27 de janeiro – SANTO HENRIQUE DE OSSO E CERVELLÓ,

27 de janeiro – SANTO HENRIQUE DE OSSO E CERVELLÓ,

Memória facultativa na O.C.D.

Nascido em Vinebre, na Catalunha, a 16 de outubro de 1840, foi ordenado sacerdote a 21 de setembro de 1867. Apóstolo das crianças pela catequese, inspirados de movimentos laicais para uma vivência mais empenhativa do evangelho, diretor de almas. Ficou fascinado pela espiritualidade de santa Teresa de Jesus, mestra de oração e filha da Igreja, à luz de cuja doutrina fundou, em 1876, a Companhia de Santa Teresa. Seus membros devem formar as jovens na escola do evangelho segundo os exemplos da santa de Ávila. Apóstolo dos novos tempos com a pregação e o apostolado da imprensa, após grandes provações e so­frimentos, morreu em Gilet (Valência) a 27 de janeiro de 1896.

Dos Escritos do santo Henrique de Ossó, presbítero
(Um mês na escola do Sagrado Coração, Pról. dos Escri­tos, 3, Roma, 1977, pp. 456-458)

Tende os sentimentos de Cristo
Pensar como Jesus Cristo, sentir como Jesus Cristo, amar como Jesus Cristo, agir como Jesus Cristo, conver­sar como Jesus Cristo, falar como Jesus Cristo. Enfim, conformar toda a nossa vida à de Cristo, revestir-nos de Jesus Cristo! Nisto consiste o único interesse, a ocupação essencial e primária de todo cristão; porque cristão signi­fica alter Christus, outro Cristo. Salvar-se-á aquele que for encontrado conforme à imagem de Cristo. E, para con­formar-nos à vida de Cristo, é necessário antes de tudo estudá-la, conhecê-la, meditá-la. Não porém nos aspectos exteriores, mas penetrando os sentimentos, afetos, dese­jos, intenções de Jesus Cristo, buscando tudo fazer em perfeita união com ele.
É o próprio Jesus, com sua bondade e palavras, quem nos convida a agir assim. Mas como aprenderemos, por exemplo, sua mansidão e humildade? Como em cada ação nos colocaremos diante de Cristo para imitá-lo, se não co­nhecemos os sentimentos de seu Coração ao realizá-la? Porque Cristo viveu, comeu, dormiu, falou, calou-se, ca­minhou, cansou-se, repousou, suou, padeceu fome, sede, pobreza, numa palavra: trabalhou, sofreu, morreu por nós, pela nossa salvação. Portanto, devemos representar-nos Jesus ao natural e realmente; não de maneira teórica e ide­al, que nos levaria a não amá-lo e a não imitá-lo em tudo, como é nosso dever. Jesus é nosso irmão, carne de nossa carne, sangue de nosso sangue, ossos de nossos ossos. Este é o meu Jesus, Deus e homem verdadeiro, vivo, pessoal, que se fez visível sobre esta terra, que viveu, conversou conosco por trinta e três anos. De fato, Verbo eterno do Pai, por nossa salvação desceu do céu, encarnou-se, sofreu, morreu, ressuscitou, subiu ao céu, permanecendo entre nós, no Santíssimo Sacramento do altar, até a consumação dos séculos, para ser nosso companheiro, conforto, alimento.
A vida eterna consiste em conhecer sempre mais a Jesus Cristo, nossa única felicidade no tempo e na eternidade. Quão feliz será a alma que aprender cada dia esta lição e a puser em prática! Que suave pensamento: Viverei, come­rei, dormirei, falarei, calarei, trabalharei, padecerei, tudo farei e sofrerei em união com Jesus, conformando-me à divina intenção e aos sentimentos com que Jesus agiu e quer que sejam os meus no agir ou padecer! Aquele que assim proceder — e devemos todos fazê-lo — viverá, na terra, vida de céu; transformar-se-á em Jesus e poderá re­petir com o Apóstolo: já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.

Oração

Ó Deus, que em santo Henrique, presbítero, conciliastes admiravelmente o espírito de contínua oração com uma in­fatigável atividade apostólica, por sua intercessão, concedei-nos perseverar no amor de Cristo e servir a vossa Igreja com o testemunho da palavra e da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

[ Da Liturgia das Horas, Próprio da OCD]

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