Carmelo que
existe para a Igreja e para a humanidade.
autênticas posteriores) tem como raiz de
sua maneira espiritual de ser, para dizê-lo brevemente, no tu a tu vivo confiante com Jesus. E é um Carmelo que
existe para a Igreja e para a humanidade.
Todos os anseios, esperanças e sofrimentos desta
humanidade os abraça (contemplação) como seus, de forma ativa e comprometida, sem
reservas.
humanidade os abraça (contemplação) como seus, de forma ativa e comprometida, sem
reservas.
Este Carmelo pode renascer sempre a partir de hoje,
com toda verdade, porque não depende tanto do passado, mas do “más profundo
centro” do humano e do evangélico.
com toda verdade, porque não depende tanto do passado, mas do “más profundo
centro” do humano e do evangélico.
Luís Aróstegui Gamboa, ocd, Prepósito Geral
[www.ocd.pcn.net
Publicado en “Comunicationes” Nº 44,
1 de Junho de 2005 ]
Publicado en “Comunicationes” Nº 44,
1 de Junho de 2005 ]
