3º DIA – TRÍDUO DE MEDITAÇÕES COM SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ
3º Dia – Rezamos pela Paz mundial; pelos que sofrem com a fome e a miséria, as doenças e epidemias.
Da História da Igreja e Universal. Fé e nazismo. Edith Stein era a décima primeira filha de um casal muito fervoroso de judeus; destacou-se, logo, por sua inteligência brilhante, que lhe favoreceu uma visão racionalista e o juvenil desapego da religião. Interrompeu seus estudos, apenas durante a Primeira Guerra Mundial, para prestar socorro aos soldados como enfermeira da Cruz Vermelha. Como já dissemos, ela se destacou como filósofa assistente de Edmund Husserl, mas após a sua conversão ao cristianismo, e ao despertar vocacional à Ordem Carmelita Descalço através da autobiografia de Santa Teresa de Jesus, no “Livro da Vida”, viverá a perseguição judaica nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Para ela, porém, a perseguição aos judeus era a perseguição à humanidade de Jesus. Imitando-o, ela via a possibilidade de vencer o mal pelo bem. Tal vitória não seria a fuga do sofrimento, mas – aceitando-o na força da cruz – a solidariedade com os que sofrem. Leciona filosofia em Speyer e em Münster até 1933, quando Hitler proíbe os judeus de lecionar. No mesmo ano, ingressa no Carmelo, em Colônia.
Em 1938, faz os votos perpétuos e transfere-se para Echt, na Holanda, depois das violências da “Noite dos Cristais”. Até aquele momento, a Holanda era um país neutro, onde, no Carmelo de Echt, colocou por escrito seu desejo de oferecer-se em “sacrifício de expiação pela verdadeira paz e pela derrota do reino do Anticristo”.
Dois anos depois, os alemães ocupam a Holanda em 1940 e, no dia 2 de agosto de 1942, os judeus católicos são de lá deportados.
Mártir em Auschwitz. Dois anos após a invasão nazista da Holanda, em 1940, foi pega, junto com outros 244 judeus católicos, como ato de represália contra os Bispos holandeses, que se opuseram publicamente às perseguições, e levada para Auschwitz. Ali, cuidou das crianças encarceradas e as acompanhou, com compaixão, até ao patíbulo, e ensinou o Evangelho aos presos. Com ela estava também sua irmã Rosa, que também havia se convertido ao catolicismo, à qual, no momento extremo do martírio, disse: “Venha, vamos pelo nosso povo”.
No passado, Edith Stein havia escrito: “O mundo está em chamas: a luta entre Cristo e o anticristo se deteriorou abertamente. Por isso, se você optar por Cristo, poderia exigir de você até o sacrifício da própria vida”. “A Irmã Teresa Benedita é testemunha disto. «Mártir por amor», ela deu a vida pelos seus amigos e no amor não se fez superar por ninguém. Ao mesmo tempo, procurou com todo o seu ser a verdade, da qual escrevia: «Nenhuma obra espiritual vem ao mundo sem grandes sofrimentos. Ela desafia sempre o homem inteiro». E ainda: Não aceiteis como verdade nada que seja isento de amor. E não aceiteis como amor nada que seja isento de verdade!”. (JP II)
Na rápida passagem pelo campo de concentração de Westerbork (norte da Holanda), Edith escreve à priora: “Estou feliz por tudo. Só podemos adquirir a ciência da cruz, experimentando a cruz até o fim… repito no meu coração: ave, ó cruz, única esperança”. De lá, as irmãs são levadas, em 07 de agosto, para Auschwitz, na Polônia. Dois ou três dias depois, morrem na câmara de gás, com outros prisioneiros, cujos corpos são cremados.