26 de abril – NOVAS CANONIZAÇÕES

26 de abril – NOVAS CANONIZAÇÕES

Nuno De Santa Maria Álvares Pereira (1360-1431)


NUNO ALVARES PEREIRA nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, muito provavelmente em Cernache do Bonjardim, sendo filho ilegítimo de fr. Álvaro Gonçalves Pereira, cavaleiro dos Hospitalários de S. João de Jerusalém e Prior do Crato, e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal. Cerca de um ano após o seu nascimento o menino foi legitimado por decreto real, podendo assim receber a educação cavalheiresca típica dos filhos das famílias nobres do seu tempo. Aos treze anos torna-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser pouco depois cavaleiro. Aos dezasseis anos casa-se, por vontade de seu pai, com uma jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. Da sua união nascem três filhos, dois do sexo masculino, que morrem em tenra idade, e uma do sexo feminino, Beatriz, a qual mais tarde viria a desposar o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.
Significativo foi o dia da morte de frei Nuno de Santa Maria, o domingo de Páscoa, 1 de Abril de 1431, passando imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo, que desde então o começa a chamar “Santo Condestável”.
Mas, embora a fama de santidade de Nuno se mantenha constante, chegando mesmo a aumentar, ao longo dos tempos, o percurso do processo de canonização será bem mais acidentado. Promovido desde logo pelos soberanos portugueses e prosseguido pela Ordem do Carmo, depara com numerosos obstáculos, de natureza exterior. Foi somente em 1894 que o Pe. Anastasio Ronci, então postulador geral dos Carmelitas, consegue introduzir o processo para o reconhecimento do culto do Beato Nuno “desde tempos imemoriais”, acabando este por ser felizmente concluído, apesar das dificuldades próprias do tempo em que decorre, no dia 23 de Dezembro de 1918 com o decreto Clementissimus Deus do Papa Bento XV.
As suas relíquias foram trasladadas numerosas vezes do sepulcro original para a Igreja do Carmo, até que, em 1961, por ocasião do sexto centenário do nascimento do Beato Nuno, se organizou uma peregrinação do precioso relicário de prata que as continha; mas pouco tempo depois é roubado, nunca mais tendo sido encontradas as relíquias que contivera, tendo sido depostos, em vez delas, alguns ossos que tinham sido conservados noutro lugar. A descoberta em 1966 do lugar do túmulo primitivo contendo alguns fragmentos de ossos compatíveis com as relíquias conhecidas reacendeu o desejo de ver o Beato Nuno proclamado em breve Santo da Igreja.
O Postulador Geral da Ordem, P. Felipe M. Amenós y Bonet, conseguiu que fosse reaberta a causa, que entretanto era corroborada graças a um possível milagre ocorrido em 2000. Tendo sido levadas a cabo as respectivas investigações, o Santo Padre, Papa Bento XVI, dispõe a 3 de Julho de 2008 a promulgação do decreto sobre o milagre em ordem à canonização e durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009 determina que o Beato Nuno seja inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de Abril de 2009.

Arcangelo Tadini (1846-1912)

ARCANGELO TADINI, sacerdote do interior de Brescia (Itália) que viveu de 1846 a 1912, é figura cristalina e fascinante. Homem de iniciativa, sacerdote autêntico, soube entrelaçar ousadia e fé, amor pelos homens e amor a Deus, austeridade e ternura.
Nasce em Verolanuova (BS) a 12 de outubro de 1846. Terminados os estudos primários na cidade natal, frequenta o ginásio em Lovere (BG).
Sua atenção pastoral dirige-se sobretudo às novas pobrezas: para os trabalhadores dá início à Associação Operária de Mútuo Socorro e constrói uma fiação (fábrica têxtil) para dar trabalho às jovens da cidade que mais sofrem com a insegurança e a exploração.
Em 1900 o Tadini funda a Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré: mulheres consagradas, mas “operárias com as operárias” que educam as jovens trabalhadoras não subindo em cátedra, mas trabalhando lado a lado com elas; não proferindo grandes discursos, mas dando o exemplo de ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Escândalo para aquela época na qual as fábricas eram tidas por lugares perigosos e desviantes.
Tadini oferece a suas Irmãs o exemplo de Jesus, Maria e José que na Casa de Nazaré, no silêncio e escondimento, trabalharam e viveram com humildade e simplicidade. Aponta o exemplo de Jesus que não só “sacrificou a si mesmo na cruz” mas durante trinta anos, em Nazaré, não se envergonhou de usar as ferramentas do carpinteiro e de “ter as mãos calejadas e o rosto lavado de suor”.
Um de nós quando, cedo pela manhã, percorre as ruas da cidade e o seu passo ressoa como despertador a quem se prepara para iniciar um novo dia de trabalho. Todos sabem que aquele sacerdote, apaixonado por Deus e pela humanidade, levará na oração a vida e as fadigas do seu povo.
Um de nós quando recolhe as lágrimas das mães preocupadas com a precariedade do trabalho dos filhos; quando sonha, projeta e constrói a fiação para as jovens da cidade a fim de que possam redescobrir sua dignidade de mulheres.
Um de nós quando inventa a família das Irmãs Operárias, mulheres consagradas que, nos lugares de trabalho, sejam testemunhas de um Amor maior no simples cotidiano da vida.
Um de nós porque ainda nos sorri, nos acompanha no nosso dia a dia e com suas palavras nos convida a seguir seus passos: “A santidade que nos leva ao céu está em nossas mãos. Se queremos possuí-la, uma coisa apenas precisamos fazer: amar a Deus”.
Com a canonização o Papa Bento XVI o oferece como exemplo para os sacerdotes, o aponta como intercessor para as famílias, o entrega como protetor aos trabalhadores.


Bernardo Tolomei (1272-1348)
BERNARDO TOLOMEI nasceu em Siena em 10 de maio de 1272. Recebeu, no batismo, o nome de Giovanni. Foi educado com os Irmãos Predicantes, no Colégio de São Domingos de Camporeggio, em Siena e promovido cavaleiro do imperador Rodolfo I d´Asburgo (+ 1291). Estudou jurisdição em sua cidade de origem, onde fez também parte da Confraria dos Disciplinados de Santa Maria da Noite, ativo na hospedaria de Scala no serviço dos recuperados. Uma progressiva e quase total necessidade provocou sua renúncia à uma carreira pública.
A extinção da Ordem religiosa, na república de Veneza, em 1771, pelo Granducado de Toscana, no reino de Nápoles, seguida pela nova República cisalpina, em 1808, no reino da Itália (período napoleônico, 1797-1814) e no começo do século XIX, não permitiram de terminar o Processo de canonização. A restauração da Congregação olivetana, na segunda metade do século XIX, culminou em um novo impulso pela Causa no século XX.


Catarina Volpicelli (1839-1894)

CATARINA VOLPICELLI, Fundadora das Servas do Sagrado Coração, pertence à classe dos «apostólos, dos pobres e marginalizados», que no século XIX para Nápoles foram um luminoso sinal da presença de Cristo «Bom Samaritano», que se aproxima de cada homem que sofre no corpo e no espírito, para derramar sobre suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança (cf. Missal Romano, 2° ed. Italiana, Roma 1983, Prefácio comum VIII, p. 3752).
Nascida em Nápoles, no dia 21 de janeiro de 1839, Catarina recebeu no seio de sua família de alta burguesia, uma sólida formação humana e religiosa. No colégio educandário San Marcelino, sob a guia sábia de Margarida Salatino (futura fundadora com o Beato Ludovico da Casoria das Irmãs Franciscanas Elisabetinas Bigie), aprendeu letras, línguas e música, o que não era frequente para as mulheres do seu tempo.
O Apostolado da Oração, será o ponto central da espiritualidade de Catarina, que a impulsionará a cultivar o seu ardente amor pela Eucaristia, através do qual será instrumento de Ação Pastoral sob as dimensões do Coração de Cristo, abrindo-se a cada homem, sempre a serviço da Igreja, dos últimos e dos sofredores.
Com as primeiras Zeladoras, no dia 1° de julho de 1874, Catarina funda o novo Instituto das Servas do Sagrado Coração, aprovado antes pelo Cardeal Arcebispo de Nápoles, o Servo de Deus, Sisto Riario Sforza, e em seguida aos 13 de junho de 1890, pelo Papa Leão XIII, que concede à nova família religiosa o «Decreto de louvor ».
Catarina Volpicelli, morreu em Nápoles no dia 28 de dezembro de 1894, oferecendo a sua vida pela Igreja e o Santo Padre.
A causa de Beatificação e Canonização das eminentes testemunhas de caridade do Coração de Cristo, após a instrução do Processo Ordinário nos anos 1896-1902 na Cúria Eclesiástica de Nápoles, foi oficialmente introduzida naquele tempo, à Sagrada Congregação dos Ritos aos 11 de janeiro de 1911. Em 25 de março de 1945 o Santo Padre Pio XII, declarava as virtudes heróicas de Catarina, atribuindo-lhe o titulo de Venerável. Em 28 de junho de 1999, Sua Santidade João Paulo II, aprova a leitura do decreto da sua Beatificação.
No dia 29 de abril de 2001 Sua Santidade Papa João Paulo II a proclamou Bem-aventurada.
No dia 6 dezembro de 2008 o Santo Padre Papa Bento XVI dispõe a promulgação do Decreto a respeito do milagre para a Canonização.

Gertrudes Comensoli (1847-1903)Canonização comemorada no sul do Brasil, onde existe uma igreja em sua honra.
BIOGRAFIA NÃO DISPONÍVEL

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