
Beata Elias de São Clemente

Irmã Elias de São Clemente (1901-1927)
Terceira filha de Giuseppe Fracasso e Pasqua Cianci, a nova Beata nasceu no dia 17 de Janeiro de 1901, em Bari (Itália), e foi baptizada com o nome de Teodora.
A sua família mantinha-se graças ao trabalho do pai, mestre pintor e decorador de edifícios. Considerados excelentes cristãos, os pais de Teodora representavam para ela e para os seus quatro irmãos um seguro ponto de referência no seu crescimento humano e espiritual.
Quando tinha cerca de cinco anos de idade, Teodora afirmou ter visto em sonho uma linda “Senhora” que passeava num campo coberto de lírios floridos e em seguida desapareceu num feixe de luz. Depois da sua mãe lhe ter explicado o possível significado da visão, a criança prometeu que quando crescesse se tornaria monja. Além disso, na véspera da sua primeira Comunhão, sonhou que Santa Teresa do Menino Jesus lhe predizia: “Serás monja como eu”.
Entrou na Associação da Beata Imelda Lambertini, Dominicana de acentuada piedade eucarística, e depois na “Milícia Angélica” de S. Tomás de Aquino, reunindo-se periodicamente com as amigas para meditar e rezar, ler o Evangelho, a “Imitação de Cristo”, as vidas dos santos e em particular a autobiografia de Santa Teresinha.

Em 1914 foi introduzida na Terceira Ordem Dominicana como noviça, com o nome de Inês, e fez a profissão no ano seguinte, depois de ter recebido uma dispensa especial, por causa da sua jovem idade. Ampliou infinitamente o seu campo de apostolado, de catequese e de assistência, dando livre espaço ao seu profundo desejo de fazer o bem ao próximo; contudo, o seu coração aspirava por uma vida de clausura.
Assim, sabiamente orientada pelo seu confessor, preparou-se com uma profunda espiritualidade para dar o novo passo e, em 1920, vestiu o hábito carmelita escolhendo o nome de Irmã Elias de São Clemente. No ano seguinte emitiu os votos simples seguindo, a exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, o “pequeno caminho da infância espiritual onde me sentia chamada pelo Senhor”. Fez a profissão solene em 1925.
Em Janeiro de 1927 teve uma forte gripe que muito a debilitou, provocando-lhe dores de cabeça intensas e frequentes, que contudo suportava com grande abnegação. A Irmã Elias sofreu deste mal durante o ano inteiro e, na vigília de Natal, recebeu a visita de um médico, que só pôde constatar a irreversibilidade das suas condições de saúde (meningite e encefalice).
A nova Beata faleceu ao meio-dia de 25 de Dezembro, entrando no Céu como tinha previsto: “Morrerei num dia de festa”. A jovem Carmelita deixou em todos uma lembrança nostálgica, mas também um grande ensinamento: é necessário caminhar com alegria rumo ao Paraíso, porque este é o “Ponto Ómega” de todo aquele que crê.

Do Comum das Virgens, com a salmodia do dia do saltério
ORAÇÃO
Ó Deus, a quem agradou a oblação de si a vós oferecida pela virgem, Beata Elias de São Clemente, por sua intercessão concede-nos, sustentados pelo Pão Eucarístico, cumprir fielmente vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho que é Deus e vive e reina convosco na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amém.
Ofício das leituras
Segunda leitura
Dos escritos da B. Elias de São Clemente, Virgem. (ED. OCD 2001: pp. 282-295-322).
O desejo de perder-se em Deus e o zelo apostólico
Oh doce ocultamento, como amo passar os meus dias sob tua sombra e consumir assim minha existência, por amor do meu doce Senhor… às vezes, pensando nas eternas recompensas, infinitamente maiores que os leves sacrifícios desta vida, a minha alma fica maravilhada e tomada de uma ardente ânsia, eleva-se a Deus exclamando: “Oh meu bom Jesus, a qualquer preço quero atingir a meta, o porto da salvação. Não negue-me nada, concede-me de sofrer. Este seja o martírio interior do meu pobre coração, oculto a qualquer olhar humano; uma cruz despojada eu te peço. Estendida sobre ela, quero passar meus dias aqui”.
Quando se sofre unido a Jesus, o padecer é alegria; sofrer amando eu anelo, fora disto não quero mais nada.
Meu Dileto, quem poderá jamais separar-me de Ti? Quem será capaz de romper estas fortes correntes que amarram meu coração ao Teu? Será o abandono das criaturas? É próprio isto que une a alma ao seu Criador… talvez as tribulações, as penas, as cruzes? É nestes espinhos que o canto da alma que te ama é mais livre e leve. Talvez a morte? Mas esta não será outro que o princípio da verdadeira felicidade para a alma…. nada, nada poderá separar, nem mesmo por breves instantes esta alma de Ti. Ela foi criada por Ti e é fora do seu centro se não vive abandonada em Ti.
A minha vida é amor: este néctar suave me circunda, este amor misericordioso me penetra, me purifica, me renova e sinto que me consome. O grito deste meu coração é: “Amor do meu Deus, a Ti somente busca a minha alma. Alma minha, sofre e cala; ama e espera; imola-te e oculta a tua imolação sob um sorriso e, sempre avante… quero passar a minha vida num profundo silêncio para escutar no íntimo da alma a delicada voz do meu Doce Jesus.
Almas buscarei para lançá-las no mar do Amor misericordioso: almas de pecadores, mas sobretudo almas de sacerdotes e religiosos. Com esta meta a minha existência se apagará lentamente, consumindo-se como o óleo da lâmpada que vela junto ao Tabernáculo”. Sinto a vastidão da minha alma, a sua infinita grandeza, que não basta a vastidão deste mundo para preenchê-la: ela foi criada para perder-se em Ti, meu Deus, porque só tu és grande, infinito e por isso só Tu podes torná-la plenamente feliz.
Responsório
R. A rocha do meu coração é Deus, é Deus a minha herança para sempre: * fora Dele, nada desejo da terra.
V./ Uma Virgem preocupa-se das cosias do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito:
R./ fora Dele, nada desejo da terra.
Ant. ao Benedictus: Como é suave, Senhor o teu amor! Perdida em Ti, vivo beata eternamente.
Ant. ao Magnificat: O teu amor, oh Deus, como o fogo me consumiu na fornalha ardente do teu Coração.
Matéria enviada pela Comissão de Intercessão OCDS