6º DIA – I Semana Missionária da OCDS
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SUPERAÇÃO DAS VIOLÊNCIAS E CULTURA DE PAZ
26/10/18
Uma “Igreja em saída”, que se faz luz na superação da violência e na construção da cultura da paz
Ruth Leite Vieira, ocds
O tema deste sexto dia da semana missionária da OCDS constitui-se em imenso desafio, principalmente diante do contexto político que vivemos e da iminência da eleição presidencial que traz consigo a idolatria de ideologias extremistas. Neste momento não vamos nos deter na violência disseminada nesta guerra de extremos. Vamos fixar nossos olhos em Cristo e inundar o coração com os valores do Evangelho!
O texto bíblico sugerido para esta reflexão é Mc 8, 30-38:
“Jesus os advertiu que não falassem a ninguém a seu respeito. Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse. Ele falou claramente a esse respeito. Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo. Jesus, porém, voltou-se, olhou para os seus discípulos e repreendeu Pedro, dizendo: “Para trás de mim, Satanás! Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens”. Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
Vivemos no Brasil um tempo de muita violência e de “muitas violências”. Não obstante o momento de cegueira onde se propaga a violência para combater as violências, vamos refletir sobre as causas da violência. Sabemos que toda forma de violência nasce de uma necessidade (moral, psicológica, física etc) não atendida, ou seja, nasce da miséria humana, das periferias institucionais ou existenciais.
Em contraposição, o Evangelho nos interpela a seguir a Cristo com coragem, renunciando a si mesmo, tomando a cruz e seguindo o Amor para a construção do Reino de Deus. No Reino de Deus não há violência, pois as necessidades de todos são atendidas. O seguimento autêntico de Cristo, necessariamente, nos leva a romper as barreiras da indiferença, então poderemos chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram. No entanto, primeiro, precisamos renunciar a si mesmos e abraçar a cruz. Somente depois veremos o Reino de Deus e a superação das violências.
Nesta semana missionária precisamos nos questionar:
O que precisamos renunciar para que as necessidades das pessoas que nos rodeiam possam ser atendidas e, assim, superarmos as violências e construirmos a paz?
Qual a cruz, o sacrifício, que devemos abraçar para essa construção?
Essa reflexão deve ser feita de forma individual, comunitária e também em nível macro. O que devemos renunciar pelo Brasil? Qual sacrifício podemos fazer para construção da paz em nosso País? Neste momento sensível que vivemos de nada vai adiantar colocar nossa responsabilidade nas “costas” dos políticos, sejam de extrema esquerda ou de extrema direita. A superação das violências e a construção da paz serão sempre responsabilidade da sociedade. A postura dos políticos é reflexo das nossas atitudes.
Neste contexto vamos refletir então qual a responsabilidade da OCDS na superação das violências e construção de uma cultura de paz, individualmente e comunitariamente. Que os ensinamentos dos nossos santos nos indiquem essa responsabilidade nos tempos de hoje. Que Nossa Senhora do Carmo nos ensine pela contemplação a servir ao próximo. Que a Eucaristia nos dê força para enfrentarmos nós mesmos, nosso egoísmo. Vamos cessar de procurar culpados por esse estado de violência generalizada! Somos nós! Somos nós que ainda não vivemos e testemunhamos o Evangelho como cristãos coerentes.
Uma Igreja que se faz luz na superação das violências e na construção da cultura de paz pela ação missionária de seus membros é sobretudo um grande testemunho do Amor de Cristo. Sendo assim, rezemos e imploremos ao Senhor que nos conceda alcançar Sua estatura para a cada dia construirmos Seu Reino de Amor e Paz! Afinal, somos cartas de amor, enviadas por Deus para um mundo de dor.
A Missão do Carmelita Secular
Garimpeiro do Verbo,
o leigo carmelita
anuncia o Evangelho
com a sua própria vida
Apóstolo de Cristo,
das sementes, o plantador
jardineiro missionário,
do pomar, o regador
Afinal, quem somos nós?
Somos cartas de amor
Enviadas por Deus
Para o mundo de dor
Luciano Dídimo