28/11/2010 – I DOMINGO DO ADVENTO
O tema central do Advento é expectação do Senhor, considerada sob diversos aspectos. Em primeiro lugar, a expectação do Antigo Testamento orientado para a vinda do Messias. Dela falam os profetas que a liturgia apresenta nesta tempo à consideração dos fiéis para neles despertar aquele desejo progundo e ânsia de Deus, tão ardente nos escritos proféticos e, ao mesmo tempo, convidá-los a agradecer ao Altíssimo o dom inefável da salvação. Na verdade, esta já não se divisa no horizonte como um acontecimento futuro, tão prometido e esperado, mas que, há séculos, se transformou em realidade na encarnação do Filho de Deus e no seu nascimento no tempo. Já veio o Redentor e n’Ele cumpriram-se as esperanças do Antigo Testamento e surgiram as do Novo. E esta nova expectação consiste no seguinte: a vindo do Salvador deve atualizar-se no coração de todos os homens, enquanto a história da humanidade se orienta para a “parusia”, isto é, para a vinda gloriosa de Cristo no fim dos tempos. É nesta perspectiva qu devem ser escutadas e meditadas as leituras do Advento.
Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o únido Deus: “Virão muitos povos e dirão: ‘Vinde, subamos à Montanha do Senhor, à Casa do Deus de Jacob; Ele nos ensinará os seus caminhos” (Is 2,3). Reunidos na religião única, todos os homens viverão como irmãos e “não se adestrarão mais para a guerra” (Is 2,4). Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para os conduzir a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Mas, quando resta ainda para que isto se realize plenamente! Cada um dos cristãos deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. O texto do Profeta termina com este convite sugestivo: “Vinde, caminhemos à luz de Deus” (Is 2,5).
São Paulo, na segunda leitura, concretiza o nosso caminhar para essa luz: “Abandonemos as obras das trevas” (Rom 13,12), isto é, do pecado em todas as suas formas, e “revistamo-nos das armas da luz” (Rom 13,12), isto é, revestirmo-nos das virtudes, especialmente da fé e do amos. Isto é mais urgente do que nunca, pos “a salvação está agora mais perto de nós” (Rom 13,11) já que a história caminha para a sua última etapa: o regresso final do Senhor. O tempo que nos separa dessa meta deve ser aproveitado com solicitude; o Senhor que veio já no seu nascimento temporal em Belém, que está continuamente presenta na vida de cada homem e da humanidade, e “que há de vir no fim dos séculos”, deve ser acolhido, seguido e esperado com fé, esperança e caridade vivas e operantes.
O próprio Jesus falou-nos dessa atitude de vigilante expectação que deve caracterizar a vida do
cristão: “Vigiai, proque não sabeis em que dia virá o nosso Senhor” (Mt 24,42). Não se trata apenas de “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna. “Por isso, estais vós também preparados, proque o filho do Homem virá na hora em que menos pensardes” (Mt 24,44).Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena
O Nosso amor por Vós, Senhor, está edificado sobre o alicerce de ter sido pago pelo amor de um Deus; não se pode duvidar dele por estar tão manifesto com tão grandes dores e trabalhos e derramamento de sangue, até perder a vida para que não tivéssemos dúvida alguma deste amor. Dai-me, Senhor, o Vosso amor antes de me levar desta vida porque será grande graça, na hora da morte, ver que vamos ser julgados por quem amamos sobre todas as coisas. Podemos ir seguros com o pleito das nossas dívidas; não será o ir para terra estranha, mas para a própria, pois é a mesma de quem tanto amamos e nos ama. Santa Teresa de Jesus, Caminho